Miss You

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"Deveria estar rindo, mas há algo de errado
E eu entendo quando as luzes se acendem
Droga, talvez eu sinta a sua falta.
Só assim eu fico sóbrio,
Estou me perguntando: "Acabou? "
Talvez eu estivesse mentindo quando eu lhe disse: "Tudo está demais, tudo está sensacional"
E todos esses pensamentos e sentimentos
Um brinde a isso se você não precisa deles."
— Miss You (Louis Tomlinson)

Karla Camila Cabello Estrabao point of view

Contos de fadas sempre me encantaram, desde que me entendo por gente, histórias onde o final feliz existia e o amor era a chave de tudo; um mundo perfeito, diferente da triste realidade que vivemos. Aos quatro anos tive minha primeira festa de aniversário, o tema? A Bela e a Fera, meu conto favorito da Disney, lembro-me que papai se fantasiou de Fera e me comprou um esvoaçante vestido amarelo, dançamos tanto naquela tarde que meus pés doeram durante dias depois.

Embora eu seja uma fã assumida do famoso "felizes para sempre", sempre soube que nunca viveria algo do tipo, um amor capaz de ultrapassar barreiras e obstáculos, algo tão intenso que poderia se tornar a razão da minha morte ou o motivo para que eu vivesse. Contos de fadas eram lindos porém fantasiosos e perigosos, nos induzem a querer algo tão precioso e raro quanto uma Painita autêntica; o amor incondicional. Dessa forma, mantive os pés no chão, mesmo que minhas inclinações românticas fossem duvidosas.

Com o passar dos anos, conforme fui ganhando mais idade, aos poucos me tornei um tanto frígida em relação ao amor, não que eu duvidasse de sua existência, pudera, meus pais eram provas vivas do tão poderoso sentimento! Entretanto, em minha busca por manter minhas perspectivas baixas, me convenci que talvez não pudesse encontrar um amor como o deles, com sorte encontraria alguém por quem me apaixonasse, mas nada que chegasse ao nível do amor. De qualquer forma, mesmo aceitando que o amor não era para mim, eu ficava feliz em ver outras pessoas vivendo com e por ele, e ver Dinah Jane Hansen, minha melhor amiga, amando era a coisa mais linda e reconfortante do mundo, afinal o sentimento era recíproco.

Os olhos castanhos de Dinah brilhavam mais do que qualquer diamante da Tiffany & Co, ela falava e sorria com tanta sinceridade que seu rosto todo estava iluminado, tal alegria tão evidente e contagiante que vez ou outra atraía olhares alheios para nossa mesa. Estávamos no Signora Clementine, um ótimo restaurante italiano localizado no centro de Miami, pertinho de onde morávamos. Dinah tinha me chamado para jantarmos ali, segundo ela tinha me uma novidade para me contar, e parece que exigia comemoração.

— Ah, Chancho! Nunca fiquei tão feliz assim na minha vida. Estar com ela é...incrível. - suspirou e se calou. Abri um pequeno sorriso.

— Fico feliz que você e Normani tenham enfim se acertado, formam um casal incrível, não consigo imaginar alguém melhor para qualquer uma de vocês duas. - digo sincera enquanto pegava sua mão em cima da mesa e apertava levemente. — Vocês merecem toda a felicidade do mundo, Chee.

Dinah devolveu o sorriso e apertou um pouco mais minha mão, seus olhos brilhantes caíram um pouco e tornaram-se receosos e cabisbaixos. Apertei novamente a mão dela, na tentativa de trazer novamente aquela felicidade ao seu semblante, mas ela apenas me olhou e sorriu fraquinho.

— Você é tão incrível, amiga, e eu te amo tanto...

Sorri com suas palavras pois sabia que eram verdadeiras. Dinah era uma das pessoas que eu sabia que independente de tudo, sempre estaria ali por mim. E com toda a certeza eu faria de tudo por ela também.

— Ei, o que foi, Chee? - pergunto alarmada quando ela limpa rapidamente uma lágrima que escorre por sua bochecha.

— Normani me chamou para morar com ela e eu aceitei. - falou de uma vez, apertando firmemente a minha mão.

Carpe Diem [Intersexual] - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora