Jamile teve o azar de ser prometida a uma família rica da região que mora: a um dos herdeiros do clã Al Bir. No entanto, não a qualquer herdeiro. Khaled, o primogênito de Mohammed Saih Al Bir. E pior, dada de graça ao homem por conta de um maldito d...
Esse tinha acertado em cheio. Isa. Isa que tinha se colocado na frente do seu dono, recebeu o tiro, mas com uma força sobre-humana se jogara com tudo para cima de Amin rolando com ele por sob o chão. Agora que Jamile percebera, havia uma faca no meio dos dois, com a qual Isa conseguira acertar o braço de Amin que muito sangrava, mas que agora lhe escapulia da mão, pelo sangue melequento que manchava a mão de ambos deixando tudo mais pegajoso e difícil de se manusear.
Infelizmente, talvez pelo tempo que passara servindo ao país, Amin tinha mais facilidade em movimentar a faca do que Isa. O que o mantinha sem fazer muita coisa era o fato do pesado corpo de Isa imobilizar Amin com todas as forças que lhe restavam, principalmente naquele momento particular no qual Isa sangrava também.
Jamile não queria pensar no estrago. Simplesmente se arrastou com a barriga dolorida e os pulos do seu filho que não parava de pedir por socorro ali dentro. Conseguiu finalmente alcançar a arma, os olhos aflitos enquanto fazia uma oração, quase uma súplica, para que Deus a ajudasse para que aquele último tiro que ela tentaria fosse certeiro. Para tanto, tentou se aproximar de Amin para atirar o mais próximo que pudesse.
― Vadia! ― Gritou Amin tentando tirar Isa de cima dele, quando a mulher realmente parecia estar perdendo as forças com a gravidade da situação. Foi a deixa que Jamile precisava. Mal Isa saiu de cima do homem, Jamile atirou. Duas vezes. A primeira, o pegou no ombro, a segunda, no pescoço e então pareceu ser suficiente.
Respirando num misto de alívio e completo terror, Jamile correu até Khaled tirando as mãos dele das amarras para correr então para Isa tentando estancar o ferimento agora que o via. Sua respiração estava descompassada e alta enquanto ela tentava não entrar em apneia ao salvar Isa. As lágrimas eram muitas enquanto via o peito de Isa aberto em sangue.
― Isa, aguenta firme. Isa, por favor, não me deixe. ― Disse Jamile tentando estancar o ferimento com as próprias mãos numa tentativa tola de fazer o sangue voltar para dentro do corpo. Isa sorriu e tirou as mãos de Jamile de cima do seu peito. Já havia aceitado a morte muito mais rápido do que Jamile e sabia que a sua sorte não era lá assim tão grande considerando o tamanho do ferimento.
― Jamile... Não precisa... eu... Não precisa se preocupar. ― Disse Isa quase perdendo a consciência. Jamile não queria deixá-la ir, muito embora já fosse visível que Isa partiria.
― Fica, não... ― Disse Jamile.
Khaled foi se arrastando até elas. Estava bem fraco, mas não queria deixar Jamile numa situação tão terrível simplesmente porque ela decidira salvá-lo. Abraçou a sua esposa pelas costas tentando dar um mínimo de sustentação, também preocupado com o seu filho que aparentemente sentia todos aqueles mistos de sentimentos, entre pavor e tristeza que Jamile sentia.
Aproveitou e ao sentir o celular de Jamile entre as vestes dela, ligou para alguns dos seus homens para tentar um resgate enquanto nenhum dos guardas do próprio Amin aparecessem. Foi também em questão de meros segundos que ele e Jamile viram a vida sair de Isa.
Fizeram uma prece sincera, ainda que Jamile estivesse catatônica e entre lágrimas. Pediram para que Alá cuidasse de sua serva fiel e Khaled continuou tentando confortar sua esposa corajosa que tinha perdido uma amiga só com o intuito de salvá-lo.
Aquilo tocou o coração de Khaled mais do que palavras poderiam ser ditas.
Aprendera, então, naqueles meros segundos, que o amor era isso. Era demonstração. Ainda que ele muito amasse Jamile, pouco demonstrara, até aquele momento, esse sentimento sublime que tivera por ela. E, por isso mesmo, decidira que a partir daquele instante mimaria Jamile, a amaria de uma maneira que ela nem sequer poderia imaginar. Cuidaria dela com todas as forças que pudesse e a beijaria desejando o melhor todos os dias, pois realmente poderia ser o último dia da vida deles.
Aquele ato corajoso de Isa, de se doar frente a morte, muito tinha ensinado ao casal. E, ali, diante dos guardas que chegavam ao resgate, Khaled decidiu que seria um novo homem.
E então ele foi. O melhor homem que poderia ser.
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Oi, Oi gente! Esse capítulo foi um pouquinho difícil para mim no quesito do fim. Digamos que de certa forma foi uma prece sincera, da minha parte, para que um dia o meu ex possa realmente entender o que é amar... e um dia... com outra menina... ele possa realmente querer modificar algumas atitudes dele para continuar com quem amar...
Um pouco de escrita terapêutica que bem me trouxe cura. Escrever isso me fez pensar que independente de qualquer coisa, desejo o melhor para ele que passou pela minha vida, mesmo que não tenha tido consideração por mim. Porque acredito fielmente que o que a gente joga para o universo, recebemos. E se somos gratos com o que for, se desejamos o melhor para o outro, nós também recebemos o melhor!
Me desculpe se pareceu muito íntimo, mas isso foi importante para mim. E não foi a primeira vez que fiz isso numa história minha, mas foi a primeira vez que eu falei abertamente...
A verdade é que estou tentando me abrir e ser uma escritora mais próxima, de verdade, de vocês.
Por isso, caso não tenham visto, já digo: decidi aceitar o meu verdadeiro eu. Meu verdadeiro nome. Conversando,eu percebi que há algum tempo venho me anulando como pessoa. Meu insta de estudos é "nome fake", meu Wattpad é "nome fake". Há algum tempo eu não venho tendo coragem de me mostrar para vocês, para mim mesma para falar a verdade.
Então tudo é um processo. E eu estou começando o meu agora. Estou dando um passo de coragem para me aceitar... estou dando um passo para aceitar que se quero uma nova vida, tenho que ter novas atitudes!
Por hoje essa é minha atitude! E vamos devagar e sempre...
Com o tempo tomarei mais coragens... Acompanhem e esperem que talvez venham novidades por aí!
Agora, PRAZER queridas leitoras lindas, podem me chamar pelo meu verdadeiro nome: Diulia.
Sim, se lê como se fosse Giulia (que tem som de D no italiano). Uma ousadia brasileira que recebi por parte dos meus pais rs...
Muito obrigada por todo o carinho de todas vocês! E até o próximo capítulo que será o último!
