Sophia Scheidemann nunca foi uma garota que chama a atenção de todo mundo, que frequenta festas e que está sempre namorando.
Na verdade, ela só se destaca por conta do seu grande amor pela escrita e por conta do balé clássico, que é obrigada a faze...
O último ano do ensino médio é sempre o mais falado e desejado por todos, pois é quando a maioria se forma e começa a escolher o destino de suas respectivas faculdades. Todos menos eu.
Minha mãe sempre quis que eu seguisse carreira artística como bailarina, e vindo de uma família com boas condições como a minha, faculdade é uma tremenda perca de tempo. Eu nunca quis dançar a minha vida toda. Na verdade, dançar nunca foi a minha coisa favorita do mundo. Como minha mãe sofreu uma lesão quando estava no auge da sua carreira e nunca mais pode dançar, ela colocou grande esperanças em cima de mim. O balé é uma dança doce e linda aos olhos de quem assiste por fora, mas os treinamentos — principalmente em minha academia — são bastante pesados e é preciso muita força de vontade para continuar. Eu só sigo nisso pois eu sei o quanto minha mãe deseja. Eu sei o quanto ela quer que eu me torne a melhor, e é por isso que eu dedico horas da minha vida pra dança.
Minha única e melhor amiga April, sempre diz para eu tentar confrontar a minha mãe e fazer o que eu realmente gosto — escrever. Mas, a verdade é que, é sempre mais fácil dizer do que realmente fazer. Só eu sei como é difícil lidar com a minha mãe, principalmente quando o assunto é sobre desistir de dançar. Uma vez eu tentei dizer que queria parar por alguns meses, mas ela fez uma cena dizendo que eu nunca conseguiria alcançar o primeiro lugar se houvesse pausas em meus treinos.
Como passo a maior parte da minha vida se dedicando a escola e ao balé, eu nunca tive as experiências que todos os adolescentes anseiam. Nunca tive meu primeiro beijo, meu primeiro drink ou minha primeira festa, e é por isso que sou meio excluída na escola. Bom, não totalmente, mas não sou conhecida por todos. A verdade é que, se você não tem tempo pra ver seus colegas depois da aula ou pra ir ao cinema com eles, será difícil ter alguma amizade concreta. Sem contar que a garota mais popular da escola — Adele Dubois — me odeia desde o ensino fundamental. O motivo disso é porque o pai dela traiu sua mãe com a minha mãe. Não é como se eu tivesse culpa, pois eu nem sabia disso. Quando aconteceu meus pais tinham acabado de se separar e o senhor Dubois nunca tinha aparecido em minha casa. Hoje em dia vejo ele sempre, pois está morando perto da acadêmia de dança. E bom, é claro que a minha mãe não sabia que estava sendo amante de um cara, então assim que descobriu, deu um grande pé na bunda dele.
Hoje em dia, Adele é ótima em me ignorar, manipular seus amigos para não gostarem de mim e me colocar pra baixo apenas por conta de uma coisa do passado que eu não tenho nada a ver. Eu tento não ficar mal, mas é inevitável. Ela sabe direitinho onde dói em mim.
Mas, as coisas em minha vida começaram a mudar quando conheci um moreno de olhos prateados. Ele me fez se sentir viva.
Ah, caro leitor, se prepare, pois ainda há muito caminho pela frente.
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