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Sana soluçava alto por causa do choro, a cada passo a loira se encontrava mais perto de sua morte. A cada vez que se lembrava das cenas vistas pela mesma a dor só aumentava.

•°Flashback On°•

- Socorro! - uma senhora jogada no chão, berrava desesperadamente com o rosto encharcado pelas lágrimas - Alguém me ajuda!

- CALA BOCA SUA VADIA, EGOÍSTA - e há um homem retirando suas roupas com brutalidade.

- Sana... - sua voz saiu em um fio, quase inaudível.

Sana já se encontrava aos choros por não poder ajudar sua mãe.
Correu à procura de ajuda, mas era difícil encontrar alguém na madrugada ainda vagando pelas ruas.

Já havia tentado ligar para a polícia, mas seu celular havia descarregado. Foi até um orelhão alí perto mas era impossível ligar para alguém com os fios do mesmo cortado.

Droga!

Naquele momento ela odiou as pessoas que fizeram aquilo, mesmo não sabendo quem era.

Ainda correndo para encontrar algo que a ajudasse, ela passou rapidamente por alguns entulhos e no meio de todo lixo havia toras de madeiras. Pegou uma delas e correu de volta pra onde sua mãe estava.

Mas já era tarde demais. A mais velha se encontrava sangrando sem respiração alguma. E o desgraçado do estrupador saiu ileso, sem nenhum arranhão.

•°Flashback Off°•

Isso foi tudo para que Sana não tivesse mais nenhuma força para continuar.

Semanas atrás havia perdido o seu pai por estar doente demais e acabar não sobrevivendo. Anos atrás o seu irmão mais novo sofreu um acidente que infelizmente o levou até a morte, e agora a sua mãe...

Ela pensava em ainda viver e tentar esquecer tudo? Sim, pensava, mas no momento ela estava fora de sí.

Seus pés já estavam quase flutuando, seu corpo estava suspenso apenas pelos calcanhares, e se balançava levemente pra frente e pra trás sentindo alí o vento frio daquela madrugada.

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Dahyun andava pelas ruas despreocupada com o horário, o capuz que tinha sobre a cabeça fazia com que seu rosto desaparecesse.

Até que a sua atenção foi chamada para um prédio abandonado.

Parecia ser um ótimo local para ficar depois de ser expulsa de casa, sem suas roupas, comida ou água.

Como ela iria viver naquela situação? Nem a mesma sabia, talvez iria para a casa de um amigo ao amanhecer. Subiu as extensas escadas para ver a luz da lua e das estrelas, ela fazia isso desde pequena, simplesmente amava observar as coisas naturais.

Assim que subiu viu uma garota na beira do prédio, mas oque ela estava fazendo aquela hora alí?

ESPERA!

Correu até a moça de cabelos loiros e segurou na cintura da mesma a puxando para longe dali.

- O que você pensa que está fazendo? - a loira pareceu não entender, como aquela menina baixinha conseguiu fazer aquilo? - Sabe que essa não é a saída né?

A loira apenas deu de ombros indo para o mesmo lugar de antes.

- Eu não vou deixar! - a menor segurava no braço da mais velha. - Você não pode fazer isso!

- Por que não? Você nem me conhece por que se importa? - a maior tira o braço das pequenas mãos de Dahyun.

- Eu não te conheço, mas você deve ter sua família né? - a mais velha parou imediatamente de andar - Não é?

- Não, eu não tenho mais uma família. E mesmo se eu tivesse, você não deveria estar aqui.

Sana se aproxima de Dahyun e a menor não pensou duas vezes antes de atirar com seu teaser.

- Desculpa, deve ter doído.

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Pov's Sana

- Pode trazer ela, já arrumei um quarto pra vocês - uma voz grossa foi audível.

Eu tinha acabado de acordar, e senti meu corpo dolorido. Sim continuei de olhos fechados - estava sendo carregada por aquela guria baixinha - eu não tinha mais forças pra lutar contra, estou esgotada.

Eu não sei se deveria agradecer ou não por ela ter interrompido o meu quase suicídio. Acho que dessa vez vou preferir ficar com o NÃO agradecer.

Ela me colocou em uma cama e pôs o lençol por cima de mim. De acordo com o barulho dos passos e da porta abrindo e fechando supôs que ela já havia ido. Me levantei e...

- Ai sua.... Grrrr!

- Você é uma péssima atriz sabia? - disse ainda em pé ao lado da porta.

- É, eu sei disso. - me sento na cama que estava atrás de mim e a baixinha se aproxima.

- Olha, eu sei que pode ser estranho, mas, você pode ficar aqui por enquanto.

- Não me leve a mal, mas é muito estranho, até porque não conheço você e nem o dono da casa - a menor se senta ao meu lado. - Espera... porque você atirou em mim? E porque me trouxe pra cá?!

Ela estava encarando o nada.

- Quer uma resposta? - passou a olhar pra mim e eu assenti - Eu não sei.

WTF!

- Como assim?! - dessa vez não posso negar que eu penso que essa garota é anormal

- Tá, eu sei que é fora do comum e estranho - ela respira fundo - mas eu não podia te deixar lá.

- Mas antes você ter me deixado lá - me levantei e fui em direção a porta.

- Você acha mesmo que eu iria deixar de ajudar alguém? - ela aumentou a voz - Ainda mais depois do que você disse?

Rapidamente lembrei do que eu tinha falado, droga... eu tenho que ir embora daqui.

Virei para a criatura pequena que estava aguardando eu dizer algo.

- Existe várias pessoas com o mesmo caso que o meu, então, não é novidade, você não precisa se preocupar comigo - abri a porta - Tchau!

Estava saindo pela porta e estranhei que pela primeira vez desde que aquela guria me encontrou ela não tentou me impedir de fazer algo. Finalmente!

Starting Over~•° ×SaiDa×Where stories live. Discover now