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SASUKE - Sábado

Não, eu não dormi em casa. Mas também não fui pra o bar beber. Se bem que a situação pede pra ser regada a várias garrafas de whisky. A verdade é que mal dormi, no hotel em que passei a noite, o que consequentemente me fez ir pra casa bem cedo.

É pouco mais de 5 da manhã quando estaciono em casa, e quando vejo meu pai sair pra caminhar e se exercitar. Ótimo, nem uma confusão dessa, faz ele quebrar a rotina. Espero ele se afastar o suficiente para que não cheguemos a nos encontrar. Veja bem, eu acabei de acordar e ja estou estressado o suficiente, não preciso de mais olhares reprovadores para aumentar a cota.

Chegando ao quarto, vejo que Sarada dorme novamente com Sakura. Passando a vista no ambiente, noto as malas num canto. Ontem, meu dia foi de perfeito a horrível. Num momento, lá estava eu, aproveitando a manhã, beijando a Sakura -ainda preciso pensar sobre isso-, e quando penso que iríamos finalmente sair daqui bem, descubro que todos já sabem da nossa pequena farsa -ok, não tão pequena assim.

Os danos em geral não foram tão terríveis quanto eu temia, minha relação com meu pai continua a mesma coisa, ele ainda me odeia, como sempre. Minha mãe e avó... bem, elas com certeza estão decepcionadas comigo, e com certeza vai levar algum tempo para que me perdoem completamente, mas sei que vamos ficar bem. Ontem conversamos bastante, consegui explicar o que me levou a mentir, e parece que pelo menos para a vovó Mizuki, a pior parte é que não estou realmente casado com Sakura, especificamente. Quanto a Itachi, estamos bem. É incrível o quanto as coisas podem se resolver com uma simples conversa. Tanta mágoa que carreguei por anos pelo meu único irmão, se dissolveu ali, quando enfim colocamos as coisas nos eixos.

O banho que decidi tomar, foi longo o bastante para me ajudar a clarear a mente. Quando finalmente saí do banheiro, achei que estava preparado para bater de frente com meus problemas, mas toda a certeza desmoronou alí, ao ver Sakura sentada na beira da cama, me olhando com os enormes olhos verdes.

Não terminamos bem, ontem. Se bem que logo após a nossa pequena discussao, eu decidi sair de casa para respirar um pouco. Apenas agora percebi o quanto fui covarde. Sim, eu sou um maldito covarde. Trouxe Sakura para cá, fiz ela passar por tudo isso, e quando tudo desmoronou, larguei-a sozinha com todo o peso nas costas, e ela só estava tentando me ajudar.

Aproximo-me devagar, ignorando o fato de estar apenas de calças, e sento-me ao seu lado.

-O vôo é as 9. - Ela fala em sussuro, fitando a parede a nossa frente.

-Eu acho que não posso ir hoje, com vocês.

Ao ouvir minha sentença, Sakura vira-se para mim, e indaga com o olhar, o motivo da decisão.

-Me perdoe, mas eu não posso ir assim. Ainda tenho algumas coisas para resolver. E-eu decidi seguir seu conselho. - Digo em voz alta, o que decidi quando vi seus olhos à pouco.

Sakura segura minhas mãos carinhosamente, e em seguida joga-se em meus braços para um abraço apertado, o qual retribuo com igual intensidade.

-Que bom! - Murmura em meu ombro. - Vai dar tudo certo.

Inspiro o cheiro de flores que seu pescoço exala, e que no momento é o que trás paz a turbulência dos acontecimentos. Sakura afasta-se o suficiente para poder fitar meu rosto, e toca minha face com sua mão, fazendo um arrepio correr por meu corpo.

Minha Família De MentirinhaWhere stories live. Discover now