Capítulo 5

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       Convencer a minha mãe a me deixar ir para esse parque de diversões não foi uma tarefa fácil. Ela dava uma desculpa a cada argumento que eu arriscava. Acho que ela só autorizou porque ficou cansada de tanto eu pedir.
Assim que eu cheguei do balé, tomei um banho e coloquei a roupa que tinha separado mais cedo; uma calça jeans escura, blusa com manga curta e um cardigã, caso eu fique com frio. Dessa vez decidi soltar o meu cabelo. Como ele está sempre preso em um coque ou em qualquer outro penteado, me senti um pouco estranha por não estar acostumada. As mechas de um loiro completamente claro tiravam a atenção das sardas em volta do meu nariz. Não são muitas, mas o suficiente para fazer as pessoas repararem.

Estou sentada no sofá, esperando Will chegar com as meninas para irmos, mas ele está demorando muito e já estou quase desistindo de ir.

Meu celular vibra em minha mão de repente. Reviro os olhos e solto um resmungo irritado quando vejo a mensagem.

Não vou poder levar vocês. O meu irmão insistiu em me levar com o carro dele e está enchendo o meu saco. Encontro vocês lá.

Balanço a cabeça de forma negativa em irritação e April xinga Will de diversos nomes. Lola manda emojis de raiva.

Eu levo então. Vou passar na casa de April primeiro. Que grande mancada, Will.

Lola manda e eu a agradeço.
Pego um copo de água na cozinha enquanto espero a garota. Felizmente April mora apenas duas ruas antes da minha casa, então não é longe.
Dez minutos se passam quando ouço a buzina exagerada do carro de Lola.

— Tome cuidado e me ligue assim que chegar lá — minha mãe avisa quando eu faço menção de levantar. Afirmo e sorrio.
Saio em seguida. 

Abro a porta do carro da morena e me sento no banco de trás. April e Lola me cumprimentam e eu faço o mesmo.

Uau, Sophia, como você está gata! — Lola diz.

— Está mesmo. Não que você não seja sempre, mas hoje está demais — April fala de seu banco e eu as agradeço, envergonhada.

O caminho é repleto de fofocas, risadas e músicas de nossas cantoras e bandas favoritas.

★★★

— Caramba, eu não sabia que estaria tão cheio hoje. Tipo, quem vem ao parque de diversões na quarta-feira? — April diz, depois de pegarmos os ingressos. Ela olha ao redor do lugar, observando os brinquedos com atenção.

— Acho que a gente — falo, andando pelas barraquinhas e brinquedos.

— Vou pegar um cachorro quente. Vocês vão querer? — Lola pergunta, e eu April negamos. Ela sai em seguida, com os cabelos presos em uma trança balançando sutilmente.

O lugar é incrivelmente bonito. Há uma roda gigante enorme no centro, uma montanha russa que não para e diversos outros brinquedos. Barraquinhas de comida e de jogos ficam nos cantos, mas muitas pessoas costumam ir para acalmar o coração depois dos brinquedos pesados.
Como eu sou bem sem graça, nunca vou em montanhas-russas ou algo do tipo. No máximo a roda gigante. Normalmente fico nas barraquinhas, perdendo dinheiro com jogos que eu nunca ganho.

De longe, vejo Adele andando com o seu grupo de sempre em direção a autopista.
Olhar para ela inevitavelmente me faz lembrar de Will.

— Will deu algum sinal de vida? — questiono para minha melhor amiga, que não para de mexer no celular desde que chegou aqui.

— Tenta mandar uma mensagem. Acho que já está vindo — fala, sem olhar pra mim.

Eu faço o que ela diz e mando uma mensagem para o garoto. Ele responde em poucos segundos, dizendo que está perto do barco viking.

Forte como o Sol [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora