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«————————»CAPÍTULO 01Lembranças dolorosas

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CAPÍTULO 01
Lembranças dolorosas.
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Ponto de Vista Izabelle Swan  – Estrada.

Já havia amanhecido e eu estou cansada de dirigir. Eu tenho um caminhão, achei faz algumas semanas, ele tem uma cabine com uma cama e duas carretas bem abastecidas, uma com comida, tive que ir até um supermercado tomado de mortos-vivos para conseguir e foi muito difícil mas nada que eu e Lua não damos conta, e outra com armamento, que humildemente devo dizer, é top de linha.

Lua e eu rodamos por muito lugares e um em especial me fez vir onde estou neste momento, achei que todos da minha família haviam morrido, porém, estava errada, ainda havia esperança, minha melhor amiga, a mulher que eu sempre considerei irmã  pode estar viva e se estiver eu farei de tudo para encontrá-la.

Sinto a pata enorme de Lua pousar sobre meu colo, olho para ela e sorrio.

– Você devia dormir – Resmunguei passando a mão por sua cabeça, ela bufou irritada  – eu irei dormir assim que achar um lugar para estacionar, você sabe.

Ela rosnou e mordeu de leve meu braço, pra quem olhasse de longe tremeria só de ver a cena, da vontade de rir só de imaginar, mas eu sabia que ela só estava preocupada com meu bem estar, estou dirigindo há um dia e meio sem paradas, eu realmente evito dormir.

Tirei meus olhos da estrada por alguns segundos olhando para ela e sorri.

– Você venceu, vou parar no próximo cruzamento – Ela lambeu meu braço e acomodou sua cabeça no meu colo.

Olhei para os lados e estacionei. Dei um pulo para fora do caminhão, quase quebrando a porcaria do meu tornozelo e xingando horrores, Lua pulou e se espreguiçou, peguei algo pra comer e dei algo pra ela também, arrumei água em um pote e peguei um banco me sentando para esperar ela comer. Não demorou muito e pude escutar uns grunhidos, olhei para direita e pude ver dois zumbis vindo em nossa direção, bufei irritada, não se pode ter um minuto de sossego mesmo, peguei duas adagas que ficavam presas em um cinto ao redor da minha cintura e me levantei.

Empurrei o primeiro para longe e quebrei as pernas do segundo enterrando uma adaga no seu crânio, logo fui em direção ao outro chutando com força fazendo ele cair com tudo no chão.

– Eca, minha bota seu imundo.

Minha linda bota estava toda melada com gosma de zumbi, girei as adagas na minha mão e atirei as duas, ficaram perfeitamente alocadas entre os olhos dele, adoro tiro ao alvo.

Depois de pegar minha armas de volta, voltei para perto de Lua e tirei minhas botas. Eu realmente preciso de um banho.

Subi no caminhão sendo seguida por Lua e troquei de roupa. Coloquei uma legging, uma regata branca combinando com uma jaqueta de couro vinho e uma bota preta de cano alto – e sim, eu durmo de calçado. Não gosto de ver o que me tornei depois do CCD, não gosto de ver as marcas espalhadas pelo meu corpo, por isso escondo cada centímetro de pele, além do mais o que fariam comigo se vissem as mais de 20 mordidas espalhadas pelo meu corpo?

Tranquei as portas e fechei com a cortina, deitei e esperei o sono vir.

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Estava com frio, eles me jogaram nesta cela apenas de roupas íntimas e tudo o que eu enxergava era branco, eu já não chorava mais, nem gritava, não iria adiantar eles nunca paravam.

Porque mãe? Porque pai? Porque vocês estão fazendo isso comigo?

Os olhares indiferentes em seus rostos eram como facas, eles não me tratavam como filha mas sim como um experimento.

A porta se abriu e eu fui puxada brutalmente para fora, a tortura começaria novamente. Eu não conseguia entender, porque eles faziam isso? Eu só tenho 11 anos, sou uma criança. Crianças não devem brincar? Ser feliz com amiguinhos e desenhar sua adorável família? Porque em vez disso eu tenho que viver em uma cela? Sendo furada dia após dia? Porque eu tenho que aprender a lutar?

Papai, mamãe, porque vocês não me salvam? Eu estou afundando, eu não quero afundar.

"Por favor, de novo não" conseguia dizer, com a voz trêmula por causa do medo. Eles me ignoraram, como sempre fazem e me colocaram em uma mesa galada, prendendo minhas mãos e pés de modo que não consiga me mexer quando eles começassem.

Então eu vi, os olhos verdes da minha progenitora, frios e duros em minha direção, como se eu não fosse nada mais que um rato de laboratório. O que, se parar para pensar, é o que eu sou mesmo.

"Eu não quero ouvir uma palavra" ela falou e se aproximou me dando um beijo na testa como se estivesse me colocando para dormir. Mamãe? Eu só queria o seu amor. Ela continuou: "Se você não obedecer, seu treinamento será pior pequena boneca, você não pode sentir nada, você não foi criada para sentir mas sim para servir."

Então eles começaram, primeiro tiraram uma amostra do meu sangue, como sempre faziam, depois eles aplicaram o que eu chamei carinhosamente de veneno, porque doía como o inferno, eu sentia todo meu corpo borbulhar. Parecia que minha pele estava sendo rasgada minha cabeça começou a latejar, eu sentia meus olhos pegando fogo.

Desculpe mamãe, eu não consigo não sentir, eu sinto, e isso dói tanto. Desculpa mamãe.

Então eu gritei.

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