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SASUKE

Logo que adentramos a casa, minha mãe vem ao nosso encontro.

-SASUKE! - Ela grita, e me abraça.

-Oi, mãe... - respondo meio sem graça.

-Meu amor! Como você cresceu... olha só que homem bonito, tão alto quanto seu pai... - Ela toca meu rosto, e me olha com os olhos mais amáveis que já vi.

De repente, sinto saudades de todo o tempo de carinho que perdi. Apesar de minha relação com meu pai nunca ter sido boa, com minha mãe sempre foi exatamente o contrário.

-E a senhora não está nada mal hein dona Mikoto... - Brinco, e ela me dá um tapinha no braço.

-Ah! Pare com isso. - Então vira-se para Sarada que está parada ao meu lado - E você dever ser a minha netinha...

Sarada hesita um pouco, imagino que deve ser um pouco desconfortável interagir dessa forma com uma estranha. Apresso-me em responder no lugar dela.

-Essa é a Sarada. - Digo.

-O-Oi - Sarada sorri fraco.

Minha mãe rapidamente a abraça fortemente, e posso perceber quando lágrimas solitárias correm de seus olhos.

-Você é tão linda, tão linda, e é tão grande! - Minha mãe para, e a encara. - É a cara do seu pai!

Sakura e eu nos entreolhamos confusos. Sarada realmente puxou muitas características físicas do pai dela, que no caso, não sou eu. Minha mãe recompõe-se um pouco, e dessa vez vira-se para Sakura, que encontra-se do meu outro lado.

-E você, é a minha nora. - ela sorri.

-Sakura Ha... - Quando percebo o quase deslize de Sakura, olho para ela urgente, que finge um engasgo e tosse - Perdão, sou a Sakura. - Sorri nervosa e estende a mão para minha mãe, que a aperta.

-Que nome bonito. - minha mãe sorri - Sou a mãe do Sasuke, pode me chamar de Mikoto. Estou tão feliz em conhecer você... Em conhecer as duas!

A felicidade estampada no rosto de minha mãe é genuína, estou com um conflito interno agora. Fico feliz em fazer minha mãe feliz assim, mas sabendo que essa felicidade depende de uma mentira...

-Onde está todo mundo? - pergunto.

-Seu pai está no escritório, mas não sei onde estão Itachi e Izumi. Sua avó Mizuki está no quarto dela. - Minha mãe segue até a sala e nós a acompanhamos

-Mãe, nós estamos bem cansados, não se incomoda se subirmos para descansarmos um pouco, não é?

-Claro que não, querido. Preparei seus quartos, venham. - Subimos a escadaria, que diga-se de passagem, é bem alta, e chegamos a um corredor que conheço bem.

Esse é o corredor onde fica meu antigo quarto.

Minha mãe abre a porta, e lembranças da infância invadem minha mente. Esse era meu principal refúgio, onde eu imaginava poder fugir da minha própria vida.

-Esse quarto aqui vai ficar para a Sarada - Sarada hesita em entrar, mas minha mãe a incentiva. - Gostou?

-Sim, é muito bonito. - Sarada sorri.

-Esse quarto era do seu pai... E está arrumado do jeito que ele gostava. - Minha mãe sorri amavelmente e me olha.

Está como eu me lembrava, as paredes num tom de amarelo fraco, com detalhes em azul marinho. Eu costumava ser uma criança rebelde, mas sempre zelei bem por minhas coisas. Minha cama está no mesmo local, posicionada de frente para uma janela por onde entra um vento suave. O closet perto do banheiro, uma escrivaninha numa parede lateral e um baú nos pés da cama. Apesar da casa ser enorme, esse quarto não é exagerado, é simples e aconchegante.

Minha Família De MentirinhaWhere stories live. Discover now