48. A quem proteger....

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48. A quem proteger...

Eu admiro aqueles que conseguem sorrir com os problemas, reunir forças na angústia, e ganhar coragem na reflexão. É coisa de pequenas mentes encolher-se, mas aquele cujo coração é firme, e cuja consciência aprova sua conduta, perseguirá seus princípios até à morte. - Thomas Paine


Eles corriam como se suas vidas dependessem disso. Não se importavam em estar ou não passando pelos sinais vermelhos, apenas tomavam cuidado para não ferir ninguém. Com a ajuda de Tatsuo, conseguiram pegar uma Van do prédio emprestada, onde se espremeram para caberem. Ukai dirigia, seguindo as direções que Kageyama indicava.

_Conseguiram contatar todos? –Perguntou pensando nos possíveis cenários que os aguardavam.

_Não consigo falar com meu irmão. Seu celular está desligado, mas é provável que esteja na faculdade. –Disse Tsukishima, lembrando-se que o irmão nunca estava em casa naquele horário.

_Não consigo entrar em contato com meu amigo. É raro ele desligar o celular. Ele deveria estar em casa agora. –A voz de Tanaka soava preocupada.

Eles se aproximavam do local, foram diminuindo a velocidade gradativamente, escondendo suas auras e cheiros para não serem descobertos. Aqueles foram os minutos mais angustiantes de suas vidas. Quando foi possível ver o terreno que estavam adentrando, Kageyama foi atingido pela tênue ligação que conseguira reestabelecer com Hinata.

Ódio. Medo. Dor. Culpa. Preocupação. Esperança. Alívio. Mesmo que o elo estivesse frágil, os sentimentos eram arrebatadores o suficiente para ter que usar de toda sua concentração em não perder o autocontrole. Respirou fundo, capitando as essências ao seu redor. Quando estacionaram, as palavras do moreno retumbaram naquele pequeno ambiente.

_Temos dois reféns. Este é um antigo depósito, há apenas duas portas. Vamos entrar pela da frente. Ao adentrarmos, a menos que eles estejam armados ou coloquem a vida de alguém em perigo, iremos atacar com tudo. Os ômegas deverão ficar aqui, pois serão afetados pelos feromônios. –Falou antes de descer da van vendo todos assentirem em concordância. Ninguém ousaria questionar suas palavras neste momento.

Chegando em frente á porta, Kageyama deixou o ódio tomar conta de seu ser. Os feromônios dos inimigos estavam fortes e exalavam puro desejo sexual, o que apenas serviu para trazer o que há de mais animalesco nos integrantes do Pack.

Usando um chute potente, a enorme porta fora derrubada com um estrondo, chamando a atenção dos seis homens no local. Seus olhos passearam pelo enorme cômodo, até pararem nas duas figuras espancadas.

 Assim que reconheceu uma delas, eles se arregalaram, chocados. Sua visão se tornara um borrão roxo. Kageyama sentiu uma raiva tão violenta, que esta obstruiu qualquer outra percepção. Ele parou totalmente de pensar, apenas o instinto assassino o guiava.

_Eu vou matar vocês, seus bastardos. -Um aterrador feromônio se espalhou pelo local, fazendo o ar ficar mais pesado, era diferente de qualquer outro que já foi sentido... E ali todos souberam. Estavam diante do predador supremo.

Uma corrente elétrica perpassou pelos seus corpos. Foram segundos para que seus instintos gritassem alertando um perigo fatal. Acreditaram ser somente por estarem presenciando algo incomum, mas Kageyama transpirava perigo, era sufocante, esmagador, os adultos se sentiram diminuir a cada segundo, ficaram indefesos, o medo crescia na mesma velocidade que o garoto se aproximava deles.

Com um rosnado, o moreno partiu para cima, sua intensa raiva passando pelo vinculo do Pack e sendo bem recebida por eles. Em um segundo, estava no chão, sentado sobre o corpo do homem, socando-o impiedosamente. Teve uma leve consciência de seus colegas entrando em outras brigas.

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