𝓣𝓻𝓮̂𝓼

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Kim Taehyung possuía uma missão agora. Não, na realidade ele possuía duas. Encontrar uma princesa para ser a futura rainha ao seu lado e governar o Estado, e precisava visitar as comunidades como seu pai solicitou.

Ele podia estar de acordo sobre a segunda questão, porém a primeira lhe desagrava. O garoto pouco se relacionava com garotas e tinha medo de não ser capaz de encontrar alguém como seu pai tanto lhe pede. Ele tem medo de não encontrar seu caminho, mas por enquanto prefere dar prioridade às comunidades.

A única coisa que Kim Taehyung sabe é que a população de Jongno em sua maioria é de classe média, os ricos, bom, estes estão vivendo muito bem, já os pobres precisam de muita assistência. E eram estes que ele decidira visitar hoje.

O jovem príncipe não gostava de contrariar seu pai, pois sabia que lhe custaria muita coisa se discutisse com o mesmo, mas Kim Taehyung sabia que a classe pobre precisava de muito mais do que estava sendo oferecido.

Necessidades básicas como casa e comida não eram realidades para essas pessoas. Ir à esses lugares sempre cortava o coração do garoto, pois ele não podia fazer nada.

Além disso, Taehyung sempre esteve em um dilema consigo mesmo. Ele possuía uma teoria que seu pai, o rei de Jongno, tinha mais segredos do que revelava, mas isso não dizia respeito ao jovem, dizia? Ele não gostaria de tentar enfrentar seu pai e não o faria, era, no fundo do seu coração, algo sem fundamento, ou ele queria acreditar nisso. Era melhor mudar de assunto.

Arrumando a sela para subir e ir ao centro com Yepee, Taehyung faz carinho em seu companheiro e sorri, pensando em confortar o coração de toda aquela gente necessitada, que está sob o poder de sua família.

O príncipe não iria sozinho ao centro, ele convocou dois seguranças mais velhos que o acompanhariam por precaução. Ajeitando seu hanbok, montou no cavalo e seguiu seu caminho. Ele estava animado em ver seu povo.

Durante o seu trajeto, Kim Taehyung observou as árvores, como o tempo estava agradável e como todos esses elementos lhe ajudariam a criar novos versos mais tarde quando chegasse em casa.

As cerejeiras estavam florescendo por conta da primavera na região. Árvores estavam carregadas de frutos e flores. A paisagem estava colorida.

Como príncipe, sempre lhe foi designado tais responsabilidades. E nunca seria um problema, pois Taehyung amava estar com as pessoas e compartilhar com elas o que tinha de melhor, generosidade.

Sim, ele era diferente do pai, o rei não possuía tal atributo, apesar de jurar à todos que sim, que possuía as principais virtudes. Já a mãe, sim.

A rainha era generosa, bondosa e sempre pensava no próximo ao seu alcance, apesar de por vezes priorizar a classe mais alta, não havia tempo ruim à ela.

Quando o príncipe chegou ao centro, foi recebido com sorrisos genuínos e frases de apoio dos populares.

- Muito obrigada, príncipe. - Uma mulher lhe cumprimentou, sorrindo com seu filho agarrado em seus braços. Taehyung assentiu e se curvou, cumprimentando a mulher.

Várias pessoas lhe agradeceram, mas outras lhe criticaram duramente pelo desserviço aos pobres em saúde, alimentação e trabalho.

Aquilo tudo não era sua culpa, mas ele tinha que ouvir, fazia parte, certo?

Seus seguranças lhe acompanharam desde o momento em que ele deixou Yepee preso no tronco de uma árvore até o momento em que ele andava pela feira do centro.

Taehyung avistou um garoto que lhe chamou atenção. Seus cabelos pretos estavam sobre sua face, sua roupa estava em péssimas condições, suja e com algumas marcas. Seu rosto estava abatido e seu corpo era fino, o garoto era magro. Mas algo lhe chamou a atenção. Seu sorriso tão bonito e o olhar sereno. Uma beleza tão adversa em meio à sua realidade.

O garoto estava sozinho em uma barraca de uma senhora. Ambos pareciam tão próximos que involuntariamente Taehyung esboçou um sorriso enorme na direção dos dois. Estava encantado. Seus olhos pousaram por muito tempo naquela direção que mal percebeu o que lhe aconteceria.

Três homens vieram em sua direção, derrubando seus seguranças no chão e os atacando cruelmente. Houve correria, gritos e desespero.

Taehyung tentou lutar para se safar e escapar dali enquanto era tempo, mas tudo aconteceu rápido demais e já era tarde. Um dos homens, um senhor grisalho, com roupas sujas e gastas o feriu gravemente com facadas no abdômen, gritando à plenos pulmões:

- O seu pai é uma farsa! O Estado Kim é uma farsa! - E mais uma facada lhe foi dada. Seus sentidos estavam se enfraquecendo e seu corpo estava prestes a chocar contra o chão. Quando os homens se afastaram, correndo longe dali, um jovem o acudiu em seus braços quentes, sentando-se no chão.

- Príncipe! Não se preocupe! Eu estou aqui! - O jovem acariciou o cabelo de Taehyung, enquanto com a outra mão apertava o ferimento para estocar o sangue, pois havia muito e o príncipe não estava bem. - O senhor está sangrando muito! Eu preciso pedir ajuda, mas não quero lhe deixar sozinho. - Taehyung apertou a mão do garoto e forçou seu olhar para ver quem era. Era o jovem da barraca com a senhorinha. Era ele.

- E-Eu vou ficar bem. Não... Não se preocupe. - Ele geme de tanta dor. O garoto começa a gritar.

- Alguém me ajude! Ajuda! É o príncipe! - Várias autoridades chegaram à cavalo com médicos e suplementos de primeiros socorros. O garoto ficou confuso, não queria soltar o príncipe. - Ele está gravemente ferido! - Taehyung segura em sua mão e a aperta com tanta força que ambos sentiram algo inexplicável. Uma conexão.

- Saia daí garoto! Você vem com a gente! Foi você, certo? - O garoto solta Kim Taehyung e é puxado por um homem, era uma autoridade. O segurança do rei.

- Senhor, eu não tenho nada a ver com isso, eu só vim ajudar! - O homem mais velho negou e segurou o jovem com mais força.

- Disseram que um homem de branco com roupas surradas o atacou, então fique quieto até chegar à prisão. - O jovem negou e lutou contra sua própria força.

- Não! Não fui eu! Eu estava ajudando o príncipe, ele está ferido, ele está precisando de ajuda. Ele precisa de ajuda. - A autoridade nega com a cabeça.

- Agora é tarde para se lamentar! Venha! Você vem comigo! - Jeon Jungkook bufa e chora, gritando que ele apenas quis salvar o príncipe, o homem bonito que estava em seus braços. Mas fora em vão.

O que lhe sobrou do momento em que socorreu o príncipe fora uma jóia em que dentro, havia uma foto de Kim Taehyung e seu cavalo. Jungkook segurou o objeto com força. Seria seu amuleto da sorte.

O Prisioneiro de Jongno | [Taekook]Where stories live. Discover now