fourteen: you lie

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Estava quase na hora do final do meu expediente. Aproveitei que meu chefe não estava hoje no restaurante e sentei com a Rosé em uma mesa para conversarmos mais confortavelmente já que quase nenhum cliente entrou.

- Que bosta, quero ir embora. - ela diz, deitando o rosto nos braços.

- Eu também. Não aguento mais.

- Sorte sua que seu expediente acaba mais cedo. Tenho mais duas horas aqui ainda.

- Não quer sair mais cedo?

- Eu não, vai que alguém me explana pro chefe e ele desconta no meu salário?

- Puts, verdade.

- Enfim, tenho uma novidade. Comprei uma coisa super legal que eu estava querendo muito. - ela levanta a cabeça.

- O que? - pergunto.

- Isso! - ela tira o celular do bolso do avental e mostra uma foto de um livro.

- O que é isso? - aproximo sua mão do meu rosto.

- É um livro que ensina a fazer florzinhas de origami. E alguns bichinhos também.

- Meu deus, quantos anos você tem mesmo? - rio.

- Não fala assim! Eu acho tão legal, sempre quis aprender a fazer aquele passarinho famoso lá.

- O Twitter? - brinco. - To brincando, é o tsuru, não é? Eu sei fazer. - jogo meu cabelo para trás.

- Metido. Quando eu aprender a fazer eles vou fazer um monte e jogar na sua mochila.

- Taehyung? - uma terceira voz se faz presente e eu e Rosé tomamos um susto. Ela até deixa o celular cair na mesa ao ver Jungkook parado em pé ao lado da mesa.

- E em você eu vou jogar pedra. - Rosé termina a frase olhando para o garoto.

- Jungkook? O que você tá fazendo aqui? - pergunto.

- Eu posso falar com você?

- Fala. - dou de ombros.

- Em particular. - ele olha para Rosé.

- Hm, eu saio. Tae, as facas da cozinha são mais afiadas da esquerda pra direita. - ela diz e sai.

- Ela é louca? - Jungkook senta na cadeira onde ela estava.

- Você que é. Veio fazer o que aqui?

- Eu pensei se você não gostaria de jantar comigo.

- Jantar? Assim, do nada? - sinto meus batimentos cardíacos desregularem.

- Hm, é. Você disse que não sabia se aceitaria. E disse que provavelmente eu nunca te chamaria mas... agora eu estou.

- Por que isso agora? - cruzo os braços.

- Só queria uma companhia para comer.

- Uma companhia não precisa ser necessariamente a minha. - ameaço levantar.

- Espera. - ele diz. - Por favor. Eu soube de um restaurante legal.

Fixo meu olhar no piso brilhante e penso se aceitaria ou não.
Eu sou um idiota. Apesar dele não me corresponder eu ainda não negaria simplesmente fazer companhia para alguém. Talvez ele esteja falando sério.
Suspiro.

- Tá, eu vou. - digo meio sem graça.

- Só isso? "Tá, eu vou"?

- É, ué. Quer que eu beije seu pé?

- Aish. - ele revira os olhos.

- Vou me trocar. - levanto e vou pegar minhas coisas atrás do balcão.

STIGMA | kth+ jjkWhere stories live. Discover now