Capitulo 22 • Madrugada maravilhosa

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Ambar Smith

Engulo mais um comprimido e bebo a água rapidamente como se minha vida dependesse disso, era uma das vitaminas que o médio de La Plata mandou eu tomar. O enjoo era demais. A barriga que agora parecia querer aparecer mais atrapalhava na hora de dormir. Comecei a dormir mais, mesmo que esteja apenas no quinto mês. Estávamos em dezembro e eu ainda sentia frio. Eu nunca mais vou querer ficar grávida outra vez.

Faltavam quatro meses e eu já estava pirando. O maior quarto de hóspedes havia virado um depósito para todos os presentes que ganhava de Emília, isso incluía brinquedos, roupa e um enorme berço, o que me deixou surpresa. Emília era completamente louca de me dar um maldito berço.

Simon prometeu que me ajudaria a pintar o quartinho para ficar mais infantil. Viramos uma espécie de "amigos carinhos", não nos beijavamos - apenas no rosto - e não transamos. Os abraços e os carinhos eram melhores do que nada.

Todos os dias, pedia para que Simon viesse aqui em casa contar como foi seu dia e me ensinasse a cozinhar, mas hoje nessa questão de ele vir aqui eu passo. Posso escutar os gritos dele com alguém no telefone e essa energia negativa eu não quero aqui em casa, nem para mim e nem para meu filho.

Espero que ele esteja melhor amanhã, pois preciso dizer que marquei a próxima consulta com o obstetra e queria muito que ele fosse junto comigo, muito mesmo. E bem, ele prometeu ir comigo, espero que cumpra.

Volto para o quarto, de fechando a porta e indo para cama. Desligo o abajur e fecho os olhos tentando dormir e ignorar o enjoo que estava me derrubando aos poucos. Tinha deixado até um balde do lado da para para acidentes não acontecerem.

Não devo ter dormido mais que duas horas quando acordo de madrugada com o enjoo três vezes pior do que quando eu fui dormir. Sento na cama checando se tem sangue em algum lugar e respiro fundo quando vejo que não tem.

Coloco a mão na barriga e massageio, sinto algo se revirar e sei que o bebê. Sussurro palavras de conforto para nós dois, tentando o acalmar e me acalmar também. Respiro fundo algumas vezes enquanto tento me livrar das cobertas e ir até o banheiro.

Após ter vomitando a janta toda, escovo os dentes e puxo a descarga. Enxaguo a boca e saio do banheiro indo em direção a cozinha. Fico na ponta dos pés para alcançar a caixinha de remédios, quando consigo, coloco-a em cima do balcão procurando o remédio para enjoo.

- Droga, não!

Solto um pequeno gritinho quando vejo que não tem mais remédio. Eu deveria parar de me dopar e fazer uma cama do lado do vaso sanitário. Não acredito que uma cartela com seis remédios para enjoo foi em apenas uma semana.

Olho para o lado e vejo que a luz da cozinha de Simon está ligada. Seria uma boa telefonar e perguntar se ele tem algum remédio para enjoo na casa dele. Com certeza tem e pode trazer pra mim ou eu ir pegar.

Vou para o quarto e me sento na cama enquanto pego o celular no criado-mudo. Desbloqueio o celular e disco seu número que já sei de cor. Simon me fez decorar-lo caso aconteça alguma emergência e bem, agora é uma emergência.

No segundo toque ele atende:

- Oi. Ambar, você está bem?

- Ei. Acho que não. Eu... eu tomei todos os remédios para enjoo e não suporto mais. Queria ver se você tem algum aí.

- Ambar, eu já pedi pra você não se encher de remédio toda hora.

- Eu sei, mas eu estou muito doente. Você tem ou não tem? - Pergunto irritada. Estava cansada das pessoas me enrolaram.

- Ambar...

- Deixa! Eu vou em alguma porra de farmácia.

Desligo e saio da cama em direção ao guarda roupa, pego uma calça jeans que não apertava a barriga e um moletom. Quando iria tirar o camisetão que estava usando, a campainha toca. Podia ser Emília, já que Simon tem a chave e entraria sem a minha permissão. Enquanto andava até a porta, torcia para que fosse Emília.

Quando ia olhar pelo olho mágico, percebi que ainda não tinha colocado um e isso me frustrou. Se fosse um assassino eu estava ferrada. Abro a porta e vejo que Simon esta parada segurando algo. Tenho certeza que é a cartela de algum remédio.

- Posso entrar?

Sem escolha, recuo e dou espaço pra ele entrar. Fecho a porta devagar, quanto mais tempo demorasse, menos tempo precisaria falar com ele. De repente que está com raiva sou eu e não mais ele.

- Bem, seu remédio. Não toma tudo de uma vez, por favor.

Limpo a garganta antes de responder.

- Não vou. É só hoje. Obrigada. - Dou um sorriso falso e pego o remédio da sua mão.

Vou até a pia e pego um copo, enchendo de água. Tiro o comprimido da cartela e o tomo logo após empurrando com a água. Seco a boca com a palma da mão e me viro. Percebo que Simon esta me olhando diferente. Como antes de saber que eu estava grávida e eu era apenas sua "namorada".

Meu peito sobe e desce quando ele se aproxima. Pisco algumas vezes e saio do transe indo para o meu quarto, deixando-o plantado ali, foi infantil isso, eu sei, mas não queria ficar ali, não agora que ele estava saindo de um momento de raiva.

Surpresa me encheu quando vi que ele estava no batente da porta quando me virei. Guardei as roupas no guarda-roupa. Quando fechei a porta vi que Simon estava tirando a camisa.

- O que você está fazendo? - Pergunto confusa.

- Vou dormir com você.

- Mas você...

- Você está doente, eu vou cuidar de você hoje. Prometo ir embora antes do amanhecer.

Eu não quero isso, tenho vontade de dizer, mas não sai nada quando abro a boca.

Sem pensar aproximo e fico na ponta dos pés o beijando. Minhas mãos vão para sua nuca e as mãos de Simon vão para os meus quadris e vai baixando até as minhas coxas. Me levanta do chão e me leva até a cama.

Passamos a madrugada entre beijos, nunca beijei tanto na minha vida É nunca quis tanto não parar de beijar alguém. Sentia saudades disso, mesmo que não tenhamos feito amor. Os seus lábios já transmitiam o que palavras não podiam dizer e eu fico feliz que eles transmitissem isso diretamente para a minha boca.

~•~

Pensei em fazer algo mais caloroso, mas deixarei isso para os próximos capítulos...

Agora vai? Agora precisa ir!

Bjs da Camiz❤

pregnant | 🅴Onde histórias criam vida. Descubra agora