A Cura

03

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CAPÍTULO 03
O mundo está destruido e
ele vai quebrar a todos.
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Ponto de vista Izabelle Swan – Estrada.

Olhei para todos a minha frente e suspirei fundo, maldita compaixão.

– Gostariam de se juntar a mim pra almoçar? – Eles me olharam com dúvida e eu me escorei no caminhão.

– Porque? – O caçador, Daryl perguntou de forma rude – Porque você nos ofereceria comida sem querer nada em troca, garota?

Que homem difícil, e gato. Respira fundo Izabelle, respira fundo e para de olhar para esse homem todo sujo, arrogante, e extremamente delicioso.

– Normalmente as pessoas iriam aceitar e agradecer, mas... – Olhei ele de cima a baixo e balancei a cabeça expulsando os pensamentos maliciosos que insistem em aparecer – Lori, não é? Olhando assim, eu diria que você tem uns 4 meses de gestação, mas eu sei que está bem mais avançada, estou certa?

Lori surpresa concordou, e eu fiz um leve carinho na Lua.

– Estou com 7 meses...

Droga, como eu imaginava.

– Ai está sua resposta, caipira – Ele grunhiu irritado, e me olhou como se quisesse me matar, parece que não gostou do apelido carinhoso, ah caçador – apesar do mundo estar nesse caos todo, eu ainda sou humana.

Todos olharam para Rick, esperando uma resposta.

– Como sei que você não vai tentar nada contra nós? Você tem um puma...

Cortei Rick rindo, eu entendia ele bem.

– Se vocês não tentarem me matar ou estuprar-me, não levantarei nem uma arma e Lua também não vai machuca-los – Vi que isso os pegou de surpresa, e o caçador relaxou a postura, me encarando profundamente – mas, se vocês tentarem algo...

Eles olharam novamente para Rick, esperando uma resposta, eles não têm pensamento próprio não? Eu ein.

– Eu vou estacionar longe destes mortos, conversem e se decidam – Conclui voltando para o caminhão e subindo com Lua em meu encalço.

Eles saíram do caminho e eu andei alguns metros à frente, do lado direito tinha um gramado vasto e a floresta era afastada, tinha uma boa visão da estrada e se os zumbis aparecessem pela floresta, dá tempo para ir embora.

Desci e deixei a porta aberta, Lua ia ficar deitada, é uma preguiçosa. Me escorei na frente do caminhão. Esse mundo está totalmente devastado, e o que aconteceu naquele maldito dia não sai da minha cabeça, eu tenho evitado pensar nesse assunto desde que tudo desandou, mas não posso continuar assim.

Fui tirada de meus devaneios quando escuto passos se aproximando, então eles aceitaram, tão previsíveis.

– Então, de onde você é? – Maggie perguntou, estávamos todos sentados ao redor de uma fogueira que o caçador fez, ofereci macarrão instantâneo para eles, todos me agradeceram umas mil vezes, tive que dar dois para a moça gravida, Lori, ela no início ficou envergonhada, mas acabou aceitando.

Peguei três cadeiras que eu tinha e um lençol para estender no chão, eles estavam bem surpresos com tudo, ainda mais com as vitaminas pré natal, mas que médica eu seria se não tivesse alguns comprimidos?

– Sou do Brasil – Sorri com sua exclamação de surpresa – estou procurando minha irmã, por isso estou tão longe de casa, se bem que, lá ta tão ruim quanto aqui.

– Você sai ajudando sobreviventes por todo lugar que passa? – Perguntou Daryl, e eu sorri enquanto olhava em seus lindos olhos azuis.

– Muito pelo contrário – Passei a mão na cabeça de Lua e voltei a olhar para eles – eu daria a volta e continuaria meu caminho sem ao menos excitar – Percebi que todos prestavam atenção – porém quando eu vi a criança, bom, eu nunca viraria as costas para crianças, isso vai contra todos os princípios, e eu ainda sou humana.

– Então se não tivesse visto a criança...

– Eu teria feito a volta e seguido para o mais longe pessoas de vocês Beth – Conclui para a loira, dando de ombros e suspirando – o apocalipse trouxe o pior das pessoas, eu não me arriscaria e nem arriscaria a vida de Lua apenas por caridade – Sorri ironicamente olhando para a floresta a frente – mas mesmo assim aqui estou eu, alimentando e conversando com sobreviventes que a qualquer momento podem se voltar contra mim, eu detesto ter princípios.

Esperei eles absorverem minhas palavras, espero que percebam que não estou fazendo isso por caridade.

– Não machucamos pessoas, não somos assim – Falou o velho, Harshel observando Lua.

– Ainda... – Olhei para cada um deles – Vocês não são assim ainda, o mundo vai quebrar vocês, eu vi o que essa epidemia está fazendo com aqueles que ainda estão vivos, e é tão feio quanto o que acontece com os mortos...

– Você viu? – O caçador perguntou, ele não tirava os olhos de mim, porém ele me olhava de modo diferente, com um brilho diferente, não era mais hostil.

– Eu vi, eu senti, eu ouvi... – Fiz um gesto com a mão, como quem ignora a pergunta – Como eu disse, se não fosse a criança eu não teria parado.

Repeti novamente para ver se agora eles entendem, e parece que deu certo, pude ver alguns olhares de pena e sorri de lado.

Mal eles sabem que nem um deles sobreviveu.

Após alguns minutos em silêncio Maggie começou a contar como se conheceram e assim todos começaram a falar um pouquinho sobre si, falaram sobre como Atlanta caiu, que se conheceram em um fazenda, que perderam pessoas e que estavam caminhando a um bom tempo sem lugar fixo, apenas sobrevivendo dia após dia.