Capítulo 14

4.5K 430 130
                                    

          No caminho, falamos sobre tudo um pouco. Acabei descobrindo que Max gosta de aventuras e já até pulou de paraquedas.
Cada dia que passa eu consigo que ele me diga um pouco mais sobre ele, mas com muita insistência, é claro.

— Espero que você não esteja me sequestrando. — Digo em meio a música que está tocando em seu rádio, em tom de brincadeira.

— Não acredito que você desvendou o meu plano. — Ele finge uma expressão de chateado, e eu rio de como ele é um péssimo ator.

O caminho que estamos indo é meio parado, e eu nunca passei por aqui antes. Confio em Max, mas ao mesmo tempo fico assustada em passar por esses lados da cidade.

— A gente já tá chegando. Fica tranquila, acho que você vai gostar do lugar. — Como se estivesse lendo meus pensamentos, ele me deixa mais calma, e eu sorrio em agradecimento.

— Por que tanto mistério? Me fale logo, estou morta de curiosidade. — Imploro.

— Não irei falar. Só aceite a informação de que você vai gostar.

Ennuyeux!

— Não venha para cá falando outras línguas. Mal domino a minha própria. — Ele pede. Eu sorrio com sua declaração e volto a prestar atenção na rua sem movimento.

Depois de mais ou menos cinco minutos de nossa conversa, ele estaciona o carro em frente a um restaurante vintage.

— É aqui. — Ele fala, antes de sair do carro.

Eu observo o lugar com cautela. Não parece muito divertido.
Max percebe minha expressão duvidosa e se apressa em defender.

— Não julgue ainda. Eu te prometo que lá dentro é legal. Vamos. — Ele sai do carro e em seguida abre a porta para eu sair. Sorrio igual uma idiota com o gesto, e saio atrás dele para o restaurante.

Assim que entro, vejo uma mulher de cabelos loiros tingido e caracterizada com uma roupa dos anos oitenta. Ela é a primeira a vir em nossa direção para o atendimento.
Eu estou atrás de Max, ainda meio desconfiada com o lugar. A moça dá uma leve inclinada com a cabeça para ver o meu rosto e sorri para mim.

— Bem vindos ao Lyel's Restaurant. É um prazer tê-los aqui. — Ela diz. Sua voz é fina demais.

Max apenas da um pequeno aceno com a cabeça para agradecer a moça por nos receber, e em seguida diz para ela:

— O meu objetivo aqui não é jantar. O karaokê ainda está funcionando? — Ele fala para atendente. Karaokê? Como assim? Não acredito que ele me trouxe aqui para cantar. A minha voz é totalmente ridícula. Céus, que vergonha!

— Sim, senhor. É só ir pelo corredor e virar a esquerda. Há poucas pessoas lá. Aproveitem. — Ela diz e em seguida sai em direção a uma mesa.

Eu olho pra Max confusa e não saio do meu lugar.
Ele pisca para mim e me puxa. Eu continuo parada, e ele revira os olhos quando percebe que não vou sair dali tão cedo.

— Vai ser divertido, loirinha. Não me faça carregar você no meio desse restaurante. — Ele diz, e eu saio do lugar imediatamente. Provavelmente ser carregada é pior do que cantar. As pessoas devem ouvir muitas vozes ruim, certo?
Eu espero que sim.

— Nem pense em uma coisa dessa! Vamos logo. — Murmuro, e ele da um sorriso de lado, me levando para a sala que a moça mencionou.

Assim que chegamos na pequena sala, eu fico mais aliviada. Há apenas alguns adolescentes — provavelmente mais novos que eu — cantando Selena Gomez e Ariana Grande. 
É claro que ainda vai ser super vergonhoso, mas é melhor do que uma sala cheia de pessoas julgando a minha voz deplorável.

Forte como o Sol [✓]Where stories live. Discover now