Cinco

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Ao se darem conta daquela confusão, alguns guardas puxaram rapidamente suas espadas, voltando-as para aqueles que insistiam em apoiar o tal regicida que permanecia com sorriso maléfico no rosto mesmo que a lâmina da espada tocasse sua pele

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Ao se darem conta daquela confusão, alguns guardas puxaram rapidamente suas espadas, voltando-as para aqueles que insistiam em apoiar o tal regicida que permanecia com sorriso maléfico no rosto mesmo que a lâmina da espada tocasse sua pele.

"Ora, vejam quem resolveu aparecer!" O tio disse com escárnio baixando sua taça sobre a mesa. "Estava começando a acreditar que tinha morrido de frio em algum canto de Alvindor."

"Sinto muito por desapontá-lo." O jovem Príncipe declarou apertando com força o cabo de sua espada ao dar os primeiros passos dentro da sala de jantar.

"Poderia pedir para seu caro amigo aqui abaixar a espada para que possamos ter uma conversa civilizada?", o tio pediu ao entrelaçar seus dedos sobre a mesa e lançar um breve olhar de esguelha para o Rei Gael ao seu lado, sem reconhecê-lo.

"Bem que eu queria." O Príncipe riu pelo nariz baixando brevemente o olhar ao chão parando no meio da sala. "Você sabe muito bem que o preço de uma traição assim é a perca da cabeça."

"E se não quiser tê-la cortada agora, aconselho pedir a seus homens que baixem as armas." O Rei Gael pronunciou forçando sua espada cada vez mais contra a garganta de seu tio para provar que não estava blefando.

O tio engoliu em seco fazendo um breve sinal pra que seus homens de confiança para que se rendessem, obedecendo prontamente.

"Acredito que agora seja sua vez de fazer o mesmo." Ele murmurou fitando o Rei Gael de esguelha com desconforto ao engolir em seco.

Gael desviou seu olhar brevemente para o Príncipe parado no meio da sala, se lembrando do momento em que ele esteve na mesma posição de todos aqueles sentimentos amargos que o preencheram. Mesmo depois de anos, sua vontade de acabar com aquela ameaça era a mesma, porém aquele momento sentado tão próximo ainda fazia parte de sua família e havia outros meios de colocar um fim aquela história de usurpação ao trono.

"Guarda!", o jovem Príncipe chamou aquele que estava próximo. "Escolte os rebeldes até a torre leste, onde ficarão presos até o fim do mês e avise o restante do castelo sobre o ocorrido."

O silêncio envolveu a sala até que todos os guardas deixassem o lugar.

"É um banquete e tanto para apenas uma pessoa." O jovem Príncipe declarou ao passar seus olhos rapidamente sobre a mesa. "Uma maneira muito egoísta de comemorar o Natal."

"O Natal não, sua suposta morte." Seu tio lhe corrigiu ao se recostar em sua cadeira, tamborilando seus dedos no braço dela.

"Vejo que seu primeiro ato como Rei foi quebrar uma das nossas tradições."

"É assim que se criam novas." O tio rebateu abrindo um sorriso lateral ao encará-lo. "Poderia aprender algo com isso."

"Com certeza aprendi muitas coisas nesse breve momento em que você mal se sentou em meu trono." O Príncipe respondeu ao se aproximar, parando bem à frente de seu tio, guardando sua espada em sua bainha e se apoiando na mesa. "E te garanto que muitos outros que virão após mim também aprenderão com seu erro."

Liena adentrou a sala correndo, esbaforida quase tropeçando em seus pés, intrigada com aquela cena, parando lentamente ao chamar a tenção do tio que desviou a atenção do Príncipe ao inclinar a cabeça para vê-la melhor. Ela encontrou o Rei Gael atrás da cadeira em que o tal tio permanecia sentado com tensão e reconheceu em seu olhar o que deveria ser feito.

Ela não poderia dizer que estava pronta para aquilo, já que tudo dependeria do que fizesse a seguir, mas de qualquer maneira só havia ela para terminar o serviço que tinha lhe sido incumbido.

"Alteza?", ela chamou calmamente sentindo sua garganta se apertar.

Ele ergue as sobrancelhas ao fitá-la sobre seu ombro entendendo que o castelo tinha sido tomado novamente e que seu reinado estava garantido.

"Está tudo bem?", ele perguntou se virando para ela, sem perceber que sua versão mais velha retirou o tio de seu lugar e o levou para longe dali.

"Precisava lhe entregar algo." Ela respondeu retirando um colar igual ao que usava com pingente em formato de coração do bolso do casaco. "Isso é seu, para que volte ao dia de hoje no momento certo."

"É mais pesado do que imaginei." Ele comentou ao segurá-lo com cuidado, examinando-o de perto.

"Guarde-o e mantenha-o em segurança, pois será de muitos outros depois de você." Liena pediu fechando os dedos do Príncipe em torno do pingente. "Tenha um bom Natal e um grande reinado."

Ela se afastou e abriu seu próprio pingente, girando as pequenas engrenagens até chegar na data que a levaria para sua época e deixou seu dedo ser picado, vendo a gota de sangue escorrendo por seu interior e uma luz branca a envolver.

O Príncipe assistiu aquela cena, vendo o corpo de Liena desaparecer gradativamente até não restar mais nada a sua frente, deixando-o sozinho naquela sala escutando as doze badaladas do relógio indicando a chegada do Natal e uma nova era para Alvindor.

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Total: 4.919 palavras.

**Hello Folks! E acabou

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**Hello Folks! E acabou. Eu ainda estou na dúvida se vou me inscrever no desafio, pois não estou mais certa de que esse conto se enquadra no tema. De qualquer forma, amei escrevê-lo, me deixando com mais vontade de poder colocar no papel minhas ideias para uma história maior com a ideia de volta no tempo e realeza. Mas, por enquanto terei que me aguentar o máximo possível já que há outras que precisam ser terminadas. Esperam que tenham gostado e aproveitado essa viagem assim como eu. Beijos e desligo.**

A Sociedade do Coração Flamejante (Completo)Where stories live. Discover now