Capítulo 20

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Algo tinha acontecido.

Em um determinado momento eu estava curtindo meus últimos dias nesta cidade, aproveitando cada risada que alguém naquele seletivo grupo de amigos dava. Éramos quatro, quatro justiceiros lutando para esquecer tudo de ruim deste mundo e dar espaço para a alegria entrar. Estávamos como sempre quisemos estar: Sentados no chão daquele bosque, descalços, com as mãos dadas e rindo até mesmo do vento que passava. O Sol estava nos dando uma luz incrível, que além de estar cheia de nutrientes benéficos, também serviu para nos manter mais alegres ainda.

Bela passava a todo o momento a mão no cabelo, com medo de alguém, de brincadeira, ter colocada terra no mesmo. O cabelo de Bela era lindo, e combinava totalmente com seu estilo de se vestir, uma mini roqueira com um cabelo cacheado. Ela não tem idéia de como sentirei falta do seu cabelo, do seu estilo. Billy viajava, viajava tanto que parecia um astronauta, ele sempre foi um daqueles caras que demoravam horas para entender qualquer piada lançada na roda, de óculos e aparelho, me fazia imaginar como ele ficaria sem os dois acessórios, quando daqui a um ano fizesse sua cirurgia no olho, quando daqui a alguns meses tirasse seu aparelho e eu acompanhasse tudo aquilo somente por foto em redes sociais.

Quem estava quieta era Celeste, chorando todas as horas que olhava para mim. Declaro Celeste minha melhor amiga e jurei que nunca a esqueceria ou passaria um sequer dia sem mandar alguma mensagem, nem que seja um bom dia. Loira como as pétalas de um girassol, possuía sardas em seu rosto lindo, admirado por todos a cada momento em que falava. O único momento em que Celeste deixou as lágrimas e se afundou em risadas, foi quando fomos marcar na árvore nossas iniciais: B de Bela, B de Billy, C de Celeste, e E de Emilly, BBCE, parece até nome de canal de televisão. Rimos muito marcando as iniciais até Bela lembrar-se de Glauber — um dos nossos amigos que não estava ali — e ir-se procurar outra pedra para marcar sua inicial, pois a pedra que utilizamos a jogamos no pequeno rio em frente ao bosque, em uma brincadeira de quem joga a pedra mais longe. Vou sentir saudade de tudo isso, das risadas, dos estilos, da forma pacifica de se viver, do ar puro, das fofocas, literalmente de tudo.

Ouço meu celular ligar, era Glauber, sabia que ligaria depois de ter realizado uma prova no colégio. Era uma prova decisiva.

— Alô? — eu disse até escutar o choro.

—Me ajuda, por favor! Ajuda-me, por favor! — dizia repetidamente, enquanto chorava a cada silaba dita.

—O que houve? — digo preocupada, fazendo todos ficarem com os olhos atentos a mim. —Primeiro se acalma Glauber, e me diz o que houve.

Fui estuprado! Repito, fui estuprado!

Continua no próximo capítulo. 

Isto foi uma amostra do que virá em breve em Kyouki. Siga-me nas redes sociais para não perder o seu lançamento! No instagram: @Geovaanne ou por aqui mesmo no Wattpad. 

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