O I N Í C I O D O F I M

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York - 1917

Como forma de distração para todos os seus pensamentos distantes, Jimin pôs-se a bordar um delicado lenço de linho.

Completamente concetrado no que fazia, nem sequer piscava, fazendo Antony Grey, seu pai, o fitar de longe.

Senhor Grey, um homem cheio de raízes éticas, era um investigador, a verdadeira personificação da hierarquia. Fazia de tudo para proteger seu menininho de 17 anos, prezava a integridade, pureza e inocência daquele garoto que nunca havia saído dos limites de sua grande e luxuosa propriedade.

Ensinava-o todos os dias sobre como o mundo era sujo, sujo de maldades, sujo de pecado. Não queria que seu entocado filho se misturasse com a sociedade, eram todos podres, desonrados, nem os religiosos eram excluídos de sua concepção.

Ninguém além dele. Manteria Jimin seguro, longe de tudo e todos.

Jimin era belo, quase um anjo. Um lindo jovem, morando em uma mansão confortável em um rico país. Ele tinha aulas em casa, sobre seu idioma, matemática, história, sabia tudo ao básico e tudo o que não era ofensivo.

Nunca havia ido além dos portões da propriedade, sua vida se resumia apenas ao Jardim, a biblioteca, seu piano e bem, bordar.

Nem Yon, sua mãe sabia explicar ao certo como seu marido havia desenvolvido aquela obsessão em proteger o filho, estava cansada de vê-lo chorar pelos cantos. Não é como se ela realmente pudesse fazer algo, afinal, naquele tempo as mulheres apenas ouviam. Elas não possuíam seu bem mais precioso; sua liberdade.

Jimin se sentia tão preso quanto um pássaro em uma gaiola, se sentia injustiçado, queria saber como era a capital, Londres.

Queria ver as pessoas e as coisas da cidade, os bailes como eram tão bem retratados em seus muitos livros, queria conhecer as lindas cidades da europa, e seu pai o repreendia dolorosamente quando ele sequer mencionava o assunto, ele entendia que era um adolescente e que logo se tornaria adulto, iria enfrentar o mundo, não? Não. Para o senhor Grey não. Aquela hipótese não era cogitada nem em seu sonho mais ilusório, ele não queria que seu inocente filho conhecesse o pecado.

A vida continuava exatamente a mesma desde que se entenderá por gente, Jimin se manteve concentrado em seu bordado até a empregada, Dana adentrar a sala, pedindo licença para seu patrão e o entregando o documento que havia chegado da corte.

Jimin analisava as expressões faciais de seu pai, e elas indicavam que a notícia que havia chegado não era nada agradável.

- Jimin, venha aqui filho. - pediu sem tirar os olhos dos papéis, mesmo que tivesse soado mais como uma ordem. O menino imediatamente se levantou e se sentou ao lado de seu pai - Veja.

Jimin pegou calmamente os papéis das mãos de seu progenitor e os analisou.

Seus olhos saltaram com o que verá, imediatamente os soltou, estava horrorizado.

Fotos. Mesmo que em preto e branco, mas ainda assim visíveis mostravam corpos de mulheres totalmente desfiguras.

Se parecia mais com algumas histórias que seu pai lhe contará ao longo de sua curta vida, de como o ser humano é cruel, perverso.

- M-mas o que....... o que é isso pai? - seu olhar transmitia medo. Medo puro. Pobre menino, aquela era exatamente a reação que seu pai desejava -

- Essa é a razão pela qual você não pode sair. - Frio. Antony era frio - Você imagina quem fez isso? - Jimin apenas negou - Então veja. - Lhe entregou um envelope, o abriu e de lá tirou fotos, fotos de um rapaz tão lindo quanto qualquer Lorde que lerá em seus livros, e verá em seus sonhos - Não se deixe enganar Jimin, não se esqueça que esse rapaz é o mentor de todas essas atrocidades. Ele é filho de um ditador norte coreano. Um assassino em série que vem atormentando Londres. Ele já matou dezenas, até mesmo bem piores do que você viu anteriormente. - pegou as fotos e os documentos e os guardou dentro de uma pasta. Jimin tinha os olhos marejados e amedrontados - O mundo é exatamente como ele. Pode parecer belo, mas é podre, o mundo estar cheio de pessoas psicopatas como ele, e por isso que você não pode sair. Eu apenas quero proteger você, entende?

- Sim, papai. - disse baixo -

- Bom menino! - afagou os fios loiros do filho - Mas você não precisa se preocupar com isso, estarei aqui para proteger você, sim? Sempre protegerei você desses imundos.

- Obrigado papai! - Agradeceu e seu pai deixou um selar em sua testa -

- Agora vá para o seu quarto. Está na hora de dormir.

- Estou indo... - Guardou suas agulhas, suas linhas, e seu bordado inacabado na caixinha de vidro que ficava ao lado da chaise longue - Boa noite papai. - Desejou e se retirou -

Antony nada disse, apenas acompanhou em silêncio os passos do filho ao subir as escadas, sorriu em saber que havia amedrontado seu pequeno, mas era para bem dele.

Agora ele só havia de se preocupar com um certo alguém, alguém que seria o motivo pelo qual Jimin conheceria o pecado, alguém que o tiraria seu bem mais precioso. Sua preocupação tinha nome e sobrenome:

Jeon Jungkook.

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Teoria do Caos | Jikook [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now