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— O que significa isso? — Um grito nos separou com susto e Lucien estava parado na porta, com um ódio nos olhos que eu nunca vi em alguém antes, só quando Klaus me matou aquela noite

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— O que significa isso? — Um grito nos separou com susto e Lucien estava parado na porta, com um ódio nos olhos que eu nunca vi em alguém antes, só quando Klaus me matou aquela noite.

— Lucien... — Comecei, pensando nas próximas palavras para explicar o que estava acontecendo.

— Não ouse dizer que não é o que parece porque eu vi muito bem o que acontecia aqui. — Ele bateu a porta ao fecha-lá, fazendo cair um quadro antigo pendurado na parede.

— Você sabe o que significa — disse Aurora, se levantando sem se intimidar por aquele olhar.  — Aquilo quando duas pessoas se sentem atraídas e os lábios se juntam...

— Cala a boca!! — Ele gritou, fazendo ela se calar.

— Lucien, tenha acalma — pedi, indo até ele.

— Com a Aurora, Mary? —Perguntou, com os olhos fixos em mim. — Vocês duas estavam juntas esse tempo todo me fazendo de idiota.

— Não! — Segurei as mãos dele, tentando pará-lo. — Aconteceu, não planejamos isso. Não temos nada. Eu gosto de você.

Aurora soltou um riso de balançou a cabeça negativamente.

— Por favor, não é como se vocês fossem namorados — ela disse, com as mãos na cintura. — A Mary é livre para fazer o que quiser com quem quiser. Aliás, Lucien, você está fora. Quero que saia da minha casa agora e não está mais nos nossos planos!

— Acho que eu não escutei direito — ele me empurrou e foi até Aurora com os punhos fechados.

— Além de imbecil é surdo? — Ela questionou, encarando ele. — Foi isso mesmo que eu disse. Quero você fora daqui!

Ele balançou a cabeça, mordendo o lábio inferior, então jogou Aurora contra a parede e apertou o pescoço dela com as duas mãos.

— Não é você quem manda aqui, Aurora. Eu sou mais forte e mais poderoso, acho que esqueceu disso.

— Nunca teve intenção de nos transformar, você quer o poder só para você e acha que pode dar ordens aqui — ela respondeu com dificuldade, tentando tirar as mãos dele de seu pescoço.

— Lucien!! — Gritei, percebendo o que iria acontecer e me aproximei deles com cuidado. — Solta ela!

— Farei um favor quando matá-la — ele respondeu com o maxilar trincado.

— Se fizer isso terá um nova inimiga. Eu nunca vou te perdoar!

Ele respirou fundo, pensou por alguns minutos então soltou ela.

Aurora caiu no chão com marcas vermelhas em seu pescoço. Me ajoelhei ao seu lado e verifiquei se ela estava bem.

— É a última vez que eu deixo ela viva — Lucien disse, nos lançando um olhar frio. — Preciso conversar com ela a sós.

— Eu vou ficar — falei, segurando a mão dela.

— Tudo bem — Aurora disse, soltando a minha mão. — Ele precisaria de coragem para me matar, mas isso ele não tem.

— Não me provoque — ele disse com voz baixa. — Não vai ter a mesma sorte duas vezes. Saia, Mary.

Olhei para Aurora e com a cabeça ela confirmou, então sai e esperei do lado de fora.

— É a primeira e última vez que eu vou te falar — Lucien falou com voz calma e consegui escutar tudo com audição de vampira —, eu não quero que isso se repita novamente. Eu sei que tudo isso foi culpa sua e a Mary é minha. Se me desobedecer novamente... Está avisada, Aurora.

Depois de alguns minutos, o quarto ficou em silêncio e Lucien saiu de lá com expressão neutra.

— Lucien — chamei e ele parou —, preciso conversar com você.

— Claro — ele segurou minha mão e fomos até seu quarto.

Ele me levou até a cama como se nada tivesse acontecido e sentei ao seu lado, mordendo o lábio inferior antes de falar:

— Eu não sei o que aconteceu hoje, nem o que aconteceu esses últimos dias — comecei. — O que eu quero dizer é que eu nunca vi você assim antes disso tudo — apontei para ele com as duas mãos, me referindo ao que ele se tornou.  — A Aurora é a pessoa que esteve ao seu lado sempre e você quase matou ela hoje. E eu não posso ficar com alguém assim, alguém como o Klaus.

— Você viu que ela me provocou. — Ele suspirou. — Eu não iria matá-la, mas ela precisa aprender que não manda em tudo e em todos.

— Esse plano é dela desde o início e não seu. E eu também não sou sua propriedade, nós não temos nada e ela não tem culpa do que aconteceu, eu quis também.

— Tá bom, eu entendo que eu passei dos limites hoje, mas não vai mais acontecer. Eu não quero ser esse tipo de pessoa, eu não quero ser o Klaus.  — Lucien segurou minhas mãos de forma leve. — Vamos tentar outra vez, sem a Aurora para importunar. Me desculpe, Mary.

Olhei para qualquer ponto que não fosse seus olhos ansiosos e ele me deu um abraço forte.

— Mary — chamou, entre o abraço.

O aperto dele era tão forte que mal consegui respirar, então concordei com a cabeça.

— Tudo bem, Lucien, está desculpado — respondi e finalmente ele me soltou.

— Não quero que mais nada fique entre a gente. Agora deita aqui — ele bateu na cama ao seu lado.

Me deitei ao seu lado e ele abraçou minha cintura por trás, colocando o rosto próximo ao meu.

— Eu acho melhor eu ir dormir no meu quarto, Lucien — falei, com receio por ficar ali depois do que havia acontecido.

— Dorme comigo hoje, não quero dormir sozinho — ele disse com o rosto encostado no meu. Sua respiração estava quente e descompassada. — Não vai me negar isso, vai?

— Não — dei um sorriso forçado. — Só por hoje.

Lucien desligou as luzes e fechou os olhos. A imagem dele quase matando a Aurora ficava repassando em minha mente e isso me impedia de conseguir dormir, sabendo exatamente no que ele havia se tornado e consciente de que a nossa relação não poderia durar.

 𝐴𝑙𝑖𝑣𝑒 ✦ 𝐾𝑙𝑎𝑢𝑠 𝑀𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora