Capítulo 7

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Dois dias depois da audiência, Fury procurou Steve para dizer que Evelyn e Smith haviam sugerido um acordo.

F: É o seguinte Steve, o juiz está cedendo para o lado da Evelyn, é perceptível, ele entende que estando com a avó Mary terá todo o auxílio que precisa, eu sugiro que aceite o acordo.

S: Esse acordo é um absurdo Fury, se eu aceitar estou abrindo mão de uma tentativa no tribunal. Ela quer a guarda completa, eu só verei Mary nos finais de semana. - Steve passou as mãos no cabelo. - Assim ela sai ganhando.

F: Ela vai ganhar de qualquer jeito rapaz, o juiz já tomou a decisão. - Ele deu uns tapinhas no ombro de Steve. - Pense no que eu disse, se formos pelo tribunal você não terá direito nem aos finais de semana, eu também não estou satisfeito com isso, não esperava que o juiz fosse ser tão parcial, mas as coisas são como são.

Natasha observava tudo da janela de sua casa, quando viu Fury ir embora ela decidiu ir até Steve.

N: Então, o que Fury veio fazer aqui? - Natasha perguntou enquanto se aproximava dele e sentava ao seu lado na escada.

S: Veio me dizer que não vamos ganhar. - Natasha franziu a testa, aquilo era incomum, Fury jamais perdia.

N: O que? Isso é impossível Steve, Fury nunca perdeu um caso, por isso indiquei ele pra você. - Steve olhou pra Natasha pedindo que ela esclarecesse. - Ele foi meu advogado uns anos atrás, processei um cara do topo, precisava de um bom representante então achei ele, eu e Maria pesquisamos toda sua carreira e digo com toda a certeza que ele é o melhor.

S: E por que você processou alguém do topo?

N: Assédio. Alexander Pierce era o chefe do meu chefe no FBI, ele achou que eu fosse apenas uma agente burra, minha vontade era arrancar as bolas dele mas aí eu seria presa. - Natasha riu. - Então o processei e tirei um pouco mais da metade de sua fortuna o resto ele usou pra pagar as outras vítimas. Mas voltando aqui, o que Fury disse exatamente?

S: Ele disse que Evelyn ofereceu um acordo, ela fica com a guarda da Mary e eu posso vê-la nos finais de semana.

N: Isso não é um acordo. Não entendo o motivo do Fury ter vindo falar com você quando ele podia simplesmente recusar.

S: Ele me disse que o juiz está tendencioso para o lado da Evelyn, que se isso continuar no tribunal eu não terei nem os finais de semana.

Natasha ficou pensativa, ela sabia que Steve só tinha uma escolha pra ficar com a guarda da Mary e pra fazer com que Evelyn esquecesse essa história, ela só não sabia se ele estava disposto a ir contra a decisão de sua irmã.

N: Eu acho que você sabe o que precisa fazer, não sabe?

S: Você acha que isso é o certo?

N: Steve. - Natasha suspirou e começou a passar os dedos pelo cabelo de Steve. - Anne se foi, e onde quer que ela esteja ela sabe que você está fazendo o que é necessário, o objetivo aqui é o bem estar da Mary.

S: Você tem razão, eu estou me sentindo um idiota por não ter feito isso no momento em que Evelyn apareceu aqui.

Natasha riu.

N: É você é um idiota sim, mas não por isso, você não tinha como saber que as coisas chegariam a esse nível, talvez a Evelyn só tivesse vindo conhecer a neta

S: Olha só, Natasha Romanoff acreditando em milagres. - Steve sorriu.

N: Você entendeu que só estou dizendo isso pra te confortar não é? - Steve desmanchou o sorriso e Natasha deu um selinho nele - Você é mesmo um idiota!

S: Vou aproveitar que Mary está dormindo pra ir procurar a caixa no porão. - Steve levantou e estendeu a mão pra Natasha. - Quer me ajudar?

N: Só você mesmo pra me convidar pro porão a essa hora da noite pra procurar uma caixa.

S: O que mais a gente iria fazer no porão?

Natasha olhou incrédula para a cara de confuso dele, "é Natasha você se apaixonou por um idiota" ela pensou.

N: Nada Steve, nada! Vamos logo procurar está maldita caixa.

******

S: Eu não entendo. – Steve revirava todos os papéis que estavam dentro da caixa. – Era pra estar aqui, eu peguei todas as anotações da Anne que estavam no apartamento.

N: Tem certeza que está olhando direito? – Natasha estava sentada em cima de uma mesa e também tinha papéis na mão. – Pra mim parece estar tudo aqui, só precisa ser organizado.

S: Não Nat. Isso é só o início, o resultado não está aqui. – Natasha percebeu que Steve já dava sinais de que ia ter um ataque de pânico a qualquer momento.

N: Você tem que se acalmar. – Ela alcançou a nuca de Steve e fez carinho. – Alguém ajudava a Anne com isso? Algum amigo? Professor?

S: Ela não tinha muitos amigos. – Steve ficou pensativo, como se estive tentando se lembrar de algo. – Mas tinha um professor que a orientava, eu não consigo lembrar o nome dele. – Steve bufou e segurou os cabelos.

N: Relaxa Steve, isso já é um começo. – Natasha puxou o celular do bolso e começou a teclar.

S: O que você está fazendo?

N: Reservando um voo.

S: Pra que?

N: Maria me deve um favor, ou três, vou a Nova York cobrar. – Natasha guardou o celular e olhou para Steve. – Preciso de uma semana no máximo e aí volto pra cá com o resultado.

S: Você não precisa fazer isso Nat.

N: Preciso e vou fazer, eu amo aquela criança Steve e vou fazer o que puder por ela. E outra, detesto ver você com essa cara. – Natasha desceu da mesa e deu um beijo em Steve. – Bom, por mais que eu quisesse ficar, tenho um voo as 7h e preciso fazer a mala, espero que você se comporte sem mim nesses dias.

S: Talvez isso seja difícil. – Ele sorriu. – Pego você as 5:30am.

Natasha deu outro beijo nele e saiu.

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