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Meu rosto já estava molhado de lágrimas e Aurora estava inerte sobre meu colo

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Meu rosto já estava molhado de lágrimas e Aurora estava inerte sobre meu colo. Seu rosto manchado de sangue e as bochechas ainda molhadas de lágrimas não me permitiam pensar naquele momento.

Não consegui resistir ao ímpeto de gritar para aliviar a dor que eu estava sentindo e nesse momento um vento forte balançou as folhas das árvores, incendiando-as em seguida.

— Mary. — Hayley correu até mim e colocou a mão no meu ombro, como quem diz que sente muito. — Eu tiro o corpo dela daqui. Vai lá, essa luta se tornou sua também.

Hayley pegou Aurora no colo e demorei alguns segundos antes de soltar a mão dela e correr para dentro da casa.

Klaus estava jogado no chão com um pedaço de madeira em seu abdômen e Lucien se aproximava dele com uma estaca na mão. Fiquei me perguntando várias vezes se valia a pena ajudar ele ou deixar Lucien o matar, eu queria escolher a segunda opção, mas o Lucien matou a Aurora e por mais que eu desejasse a morte do Klaus, ainda precisava dele para acabar com isso.

Quebrei uma das madeiras jogadas pela casa destruída e cravei em suas costas enquanto ele estava ocupado com Klaus. Isso deu tempo para Klaus se recuperar e me ajudar, mas Lucien era mais forte e me jogou do outro lado da sala, segurando o pescoço de Klaus.

— Vou acabar com você — Lucien falou, segurando o pescoço de Klaus contra a parede —, então vou acabar com sua família e depois vou terminar o que eu comecei com sua amada Camille. Não posso esquecer, é claro, de fazer sua filha sofrer mais do que qualquer um. Vou fazer ela implorar pela vida.

— Você não vai tocar em um fio de cabelo deles! — Klaus empurrou ele. — Acho melhor ir pensando nas suas últimas palavras.

Me levantei e tentei pensar em alguma alternativa, mas nada me vinha a cabeça e naquele momento percebi que tudo o que eu construí sobre mim era mentira.

— Lucien!!! — Gritei, enquanto os dois lutavam, sabendo que não era a dor física que iria machucá-lo. — Sabe por que você é assim e nunca encontrou alguém que amasse você? É porque você não merece o amor e machuca qualquer um que se aproxime demais. Você nunca foi melhor que o Klaus, você é pior que ele e eu percebi isso no dia em que se transformou nessa aberração. Ninguém vai sentar perto de uma lareira para contar histórias sobre um homem covarde e que foi capaz de destruir tudo a sua volta porque ninguém o amou.

Ele jogou Klaus para fora da casa, veio até mim com raiva nos olhos e fechou suas mãos envolta do meu pescoço.

— Você quer minha atenção? — Ele disse, me arrastando para fora com força. — Tudo bem, você a tem. Agora vai saber realmente como é o inferno.

Klaus estava caído no chão com vários estilhaços e ferimentos em seu corpo e o sangue de Aurora ainda estava na grama verde quando ele enfiou a mão no meu peito.

— Se lembra de quando estava no meu lugar há mil anos atrás? — Ele questionou a Klaus que se levantava com rapidez. — Foi dessa maneira que matou ela? A rainha e o rei mortos por um peão.

— Qual o seu objetivo matando ela? Sou eu quem você quer.

Sangue escorria da minha boca e, à medida que Lucien movia sua mão em meu peito, mais sangue escorria e eu gritava de dor.

— Achei que amasse ela.

— Eu amava. Mas ela me trocou pela vadia da Aurora e entre nós dois só um vai sair vivo daqui, espero que seja eu e não posso deixá-la viva porque sei que ela não vai parar até me matar. — Lucien soltou um suspiro entediado. — Mas vamos acabar logo com isso. Fique de joelhos, Klaus.

Klaus estava com o olhar fixo em mim quando se ajoelhou, e não conseguiu tirar o medo e sofrimento que ele tinha nos olhos.

— Até mesmo Klaus Mikaelson se ajoelha diante de mim e essa é a prova que eu sempre fui melhor que você, que eu sou invencível.

— Eu fiz o que você queria — Klaus falou com voz dura —, agora deixe ela ir.

Lucien tirou a mão do meu peito com cuidado e segurou meus ombros, passando a mão ensanguentada pelo meu cabelo antes de morder meu pescoço e se alimentar de mim.

Klaus se levantou com um grito de raiva e Lucien foi empurrado para longe de mim, enquanto Klaus me segurou para não cair.

Havia sangue ardendo na minha garganta e o ferimento no meu pescoço não queria cicatrizar. Próximo a nós, Elijah jogava Lucien no chão, então Freya e Kai estavam juntos enfraquecendo ele com magia.

Me apoiei em Klaus e consegui me levantar com dificuldade, apesar do veneno da toxina dele queimando nas minhas veias, pude tirar o cabelo do rosto e ir até Lucien, que estava ajoelhado no chão.

Seus olhos tomaram uma cor vermelha e suas duplas presas estavam expostas, assim como veias escuras passando em seu corpo.

— Pode me matar, mas a profecia ainda existe e não vão poder escapar do destino que a Mary vai dar a vocês — ele falou, falhando em se levantar.

Klaus voltou seu olhar para mim, como quem espera que eu fosse desistir da minha vingança e eu manti meu olhar firme, sem vacilar.

— Por um século você viveu na minha sombra — Klaus começou, se aproximando dele. — Você sempre quis o que eu tinha porque nunca foi respeitado ou amado, e mesmo agora com a imortalidade você soube o que era. — Klaus pegou um dos vidros da janela quebrado no chão e olhou para mim. — Você quer ter a honra?

Respirei fundo e peguei o vidro pontiagudo, indo até ele enquanto Elijah segurava sua cabeça, então cortei sua boca da mesma forma que ele me mostrou, de orelha a orelha, e à medida que a ponta cortante passava em sua pele, Lucien gritava de dor.

— Você é nada e seria menos ainda se não fosse por mim — Klaus se abaixou para olhá-lo nos olhos, e nesse momento arrancou seu coração com prazer e facilidade.

(•••)

O corpo de Lucien estava jogado no chão sem vida e sua boca ainda aberta pelo corte.

Já estava escuro e naquele lugar só estávamos eu e Klaus, os outros se foram dizendo que precisavam resolver outro problema e Rebekah e James pediam ajuda.

Klaus ascendeu o isqueiro e jogou sobre o corpo de Lucien, que pegou fogo rapidamente e foi a única fonte de luz naquele lugar escuro.

— Vem, vamos deixar o Lucien queimar sozinho. — Klaus colocou a mão no meu braço e me olhou.

— Klaus — chamei, colocando a mão na cabeça.

Meu corpo estava fraco e frequentes enjoos e torturas tomavam conta de mim, então no momento em que minhas pernas ficaram fracas, Klaus me pegou no colo.

— Você não precisa se preocupar mais — falei com voz baixa, deitando minha cabeça em seu peito —, eu vou morrer e a profecia não vai mais se cumprir.

— Você não vai morrer, eu não vou deixar — ele respondeu, me levando até o carro com pressa.

— Se eu não morrer sabe que eu não vou esquecer minha vingança, não sabe?

— Eu só não posso perder você outra vez, mesmo que isso seja meu fim.

Fechei os olhos assim que Klaus me colocou no carro e digiriu com pressa até o Quartel Francês.

 𝐴𝑙𝑖𝑣𝑒 ✦ 𝐾𝑙𝑎𝑢𝑠 𝑀𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora