Capítulo 08 - Kara Luthor Danvers, o que está fazendo?

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Kara andava pela casa, inquieta. Apesar de seus mais persuasivos argumentos, Lena fora trabalhar. Prometera, contudo, pensar em tirar uma breve folga. Enquanto isso, ela procurava pistas de sua identidade.

Gostava da residência e se sentia muito confortável ali. Não conseguia imaginar por que um dia dissera a Lena que não gostava.

Logo ia estar se dividindo entre a velha Kara e a nova Kara. Até o momento, não estava gostando muito da antiga. Parecia que a única coisa certa que fizera fora se casar com Lena.

Quanto a sua identidade... parecia bem superficial. Não acumulara muitos bens. Havia roupas no armário e alguns produtos pessoais no banheiro. E nada mais.

No quintal, encontrou uma escada de madeira no chão, e notou que havia ferramentas e ripas sobre o telhado. Ergueu a escada com uma sensação de alívio. Enfim, algo para fazer. Aproveitaria bem aquelas férias. Colocara o pé no primeiro degrau quando o telefone tocou.

Dizendo um palavrão, entrou para atender.

— Alô?

— Ahn... sou eu. Como vai?

— Oh! Olá, anjo. Estou me mantendo ocupada.

Não podia contar-lhe que planejava terminar o telhado. Lena ficaria furiosa.

— Desculpe-me quanto a esta manhã, Kara. Falei com Eve. Ela se dispôs a tomar conta da empresa para mim. Mas preciso cuidar de outros assuntos. Vou passar a tarde ocupada.

— Tudo bem.

— Deixei os álbuns de fotografias à vista. Talvez a ajudem a recordar alguma coisa.

Kara remexeu numa pilha de álbuns, colocados estrategicamente sobre a mesa. Lena queria que se curasse quase tanto quanto ela própria. E, embora lhe parecesse muito natural que ela desejasse a esposa de volta com a memória intacta, isso a incomodava.

—    Tudo bem, querida, vou dar uma olhada — afirmou, mesmo duvidando que fosse adiantar. — Até mais.

Kara sentou-se e abriu um dos maiores, intitulado Lena Quando Bebê. Na primeira página, havia a tradicional foto da criança na banheira. A seguir, lá estava ela, vestida de palhaço para a festa de Halloween. Uma gracinha.

Serviu-se de uma xícara de café e continuou a folhear o álbum. Era curiosa, ainda mais porque não conseguia parar de pensar no filho que iriam ter. De repente, uma ideia inesperada lhe ocorreu: queria uma filha, igualzinha à mãe.

Os álbuns se sucederam, passando pela infância de Lena e, a partir de certo momento, surgiu uma garota desajeitado, com mãos e pés grandes demais para o corpo e olhos ávidos, sobretudo quando olhavam para Lena. Não precisou especular muito para perceber que a menina era ela mesma.

—    Anjo... — Kara murmurou, tocando as páginas recobertas com plástico. — Eu estava certa, você se
tornou minha família.

Todos os que via pareciam boa gente. As vezes exasperados um com o outro, mas divertidos e cheios de prazer de viver. Pessoas de quem Kara gostaria de se lembrar. Pareciam-lhe familiares, como as imagens de um sonho.

Os últimos dois álbuns eram mais bagunçados, com pequenos souvenirs anexos: lacinhos, uma flor seca, uma tampa de garrafa amassada. A maioria dos retratos era de Lena, ou de ambas. Aquilo a tranquilizou até certo ponto, pois não havia como duvidar da sincera afeição refletida nas fotos.

Franziu a testa ao virar a página e ver uma coleção de fotografias de casamento. Emily estava radiante de vestido branco e véu, mas a outra havia sido recortada de todas.

Uma esposa, e grávida? - SupercorpМесто, где живут истории. Откройте их для себя