Capítulo 5

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Notas: Olá, esse capítulo é drama puro, sofram! Até agora para mim foi o mais difícil de escrever e ele ficou enorme, foi necessário, mas isso se deve a uma surpresinha yay! E a música que tem nesse capítulo foi a que inspirou o nome da fic! Espero que gostem do capítulo, por favor votem e comentem se isso acontecer, beijos e uma boa leitura!

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Eu caminhava ofegante pelos corredores, desnorteado, abalado. Os olhos de Louis apareciam em minha mente como flashes. Eu não conseguia respirar, era como se meu pulmão estivesse cheio de alguma substância que impedia a entrada e a saída do ar, meu corpo tremia dos pés a cabeça. Eu não sabia onde estava, como corredores vazios podiam ser tão barulhentos? Ou eram apenas meus pensamentos? Eu não saberia dizer, tudo a minha volta havia desmoronado, e eu não sabia onde aquilo terminaria. Eu nunca havia sentido o que eu senti quando beijei Louis pela primeira vez, mas dessa vez foi diferente, foi mais intenso, como se toda a tensão que ainda existia entre nós fosse quebrada ali, nos deixando totalmente expostos e vulneráveis um ao outro. Finalmente respostas, mas todas incompletas. Quando não me aguentava mais sobre minhas pernas eu me sentei encostado na parede, abraçando minhas pernas e batendo com a testa nos joelhos. Queria que de alguma forma tudo isso me deixasse, todas essas emoções, tudo que não podia ser explicado. Eu me negava a permitir lágrimas deixassem meus olhos, não choraria.

Depois de meu corpo se acalmar, e minha mente se esvaziar, continuei sentado ali, olhando para a parede oposta, uma vez ou outra alguma das frases de Louis ecoando em minha cabeça “eu nunca senti isso antes” “você não entende, Harry”. Minutos depois eu percebi não estar mais sozinho, alguém havia sentado ao meu lado, mas eu não tinha me dado o trabalho de ver quem era, apenas o olhei quando ouvi sua voz.

— Tá tudo bem, Harry? — Ed falava calmamente.

— Não — eu precisava desabafar com alguém, poderia contar com ele?

— O que houve? — Ele perguntou olhando em meus olhos.

— Não sei se devo contar. — Respondi fechando os olhos.

— Prometo que não vou te julgar, vou apenas ouvir, sou um ótimo ouvinte.

— Jura?

— Juro.

— Eu não sei por onde começar. — Falei esboçando um sorriso em meio às lágrimas, que estavam prestes a caírem, funguei, tentando reprimi-las.

— De onde você achar que fica melhor — ele me disse sorrindo. — Pode começar me dizendo, sobre o que é ou quem.

— Ok — Respirei fundo — É sobre o Louis, você sabe o nosso monitor.

— Sei, continue.

— Eu conheci ele no primeiro dia de aula, me apaixonei instantaneamente como eu sempre faço, mas depois descobri que ele tinha uma namorada e fiquei decepcionado. Eu tentei não pensar nele dessa forma, mas toda vez que eu o via, eu sentia como se uma descarga elétrica corresse por todo meu corpo, toda vez que ele me olhava, sentia como se eu estivesse em uma tempestade em alto mar, perdido naquele oceano que chamam de olhar — eu já não conseguia mais segurar as lágrimas. Elas escorriam quentes pelas minhas bochechas, me fazendo corar. Sempre odiei chorar, chorava o mínimo que podia, e eu nunca tinha chorado em frente a ninguém, eu me sentia um fracassado por expor as minhas emoções desse jeito, com o rosto umedecido e soluçando alto.

— Ta tudo bem Harry, não precisa continuar se não quiser. — Ed disse afagando meu ombro.

— Eu quero continuar, eu preciso. — Agora eu havia começado, teria que terminar. Esfreguei a manga da camiseta no rosto, e continuei a falar. — Eu fui em uma festa ontem, bebi muito, eu estava me sentindo deslocado, procurei um lugar vazio no local da festa, e me isolei, só que por ironia do destino o Louis apareceu — parei por um tempo enfiando o rosto entre as mãos. — E eu não consegui me controlar e o beijei. Sabe, eu esperava que tudo de errado acontecesse, que ele me batesse, que me humilhasse, mas a coisa mais errada de todas aconteceu, ele retribui, e depois foi embora sem dizer nada, me deixando mais confuso do que nunca. — Eu cuspia as palavras como se fossem veneno, eu queria tanto que elas saíssem de mim e desintoxicassem minha alma.

DelicateWhere stories live. Discover now