Episódio 07 - Verbotene Liebe, pt. 1

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Contrariando as falas relacionadas à região, e com a ajuda do drástico aquecimento global, o Rio de Janeiro apresentava um clima ameno naquela manhã de inverno. As janelas do apartamento estavam abertas, e um fraco vento levemente gélido adentrou o quarto onde Isabelle dormia depois de uma noite agitada.

Tal vento a fez acordar, ainda que seu corpo reagisse às bebidas da noite anterior. Seu corpo estaria despido por completo caso não fosse a calcinha negra de algodão que usava. Seus olhos continuaram fechados, mas sentiu um estranho calor vindo da direção oposta. Mastigou um pouco e deslizou sua língua pelo lábio inferior ressecado antes de tomar coragem para abrir os olhos; não queria se mover, mas estava curiosa para saber o porquê de parte da sua cama estar tão quente.

Chegou a imaginar que teria trazido alguém para casa depois do clube, o que não seria uma surpresa. Entretanto, por mais que afogasse sua mente na tentativa de lembrar de alguma aventura sexual, não teve êxito. Abriu seus olhos, por fim, com uma certa dificuldade e logo deu-se conta do que se tratava:

Havia um corpo descoberto, de costas, com longos cabelos negros que quase tampavam a alça do sutiã rosa que vestia. Percebeu que não recordava nenhum sexo ocasional por não ter existido um, mas deixou um sorriso escapar quando a realidade fez-se melhor do que a suposição. Patrícia dormia ao seu lado, tão calma quanto o sereno, e memórias da incrível noite que tiveram juntas a relaxou.

Preferiu enroscar seu braço na altura dos seios da outra e abraçá-la, do que pegar qualquer pedaço de pano para se cobrir. Voltou a repousar seu rosto tão próximo à Patrícia que foi capaz de sentir a textura de sua pele contra seu nariz, assim como seu cheiro adocicado.

Voltou a dormir.

Isabelle acordou pela segunda vez no dia

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Isabelle acordou pela segunda vez no dia. Mas, dessa vez, graças à voz de Patrícia:

— Urgh — resmungou, com seu celular nas mãos.

O chiado da outra fez com que sua mente regressasse à Terra e com que seus olhos se abrissem. Sentiu que suas mãos tocavam a barriga da morena que estava de costas para si e recuou, apesar de não muito.

— Huh? — Isabelle murmurou, despertando. — O quê?

— Foi mal, foi muito "do nada" isso — Patrícia disse, se virando na cama e ficando de frente para ela. — É que o Mar mandou mensagem.

— O que ele disse?

— Nada, só mandou várias mensagens ontem me perguntando onde eu tava. Mas eu tinha dito pra ele que ia voltar tarde.

— Ah, deixa, ele só tava preocupado.

— Eu sei, por isso eu disse que foi "do nada"... eu meio que chiei só por ler o nome dele.

Já fazia algumas semanas desde que o comportamento inusual de Marcelo irritava Patrícia, e tal sentimento interferiu quando a primeira coisa que viu ao acordar foram suas várias mensagens. Ainda assim, o carinho que sentia por ele não havia acabado, e Patrícia sabia que o mau humor passaria quando a manhã chegasse a seu fim.

First - Eu nunca achei que seria capaz de amarWhere stories live. Discover now