Capítulo 12

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Passei a hora seguinte em meu quarto, andando. De novo. O que tinha aconteceu, o que havia acabado de se passar entre mim e Luna precisava ser deixado de lado e explorado mais tarde. Quando eu fosse capaz de me entender com isto. Por ora, tínhamos de passar pelo fim de semana e eu precisava planejar para o Super Bowl. Esses planos exigiam que eu me colocasse no estado mental correto. Mais importante, Luna precisava voltar ao estado mental correto. Tomar o café da manhã na sala de jantar seria um passo para garantir que isto acontecesse. Eu tinha passado o desjejum para as oito em vez do horário normal das sete. Será que ela percebeu que eu queria que ela dormisse um pouco mais do que o normal? Para compensar pela noite passada? Eu devia ter dito alguma coisa a respeito disso. Para deixar claro o que eu fazia. Devia ter dito muitas coisas.

Perguntei-me, e não pela primeira vez, como Paul e Christine fizeram isso. Como passaram de dominador e submissa a... mais. Foi confuso? Como eles misturaram as duas coisas? Eu conhecia casais de dominador e submissa, é claro, mas nunca questionei os comos e porquês. "Não esta noite", disse a mim mesmo. "Mais tarde. Você tem muito tempo." Estado mental correto. Nós dois precisávamos de um lembrete. Nossa relação atual precisava de foco. Coloquei um travesseiro no chão e um tubo de lubrificante em minha cômoda antes de subir na cama.

Luna Winther

Levei mais tempo do que o de costume para preparar o café na manhã seguinte. Eu prolongava cada passo, com medo do que encontraria esperando por mim na sala de jantar. O quanto Nathaniel estaria distante esta manhã do amante febril da noite anterior? Coloquei um prato para mim na bancada depois de preparar o de Nathaniel. Eu não sabia onde comeria esta manhã. Não sabia onde queria comer. Não. Isso não era verdade. Eu sabia onde queria comer: à mesa da cozinha, com Nathaniel. Coloquei a rabanada diante dele. Era minha imaginação, ou o canto de seu lábio se ergueu ligeiramente? Você acha que é diferente para mim? O que a faz pensar que é diferente para mim? Ele podia muito bem ter dito isso em voz alta de novo. As palavras soavam por minha cabeça e eu sabia que não importava que ele estivesse comendo na sala de jantar. Abri uma pequena rachadura em seu exterior na noite passada. Só precisava de tempo para torná-la maior.

- Faça um prato e junte-se a mim — disse Nathaniel, pegando o garfo e cravando-o num pedaço da torrada.

Eu me juntei a ele minutos depois.

- A noite de ontem não muda nada — falou, enquanto eu me sentava. — Eu sou seu dom e você é minha sub.

Continue dizendo isso a si mesmo, Nathaniel. Talvez um dia consiga se convencer. A noite passada mudou tudo.

- Eu me importo com você — continuou ele. — Isto não é inaudito. Na verdade, deve ser esperado.

Comecei a comer.

- Mas sexo não é o mesmo que amor. — Ele colocou uma fatia de banana na boca, mastigou e engoliu. — Embora eu suponha que muita gente confunda os dois.

Ele não olhava para mim enquanto comia, quase como se achasse mais fácil falar desse jeito. Senti-me certa de ter visto rapidamente seus verdadeiros sentimentos na noite passada. Mas seus atos à mesa davam a impressão de que estava se preparando para uma grande batalha. Perguntei-me se era contra ele próprio ou contra mim. Consigo mesmo, concluí. Definitivamente era consigo mesmo.

Depois do café da manhã, ele me instruiu a esperar em seu quarto. As cortinas estavam praticamente fechadas, deixando passar só uma pequena quantidade de luz. Olhei em volta: não havia travesseiros na cama. Nem amarras. Nem cavalete. Só a cama. Depois vi o travesseiro no chão, o que só podia significar uma coisa. Ajoelhei-me, totalmente vestida. Nathaniel entrou, ainda com a calça caramelo listrada da noite anterior.

Meu Chefe DominadorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora