𝓝𝓸𝓿𝓮

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Amor. Essa é uma palavra que Kim Taehyung pouco conhecia. Claro que conhecia o amor da família, o amor dos amigos e do seu maior companheiro, seu cavalo. Mas ele não se lembra de ter se apaixonado alguma vez por uma pessoa. Não se lembra de ter se apaixonado por um homem.

Taehyung se sentia estranho por isso, já que sempre esteve habituado ao encontro com mulheres.

Jeon Jungkook, o garoto injustiçado, o prisioneiro de Jongno, mudou seu mundo, o fez ver tudo de outra forma.

Estava apaixonado por um homem e parecia ter a sensação de estar cometendo um crime.

Ignorou os sorrisos atravessados e os olhares com segundas intenções e se atentou ao que Seonghwa falava aos amigos de Taehyung.

- Nós, servos, não podemos comentar sobre as coisas do governo com qualquer pessoa, então vocês devem fingir que nunca ouviram nada, ok? - Seonghwa comenta, direcionando seu olhar a Jungkook, Jimin e Hoseok. - Eu apenas contei a você, alteza, caso questionem. - O jovem olha na direção do príncipe. - Bom, eu presenciei um ato de corrupção do rei, em que tive que ficar calado, pois fui ameaçado. Ele retirou fundos de um projeto que já estava pronto e aprovado, além da quantia já depositada e fez isso sem que notassem. Provavelmente o homem que atacou vossa alteza, o atacou por conta disso. O dinheiro iria para a classe mais pobre para construções de hanoks. - Todos ali olharam na direção de Jungkook. Essa era uma informação que o jovem não não tinha, porque nem acesso à informação possuía.

- Eu não sabia sobre isso, porque não tenho muito acesso à informações onde vivo. Eu nem sei se onde moro ainda está de pé. - Jungkook comentou e Hoseok e Jimin engoliram seco. Taehyung olhou para seus próprios pés e Seonghwa tentou sorrir com um ar de conforto.

Taehyung se colocou na pele do jovem ao qual mexera com seu coração. Sim, seu pai tirou do seu amigo e de mais sei lá quantas pessoas de Jongno o simples direito de ter uma moradia. Isso era completamente inadmissível. Não poderia suportar algo como isso.

- Tenho também um contato, é uma amiga minha, ela trabalha em uma feira local, é dona de alguns negócios depois que a mãe morreu. Park Jihyo. Ela sabe de mais coisas, pelo menos conhece os rumores. - Tae observa o servo.

- Mas eu preciso de provas, Seonghwa. Provas concretas que incriminem meu pai. Você é uma testemunha, pode depor contra ele, mas ainda é necessário mais.

- Eles vão ter que puxar os registros, vão encontrar mais coisas. - Jimin anunciou e Hoseok assentiu.

- É claro que vão conseguir, vão pedir acesso aos documentos e seu pai vai direto pra cadeia. Ele te botou em risco, tirou a moradia de milhares. É o mínimo, me desculpe. - O príncipe assente.

- Odeio concordar com você, mas enfim... Me leve à Park Jihyo,  Seonghwa. - O servo assente e eles seguem o destino guiado pelo garoto.

No caminho, fizeram uma parada nos amigos de Jungkook e os conheceram. Kim Namjoon, Kim Seokjin e Min Yoongi. Os três apoiaram Jungkook nessa busca pelas provas dos crimes do rei e se voluntariaram à ajudar sobre qualquer coisa.

A casa de Jungkook, ou melhor, a cabana, estava de pé, bem cuidada pelo amigos. O garoto não podia agradecer por mais. Estava bem e se sentiria completo se descobrisse logo os podres do rei. Queria a justiça, já que fora alvo do inverso.

No caminho da feira, puderam observar uma mulher linda, de cabelos compridos. No topo de sua cabeça havia um coque com adornos de flores brancas e cor de rosa, as mesmas cores do seu hanbok.

Seu rosto era rechonchudo, seus olhos eram grandes e brilhantes e seu sorriso era doce. Taehyung a visualizou como a futura rainha, mas só não se permitiu pensar ao fundo sobre isso porque havia o garoto.

Tinha coisas mais importantes para lidar agora.

- Seonghwa! - Ela sorri na direção do amigo. - Vejo que está acompanhado do príncipe e de novos amigos. A que devo sua visita? - A garota anuncia e questiona.

- Preciso de sua ajuda, para resolver algumas coisas com o príncipe. - Seonghwa aponta para Taehyung. - Esses são os amigos dele. Jeon Jungkook, Park Jimin e Jung Hoseok. - O jovem servo apresenta os amigos do príncipe.

- Muito prazer! O que precisa, alteza? - A garota se aproxima e cumprimenta se curvando.

- Meu pai, Seonghwa mencionou que você sabe de algo. - A garota nega a cabeça.

- Eu tenho medo, medo de morrer se dizer qualquer coisa, me perdoe. - Taehyung nega.

- Fique tranquila, haverá seguranças preparados a partir de agora nos arredores. Você está protegida. - Jihyo olha em volta e vê homens armados em alguns pontos do local. Fica mais calma.

- Ok, mas preciso que me sigam! - Taehyung olha os amigos e os servos acompanham a garota para dentro de uma hanok bastante simples após seguir um corredor da feira.

- Então, pode dizer. - Ela fecha os olhos e suspira após o príncipe assentir.

- Meu pai. Meu pai viu o rei matando um homem. - Ela sussurra. - Aparentemente o homem estava indo contra o Estado, porém não há nada que confirme isso, o rei matou um civil inocente. - O príncipe analisou cada palavra que saía da boca da jovem. Ficou estarrecido e com nojo do próprio pai.

- Há provas? - Taehyung pergunta e Jihyo assente enquanto todos ao redor estão petrificados demais para comentar sobre o assunto.

- Sim. Há! - Ela assente. - Meu pai viu o corpo ser enterrado em um local afastado. Para vocês que não sabem, meu pai é agricultor e trabalha em casas de famílias ricas. Certo dia, meu pai estava em uma casa de uma família que o rei visitava, só que não era uma simples visita. Havia o homem rico, o rei e o inocente, e meu pai, atrás de uma árvore, olhando tudo. Teve medo e não falou nada à ninguém, só para mim, pois teve medo de morrer por ter visto demais. - Taehyung engole seco.

Seu pai é corrupto e assassino, não podia acreditar que este era o homem que lhe criou.

O Prisioneiro de Jongno | [Taekook]Kde žijí příběhy. Začni objevovat