Capítulo 3

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Pela manhã, bem cedo, quase fui chutada para fora da cama, por um jegue turrão. Sendo assim, meu dia foi ocupado pelos afazeres domésticos, enquanto Eliott cuidava dos animais do curral, algo muito familiarizado com ele.

Após esse extenso dia, deitei-me na cama exausta, apenas aguardando as indagações do meu amado "marido". Enquanto este banhava-se, aproveitei a oportunidade para observar mais do quarto, algo não muito memorável, já que essa será a nossa última noite nesse recinto.

Para um lugar extremamente brega, esse quarto custa muito caro, pois possui apenas uma cama média, que não chega a ser de casal, um criado mudo com duas velas de Candeal. Tendo o acréscimo de ter o esplêndido banheiro minúsculo.

Sou despertada do meu transe pela voz de Eliott.

— Amanhã ao raiar do dia partiremos, por isso, sem atrasos — proferiu vestindo um calção minúsculo, me dando a visão nada agradável, posso dizer. Tendo em vista, que essa roupa é do filho da dona da casa, algo muito incomum em se vê.

Para o meu bel-prazer, consegui pegar no sono após o banho da Antártida, congelando até os meus miolos.

Enfim, algo incrível aconteceu durante a noite. Enquanto estava sonhando acordada, senti braços me envolverem, me despertando da minha sonolência. Todavia, não me contrapus ao seu gesto, pois o senti quente, aparentando está com febre. Nesse ato, tentei ao máximo movimenta-me em silêncio, para não o despertar. E constatando o seu rosto sereno perto do meu. Envolvi meus braços em volta dele, transmitindo todo o meu calor, para amenizar o frio que ele está sentido pela febre.

Ao alvorecer, também fui a primeira despertar, algo incomum de acontecer. Toquei com minhas mãos suavemente em sua testa e, constatei a febre persistente. Com calma saí da cama, sem acordá-lo, para buscar a senhora da casa. Assim, minutos depois chegamos ao quarto, com panos umedecidos na água gelada com ervas, colocando este em sua testa, diminuindo a temperatura.

A mulher mandou-me dar-te de comer algo parecido com uma canjica, mas de plantas medicinais. Abri sua boca calmamente e introduzir com cuidado cada colherada. Ao entardecer ele já estava suando, sinal de melhora.

Sentei-me na cama e suspirei aliviada, com o pensamento, se esse homem morresse, com toda certeza meu pai não me veria nem pintada de ouro, ainda mais sabendo do meu desleixo para com o meu "marido".

— Ondina... — Ouvi a sua voz em um tom baixo.

— Chi.... — O deitei na cama, já que este estava sentado. — Descanse, precisamos viajar amanhã. O dono dessa casa está insatisfeito com os gastos e, você precisa estar forte.

Após a minha fala, ele voltou a pegar no sono, me tranquilizando.

Me deitei no leito e adormeci logo em seguida.

— Ondina, Ondina... Acorde. — Ouvi me chamarem, mas estava com demasiado sono para me levantar.

— Só um minuto — murmurei inconsciente.

Sinto cosquinha na minha barriga subindo em direção ao meu peito, enquanto me contorcia em diversão, bati na mão que ousou atravessar esse caminho.

Abri os olhos e encarei Eliott, que estava, também, sorrindo em divertimento.

Que sorriso lindo — pensei involuntariamente.

— Apresse-te, ainda temos muito caminho pela frente. — Caminhou para fora do quarto.

Caí na cama em desgosto, imaginando o dia duro que teria pela frente.

— Que reino é esse que demora tanto para uma pessoa chegar? — Fiz muxoxo

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— Que reino é esse que demora tanto para uma pessoa chegar? — Fiz muxoxo.

— Você já me fez essa pergunta.

Algumas horas depois, estávamos nós a caminhar pela floresta úmida, com imensos galhos secos, que mais pareciam carapaças de bichos selvagens. Entretanto, se estivesse sozinha já havia tido um ataque de raiva nesse lugar, pelo estresse que me encontro.

Enquanto encarava os lagos esverdeados, com limos por toda a extensão, trazendo-me ânsia de vomito. Preferia ter ficado na outra mata, que tinha possibilidade de cultivo. Algo muito diferente dessa, que mais se assemelha a morte.

— Provavelmente, amanhã ao anoitecer chegamos em casa — falou sem delongas.

Não respondi, apenas continuei a andar normalmente.

Ao entardecer, Eliott me ajudou a subir em uma imensa árvore com galhos grossos e espessos, dizendo ele termos encontrado um ótimo acampamento.

Depois de estarmos acomodados e, protegidos pelas folhas do galho acima, ele tirou um pão duro e dividiu em dois, pegando algumas frutas esquisitas para comermos.

Enquanto comia, olhei para o vasto céu, contemplando a sua serenidade. Era igual às vezes em que me sentava no jardim do castelo com meu pai para observar as estrelas, algo muito comum entre nós, já que a mamãe morreu no meu nascimento.

— Por que tanto repara o céu estrelado? — perguntou em supetão.

— Relembrando o passado — apenas respondi serenamente.

Ele não comentou mais nada, apenas ficou me encarando com um olhar esquisito.

Pouco tempo depois já estava cochilando, tendo tempo de senti ele perto de mim para adormecemos juntos.

Na noite passada não reclamei sobre a sua aproximação por causa do frio, nada além disso

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Na noite passada não reclamei sobre a sua aproximação por causa do frio, nada além disso.

— Se continuamos caminhando nesse ritmo chegaremos em casa em quatro horas.

— Quatro? — falei em desgosto.

Enquanto andávamos igual a condenados, observávamos os poucos camponeses que iam parecendo, algo muito sutil, já que estamos em uma região deserta.

Não acredito que vou ter que me misturar com essa gente — pensei indignada.

Para minha felicidade ou não finalmente chegamos ao barraco, literalmente.

Nunca vi casa mais acabada que essa.

A cabana é construída em tijolos secos, pequena, pelo menos é o que aparenta por fora. Com um telhado gasto e uma cortina em vez de porta.

— Por que essa casa não tem porta?

— Não vejo necessidade, já que essa região é bastante segura.

Louco — veio essa palavra como reflexão.

Por incrível que pareça estamos em uma área plantio, perto da cidade. Pena que essa parte seja tão inabitada, pois daria uma belíssima aldeia.

— Venha — chamou-me enquanto entrava na residência.

O local é apertado, não tendo um candeeiro, apenas sendo iluminado pela pouca luz natural que restava. Tendo um cômodo somente, com uma cama de feno, nada confortável, e uma lenha ao que parece para nos aquecer e cozinhar comidas.

— Essa é sua casa? Que pobreza, obrigada, mas não vou morar em um lixo como esse — afirmei sem me importar com seus sentimentos.

— Não te dei escolha. Vou procurar algo para você cozinhar, antes que escureça. — Ignorou-me totalmente e saiu da casa.

Rir em raiva e aguardei a sua chegada, com vários alfinetes para atacá-lo.

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Olá gente, espero que estejam gostando da história, até a próxima. E não esqueçam de votar e comentar, beijos.

Rei Bode - Uma Princesa Em ApurosWhere stories live. Discover now