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«————————»CAPÍTULO 05O medo congela os ossos, já o pavor, ah, esse destrói o queexiste de bom dentro do ser humano

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CAPÍTULO 05
O medo congela os ossos, já
o pavor, ah, esse destrói o que
existe de bom dentro do ser humano.
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Ponto de vista Izabelle Swan – Cabana

Achei uma cabana no acostamento e parei, todos desceram e entraram para limpar caso tenha algum zumbi, peguei uma tigela e comida e dei para Lua, ofereci algumas bolachas salgadas para eles e me escorei no caminhão. Um pouco depois Maggie veio e se escorou comigo e ficamos conversando. Eu gostei mesmo dela, se fosse antigamente, teria feito amizade na hora.

Fiquei observando eles limparem o local e entrarem para dormir, acho eu, Daryl, Glenn e Rick perceberam que eu não me movi e vieram até Maggie e eu. Agora era hora do adeus.

– Fique conosco – Eu sabia que ele iria pedir, como eu disse, eles são tão previsíveis.

– Rick, eu não gosto de sobreviventes – Observei a expressão de cada um – eu realmente não gosto, vocês parecem diferentes, eu consigo ver isso, mas não quero estar aqui quando tudo ruir...

– Você não pode ter certeza – Glenn falou segurando na mão de Maggie – nós não somos pessoas ruins.

– Eu sei, como eu disse, vocês parecem diferentes, mas por quanto tempo mais vocês conseguem se manter assim? Como eu disse, já vi muitas coisas...

– Mas você continua de pé, não é? Continua viva e mantém sua humanidade – Maggie falou sorrindo, eu tenho que admitir, gostei dela, me lembra muito alguém do passado – você pode ficar conosco e nos ajudar, nos tempos de hoje ninguém pode viver sozinho.

– Eu não estou sozinha – Fiz carinho na Lua e dei um meio sorriso – e quem disse que eu ainda tenho humanidade? Pra ter eu teria que sentir alguma coisa – E eu não fui criada para sentir, conclui em pensamentos.

O caçador me observava lentamente, como se quisesse me desvendar, eu sabia que ele queria falar alguma coisa, só não sei porque ele não falava, se talvez ele pedisse pra eu ficar... Não, nada disso Izabelle, pare com esses pensamentos.

– A Lori, ela vai ganhar o bebê em pouco tempo, e você é médica, nós realmente precisamos de ti – Ele estava desesperado mesmo, apelar para criança? Que coisa feia. Gostei, ganhou pontos, Rick.

– Além do mais, você não deixaria uma criança e uma mulher grávida no relento e sem ter o que comer né? – Maggie eu vou comer seu fígado, ele sorriu sabendo que tinha falado exatamente o que faltava pra eu aceitar.

– Estou pensando...

Ela e Glenn riram, cachorros.

– Chega de drama garota, você fica e pronto não tem mais discussão – Daryl concluiu o assunto de seu jeito rude e com seu sotaque carregado, porque eu não consigo parar de achar ele sexy?

– Esse é o seu modo de dizer que quer que eu fique? Tão fofo, caipira.

Ele me deu as costas rosnando irritado, mas não negou, bom saber. Rick saiu rindo atrás dele, não sem antes de enviar um olhar agradecido, eu vou me arrepender por ter aceitado ficar tão facilmente.

– Eu acho que você irritou ele – Glenn falou e Maggie concordou.

– Ele que se irrita fácil, se bem que... – ele fica uma delícia irritado, conclui em pensamento.

– Se bem que o que, Izabelle? – Maggie perguntou com um sorriso malicioso, a sem vergonha entendeu, pisquei pra ela, ela gargalhou e eu sorri.

– Eu não quero saber, não mesmo – Glenn falou erguendo os braços em rendição e indo para dentro da casa.

Pedi para ela me ajudar a pegar algo para nos comermos, subi na carreta e puxei ela junto.

– Isso é o paraíso Izabelle – Falou dando um gritinho e olhando as caixas de comida.

– Me chame de Izzie – Comentei e peguei uma caixa com macarrão e três latas de molho, entreguei pra ela e peguei outra que tinha pudim enlatado – esse paraíso foi difícil pra caralho dê conseguir.

Contei pra ela como consegui tudo enquanto fechava a carreta e o caminhão e seguia para a casa com Maggie e Lua em meu encalço.

– Você assaltou um mercado cheio de zumbis sua louca? – Falou assim que entramos na casa, concordei rindo da cara de pavor dela.

– Eu e Lua adoramos brincar – Me referi a matar os zumbis – mas aquele dia foi horrível, sério, foi um dos dias que eu pensei "que tipo de merda eu tenho na cabeça?" mas fora isso deu tudo certo – Todos estavam nos olhando enquanto depositávamos as caixas no chão.

– Você o que? – Beth perguntou chocada, eu ri e Maggie contou pra todos como consegui uma carreta cheia de comida.

Não preciso nem dizer que todos me chamaram de louca né? Mas no final rendeu muitas risadas. Até que é bom estar junto com outras pessoas novamente, só temo o quanto isso vai durar.

Todos comeram felizes e quando viram que tinha sobremesa, praticamente enlouqueceram, eles realmente passaram por muita coisa, isso fez meu coração bater de novo, as vezes eu esqueço que ele ainda está aqui, porque muitas vezes eu pareço apenas uma casca oca andando por entre os mortos.

Na hora de dormir todos se arrumaram na sala, eu dei dois cobertores que eu tinha e arrumei um local para mim e Lua, ela deitou com a cabeça em meu colo e eu sentei, não iria dormir mesmo.

O caçador ficou sentado dois passos de mim, de modo que eu conseguisse enxergar ele e ele a mim.

– Você devia dormir – Escutei aquela voz extremamente rouca e sexy, levantei o olhar e por segundos me perdi em seu rosto, ele conseguia ficar mais bonito ainda sob a luz da fogueira,

– Eu não durmo – Falei o pegando de surpresa, ele riu descrente.

– Ninguém aqui vai encostar em você, pode dormir – Falou ignorando o que eu tinha dito.

– Eu sei caçador – Sorri de lado acariciando Lua, ela me acalma – mas eu não posso, não gosto de dormir.

Ele me observou profundamente, é como se ele me tocasse apenas com o olhar. Seu olhar era profundo de mais, possuía muitos sentimentos que ele se esforçava pra não demonstrar.

– Todos temos pesadelos – Falou ele, depois de alguns minutos – e além do mais, não precisamos de alguém para nos atrasar, por causa de medo – Concluiu do seu jeito rude, franzi a sobrancelha, ele acha que eu tenho medo?

Ele não desviou o olhar um segundo se quer, suas palavras duras não condiziam com o mar de sentimentos que seus olhos mostravam.

– Não são apenas pesadelos, Daryl, se fossem eu até daria conta – Observei ele absorver minhas palavras, e sorri friamente – são lembranças, lembranças que me atormentam desde que essa merda toda estourou, não é medo, é pavor.

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