3x01 - O Nascimento.

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Tinha se passado muitos meses. E os últimos foram piores. Já estamos na casa nova. Rafael se mudou faz duas semanas. Moramos em condominio vizinhos. O nosso é bem caro, mas estamos próximos. 

Os últimos meses foram maravilhosos, péssimos, horríveis e perfeitos. Tudo em um sentimento só. Eu senti dores, eu me senti cansada, triste, era algo mais que menstruação, do que sentia normalmente. As mudanças de humor eram mais intensas e duradouras. Eu vomitava direto, era muitas dores de cabeça e principalmente na coluna. Porém foi ótimo sentir ele, crescendo e crescendo dentro de mim. Os passeios, tudo isso, foi único. Fizemos o enxoval, tudo tão lindo. O quartinho dele todo azul, todo decoradinho com seu nome, pelúcias, eu tô ansiosa pra segurar ele em meus braços, abraçar ele, amar ele mais do que já amo. 

Essas semanas eu venho sentido muita cólica, muitas dores no pé da barriga. Meu novo doutor, que agora é daqui, nos disse que é normal. Pois o bebê já está formado, já está perto de nascer. O que é ótimo. O melhor ainda é está licença maternidade, o ruim é que estou pura preguiça. Me deito na cama, e pra me levantar é uns cinco minutos de preparo. Minha barriga está enorme. Pela nossas contas o bebê nasce esse mês, então resolvi trazer minha mãe pra cá. O que é ótimo, ela me ajuda muito, pois eu não consigo levantar direto como antes, demora, e eu não quero tá perto de forno, tudo me estressa e minha mãe me mima bastante também, e ela tem experiência nisso, e tem umas coisas que ela sabe, e é ótimo. 

Hoje o dia todo foi tenso. Tudo que comia meu corpo recusava. Botava pra fora. Passei o dia todo deitada, enjoada, e muitas dores, e não posso tomar remédios na doida. Apenas um é indicado pelos médicos, e é de oito em oito horas, e é ruim porque a cada cinco minutos me dá dor. 

Já são oito da noite. As dores aumentaram. Agora me faz gritar de dor, eu realmente não consigo aguentar mais. Matthew estava no seu escritório trabalhando quando me escutou gritar e correu, minha mãe correu em seguida. 

- Amor você tá bem?

- Amor tá doendo muito. 

Eu não aguento mais. Estou chorando de dor.

- Vamos ao hospital, mesmo que não seja trabalho de parto é bom ir.

Eu nem tive tempo de me arrumar, fazer nada. Apenas fui carregada no colo pelo Matt e fomos pro hospital. Eu vestia uma camisa do Matt e um shortinho curto de pijama, e o Matt usava seu pijama. Blusa e calça. Mas não nos importamos, apenas saímos de casa. Minha mãe foi comigo no banco de trás e o Matt dirigindo. Harry ficou em casa, chorando como sempre, pois queria ir conosco, porém não dava, sabemos como ele iria agir no hospital. 

- Liga pro Rafael, ele precisa saber.. - Falei enquanto me contorcia de dor.

O mesmo discou na telinha do carro e iniciou a ligação. 

Ao chegar no hospital uns médicos correram em nossa direção e me colocou em uma cadeira de roda e correu comigo até a sala de emergência. Daí em diante foi só eu e os médicos, os outros ficaram na sala de recepção apenas esperando. 

- O que temos aqui? Bom, uma jovem grávida e com muitas dores. - O médico falou enquanto lia minha fixa.

O enfermeiro me empurrou até sua sala e me carregou até sua cama que tinha lá. Assim que me deitei o mesmo me analisou. 

- Bom, você está com um pequeno problema. Você está em trabalho porém sua bolsa não rompeu, e você nem tem largura ainda, precisa ficar internada pra saber quando você vai dá a luz. 

- Como assim? Eu preciso parir. 

- Você precisa tratar isso antes, confie em mim. - Ele sorriu de forma simpática e gentil. - Por favor leve ela até o quarto coletivo.

- Eu tenho plano aqui, tenho direito ao quarto privado.

- Ótimo, leve ela então. 

O enfermeiro me encaminhou e uns minutos depois eu estava já mais calma. Eu estava deitada, tomando soro com algum remédio e o quarto era bem aconchegante. Matt estava cochilando na poltrona do meu lado e o Rafael conversando com minha mãe na poltrona. Pelo o que os médicos disseram o remédio vai me ajudar a sentir menos dores, porém eles tem algumas obrigação pra eu conseguir parir o mais rápido possível. 

E eu estava sem parar, fazendo tudo. 

Já era duas da manhã. Todos dormiram. Acabei acordando com dor e o Matt se acordou e logo veio até mim.

- Quer que eu chame os médicos? 

- Sim por favor.

- Amor.. Você tá molhada. - Ele falou levantando o lençol. 

- Isso significa que a bolsa estourou, chama o médico. 

O Matt logo correu pro corredor e chamou as enfermeiras. Uma correu até o médico, e a outra veio até o quarto e colocou uma luva em sua mão direita. Em seguida ela enfiou dois dedos em mim e quando tirou o médico já estava na sala lhe observando.

- Ela está pronta senhor.

Uau. É agora. Por conta da confusão minha mãe e o Rafael acordaram assustados. Logo o médico saiu da sala pra ir até a sala de parto e as médicas começaram a me preparar. O Rafael começou a ficar ansioso, chorando de felicidade.

- Eu não sei se consigo. - Ele falou pro Matt e em seguida abraçou o mesmo e caminhou comigo até a sala do parto. 

Tudo estava pronto. Todos vestidos de acordo e o médico iniciou. Porém eu já queria gritar uns minutos atrás. Começamos o processo de parto. Tudo muito doloroso, e bem complicado. O bebê estava ao contrario, ou seja, eu precisava de mais força e eu não sei de onde tirar toda essa força. Mas ao pensar nele. Pensar no James. Meu filho. A ansiedade de vê o rostinho dele, de abraçar ele, de conhecer ele, tudo isso me deixa mais animada, me dá força. Ser mãe é algo surreal, você sabe quando é. Até uns minutos atrás eu não imaginava como seria isso, agora, eu quero proteger ele de tudo, de todo mundo, quero fazer mais força que consigo pra ter ele em meus braços. E pensar nele, isso tudo me deixa confiante. Eu preciso dele, eu quero ele aqui. 

O parto durou seis horas. De muita batalha. Muita luta. Mas finalmente ele está aqui. Seu choro ecoou a sala. Mais logo ele se acalmou. Rafael chorava, igual um menino, mais que o próprio filho. Ele segurou o James e não deixava nem as enfermeiras fazer seu trabalho de limpar ele. 

- Qual o nome dele? - A enfermeira perguntou.

- James Bascoy. - Falei e logo sorri.

Meu filho está aqui. James está aqui. Vivo. Do meu lado. E agora em meu colo. Segurar ele, aquela coisa pequena, molinha, me dá medo, insegurança, mas eu amo tanto ele.

- Eu amo tanto ele Rafa.

- Cathe, ele é nosso filho. Ele é lindo, ele é nosso. - Ele sorriu enquanto acariciava o rostinho dele.

Tinhamos tudo planejado. Menos essa hora. O que fazer? O que vamos fazer? Por mais que planejamos. Ele aqui, em nosso colo, em nossa vista, poder tocar ele, tudo isso torna mais difícil. Eu não quero vê ele indo embora, ficar o fim de semana com o Rafa, nem o Rafa quer deixar ele a semana toda comigo, queremos vinte e quatro tá com ele. O que vamos fazer?

Fuck Me, Daddy!!Where stories live. Discover now