Capítulo 13

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— Apressadinho, hein? — Eu não consegui não soar magoado com o gelo repentino.

Eu não tinha feito nada errado. Se alguém tinha motivos para surtar era eu, que tinha tido o meu pau esfregado no de outro homem pela primeira vez na vida. Talvez, quando a ficha caísse mais tarde, eu me sentisse diferente, mas por enquanto eu estava considerando tudo um acidente de percurso e era injusto ele ter saído daquela maneira abrupta. Não que eu quisesse um beijinho também, não, nem pensar, mas ele não precisava ter me jogado no colo da Cláudia como se eu fosse um pacote indesejado.

— É saudade. — Ela riu e passou o braço pelo meu. — Ele e o Beto tem um caso antigo. Vamos dar uma volta?

— Vamos — eu aceitei, determinado a não deixar a experiência com o Juca estragar o resto da minha noite. Eu não precisava dele para me divertir.

— Eu conheço todo mundo e vou te contar todas as fofocas.

— Mas, peraí! — Eu puxei o braço dela, de leve, quando ela começou a andar. — E você? A gente não cuidou de você.

— Não tem problema. — Ela ficou na ponta dos pés e beijou meu rosto. — Você fica me devendo um orgasmo.

— Que eu faço questão de pagar. — Eu a acompanhei quando ela recomeçou a andar, me sentindo péssimo por ter esquecido de pensar na Cláudia depois do orgasmo do outro mundo que ela tinha me dado. A culpa era daquele babaca do Juca e da pressa de ir se encontrar com o casinho dele.

Encarar o resto da festa foi um choque depois de ficar concentrado no que estava acontecendo com nós três. Montes e montes de pessoas transando em vários grupinhos, em várias posições, gemidos e gritos de prazer enchendo o ar, se misturando com a música que não estava tão alta como antes.

Nossa primeira parada foi perto da piscina, onde duas mulheres estavam sentadas lado a lado na beirada com as pernas abertas, uma sendo chupada por um homem e a outra, por uma mulher. Eu achava que duas delas eram as que estavam se beijando antes, mas não tinha certeza.

Apesar de ter acabado de gozar, senti o meu pau acordando com a visão pornográfica.

— A Júlia, com a cabeça do Jorginho entre as pernas, é namorada da Clara, que está chupando a Mari, namorada do Jorginho — a Cláudia explicou.

— Namorados? Como assim namorados?

Ela riu da minha surpresa.

— Tem vários casais de namorados aqui. A Clara e a Júlia moram juntas há um tempão.

— E elas não sentem ciúmes?

Se fosse eu, não aguentava ver um cara se lambuzando na xoxota da minha namorada. Talvez, nem outra mulher.

— Eu sei o que você está pensando, mas traição é diferente. — A Cláudia pôs o dedo direto na minha ferida. Quando eu peguei a minha noiva com a boca na botija do colega de trabalho dela, a minha vontade foi de matar os dois.

— Desculpa, mas é muito doido pra minha cabeça.

— Não é todo mundo que aceita. — Ela passou a mão de leve no meu braço. — Quando eu trouxe o meu namorado aqui, ele não gostou, e eu respeitei a vontade dele e nós não voltamos mais. Mas no nosso fim de semana, ele transou com outras mulheres na minha frente, e não, eu não fiquei com ciúmes, pelo contrário. Me deu tesão porque eu sabia que não estava afetando o que a gente sentia um pelo outro.

As duas meninas sentadas na beira da piscina começaram a se beijar e brincar com os seios uma da outra.

— Não me leva a mal. — Eu me virei para a Cláudia, porque era muito estranho ter uma conversa séria daquelas com alguém, nós dois nus, e o meu pau ensaiando uma ereção. — Mas não era de verdade. Não pode ser amor quando você é capaz de dividir a outra pessoa.

Sete PecadosWhere stories live. Discover now