Capítulo 3

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TAEHYUNG

— Por quê você não investe no Jeon? —Mais uma vez aquele assunto entrava em pauta.

Dei um gole em meu café, em seguida levei minha atenção ao meu irmão mais velho.

— Por quê insiste nisso?

— Vocês fazem um belo casal. Ele já é praticamente o segundo pai do Yeonjun e todo mundo vê isso, menos você. —Seokjin possuía um sorriso ladino enfeitando seus lábios. — Jeongguk já é da família, você o deu liberdade demais para um simples empregado.

— Você fez o mesmo com o Minhyuk. —Pontuei.

— Minhyuk é meu amigo, óbvio que eu lhe dei liberdade. —Disse o óbvio.  — A questão é que eu não o trato como você trata o Jeon.

— Deveria ir ao médico, hyung, não está falando nada com nada. —Revirei meus olhos e deixei-me relaxar na cadeira.

— Pode me chamar de louco, mas eu sei do que eu estou falando. —Piscou com um dos olhos. — Mas mudando de assunto, tem alguma notícia?

— Não. Está tudo na mesma. —Joguei a minha franja para trás. — A polícia acha que o Bogum sumiu porquê quis e que não foi um sequestro ou algo do tipo.

— Eu não acredito nisso. Não tem como uma pessoa sumir sem deixar nenhum rastro. —Meu irmão estava pensativo.

— Já fazem três meses, dizem que quanto mais tempo se passa é pior para acha-lo. —Soltei o ar dos meus pulmões. — Se ele sumiu porque quis, eu só quero tentar entender o motivo disso. Se ele não aguentava a pressão ou não queria mais ficar ao meu lado, por que então não me contou? Porque sumir assim só me deixa pior. —Desabafei, coisa que eu não fazia a muito tempo. — Se eu era o problema tudo bem, mas agora deixar um recém nascido, o nosso filho para trás, isso é demais para mim. Hyung, se não fosse pelo Jeon o meu filho estaria morto. —Rosnei.

— Se acalme, saeng. —Pediu. — Saía desse escritório e vá cuidar do seu filhote. Você está dando um tempo na empresa mas também não quero que trabalhe em casa, você precisa de um tempo com a sua família. —Eu gostava do tom de voz calmo que Seokjin falava, me trazia paz.

— Você deve está sobrecarregado, não é?

— Nada do que uns bons gritos com o papai e com a secretária dele que o meu estresse vai embora. —Riu. — Ele queria vir aqui, mas eu não deixei. Disse que você ainda estava se recuperando.

— Fez bem, não estou com paciência para aguentar os surtos dele. —Tomei o último gole do meu café. — Acho melhor eu sair daqui.

— Também já estou indo, preciso passar na casa do Namjoon.

— Ainda não se acertaram? —Perguntei.

— Acho que não temos mais volta. —O alfa sorriu triste. — É melhor eu ir antes que eu chore de novo.

— Eu sinto muito, hyung. —Me levantei da cadeira e o abracei.

— Tá tudo bem, maninho. —Falou ao que saía do abraço. — Eu te amo.

— Também te amo.

•••

Eu havia tomado um bom banho quente, também troquei minhas roupas sociais por um conjunto de casaco e calça de moletom — já que naquele dia em específico estava mais frio que o normal.

Desci as escadas e me deparei com uma cena curiosa, minha querida irmã estava aos beijos com dos nossos empregados.

— A sua sorte é que sou eu quem está vendo isso. —Eles se assustaram com a minha voz e eu segurei o riso. 

— Taehyung! —Jennie bufou.

— Da próxima vez vão para o seu quarto, minha sala não é um motel.

O garoto estava claramente envergonhado, acho que ele se chamava Kim Jongin.

Continuei o meu trajeto, passei pela cozinha e depois fui para o quintal dos fundos.

Me deparei com Jeongguk e os filhotes. Os três estavam sentados na baixa grama; Soobin empilhava uma série de blocos de montar, enquanto o meu filho o observava com uma chupeta na boca, no colo do ômega.

Me aproximei dos três e o primeiro a me notar foi Yeonjun. Meu bebê ficou agitado no colo do mais novo assim que me viu.

Em seguida foi a vez de Soobin correr até mim, o pequeno me entregou dois bloquinhos e sorriu. Segurei em sua canhota e caminhei mais próximo de onde o Jeon estava.

— Posso ficar aqui com vocês? —Ele assentiu positivamente com a cabeça. Me sentei ao seu lado.

Naquela tarde nós ficamos empilhando blocos mas Soobin sempre os derrubava de propósito, isso causava risadinhas gostosas no meu filho.

— Eu estava pensando em amanhã a gente sair, o que acha? —Eu queria saber a opinião do moreno ao meu lado. Nós dois estávamos voltando para dentro da mansão, já que algumas nuvens denunciavam que a chuva estava a caminho.

— É uma boa idéia. —Respondeu de forma simples.

— Por que está assim comigo? —Disparei. Eu notei que naquele dia Jeongguk estava mais retraído e quase não dirigia a palavra a mim.

— Como assim, senhor?

— Primeiro de tudo, nós temos intimidade o bastante para você parar de me chamar de senhor. —Falei calmo.

— Desculpe, é o costume. —Soltou um risinho.

— Pode me chamar pelo nome, ok? —Ele assentiu com a cabeça. — E eu estou te sentindo mais afastado, não sei explicar. Aconteceu alguma coisa?

— Oh, não. Quero dizer, essa noite o Soobin não me deixou dormir direito. Estou assim pelo cansaço. —Explicou.

— Ele ficou agitado?

— Sim. Foi porquê ele dormiu a tarde, então quando chegou a noite ele estava elétrico. Só consegui fazê-lo dormir as quatro da manhã. —Continuou.

— Por que não me disse antes? —Questionei. — Poderia ter dormido mais...

— Esse é o meu trabalho, não posso me dar ao luxo de dormir até mais tarde, sendo que os filhotes precisam de mim.

Nós estávamos na sala, Yeonjun dormia tranquilamente em meu colo e Soobin estava dando sinais de que estava com sono.

— Você vai subir agora e vai descansar. —Falei sério.

— Taehyung...

— Isso é uma ordem, Jeongguk. —Insisti. — Vá descansar enquanto eu cuido das crianças.

— Obrigado. —Sorriu pequeno antes de subir as escadas.

the omega • taekook Where stories live. Discover now