Capítulo- 29

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Foram dias difíceis e bem puxados, ficava toda vez dolorida no dia seguinte. Vocês pensam que é mil maravilhas? Não é nada disso não, queria ver vocês no meu lugar.

Bom, agora só nos resta esperar os resultados para que me aceitem no campeonato. Para piorar, tenho ansiedade e só vou saber o resultado
só amanhã, por que existe isso?

Ansiedade é a pior coisa que possa existir no ser humano. Tenho que manter muita calma, serenidade e plenitude para que chegue logo.

E por isso, vou nas lojas com a minha mãe para comprar um vestido, o baile de formatura é amanhã, para estragar mais a minha ansiedade.

Enquanto mexo no celular e penso nisso, minha mãe me grita lá debaixo.

-Frankie, vamos filha.

-Já estou descendo mãe.- desço correndo.- pronto.

Fomos a garagem, entramos no carro e minha mãe deu partida.

***

Muitas lojas depois, até achar o vestido que eu gostasse, voltamos para casa.

Subo, a porta do meu irmão está aberta. Passo lá e cumprimento Josh de longe, vou até ao meu cômodo favorito.

Josh entra no meu quarto sem dizer nada, senta na minha cama e olha o vestido e para mim. Respirou fundo.

-Eu não vou a formatura.

-Por que?- guardo o vestido no meu closet.

-O que aconteceu com a minha mãe, eu ainda tô sentido por conta disso.- vou até ele e me sento.

-Por isso mesmo que você vai ao baile, o que mais a tia Chloe queria. É você indo ao baile, e comigo ainda.- riu fraco.- e é o último ano nosso. Ano que vem já estamos indo para a faculdade, eu indo para o campeonato brasileiro se Deus quiser. Ela vai sentir muito orgulhosa lá de cima.

-Eu não vou na formatura Frankie. Formatura.- diz explícito segurando a raiva.

-Pode parar, o senhor vai sim na formatura. Você quer perder o seu diploma?- falo quase gritando.

-É que talvez o meu pai não venha a tempo, ok?!- ele grita.- já não basta a minha mãe ter morrido, meu pai talvez não venha.- eu vejo lágrimas escorrerem na sua buchecha. Engoliu seco.

-O seu pai vai conseguir vir sim!- digo calma e faço ele olhar para mim.- se ele não vier, lembre-se que você tem a segunda família que te ama muito.- se esbaldou em lágrimas.

-Talvez eu precise de um divertimento, eu vou para o baile e para a formatura.- não senti firmeza, mas não quero continuar discutindo com ele. Já o forcei demais.- me desculpe ficar bravo com você, o acontecimento da minha mãe me deixou abalado e tenho medo de não resistir.- dou um selinho nele.

-Você vai sim Josh. Eu tenho fé. Mesmo longe mantenha contato, por favor.- ele assente.- chega de decepção. Já pensou para onde vai estudar?- ele secava as suas lágrimas e eu também.

Enquanto eu falava, me levantava e indo na direção da escrivaninha segurando algumas cartas.

-Ainda não. Mas eu quero ir muito...- ele para de falar e vem até mim.- o que é isso na sua mão?

-Nada!

-Não se esqueça que o seu nariz mexe quando está mentindo.

-Tá bom, eu estou mentindo.

-A jura? Não sabia.- ele ri fingindo cara de surpreso e cruzando os braços.- vai, anda logo. O que é esse envelope?

-Fica quieto.- respiro fundo.- eu fui aceita na faculdade de São Paulo.

-Então espera aí, você está querendo me dizer que você vai voltar para o Brasil?- ficou sério do nada e eu preocupada.

-Surpresa.- ergo os ombros de leve e sorriso fraco celebrando.

Percebo que ele não está contente com a surpresa.

-Quando foi aceita? Por que não me disse? Quando vai embora?- coloca as mãos nos seus cabelos desesperado e se senta de novo na beirada da cama.

-Ei, calma, são muitas perguntas. Eu fui aceita mês passado, eu não sei o porque eu não te disse. Eu vou embora no meio de Janeiro.

-Eu fico feliz por você, mas poderia ter me dito que iria se mudar e muito longe por aliás.

-Nossa, que diferença de distância o campeonato né?- falo irônica.

-Disso eu sei. Mas o campeonato você ficaria por uns três meses e na faculdade você vai ficar...

-Cinco anos.

-Cinco anos?!- se levantou espantado e bravo.- veterinária?- assenti abaixando a cabeça.- Frankie, não fica assim.

-Meu melhor amigo e namorado, achei que eles aceitariam.- sinto o seu abraço, retribui.

-Desculpa amor, eu...- o corto.

-Eu que peço desculpa, eu queria ter te dito, só não entendo porque eu não te disse.

-Tudo bem, já que é melhor para você, só vou concordar e estar alegre junto.
Mas só me prometa uma coisa,- o olho.- me ligue pelo menos uma vez por semana e me conte tudo o que tem para dizer.- levantou mindinho e junto. Beijamos as nossas próprias mãos

-Pode deixar. Te amo.

-Eu também te amo Frankie.- o abraço mais um pouco e dou selinho.

Continuamos a conversar, até dar a hora de estudarmos.

Problems of the life {Concluído}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora