Quinto capítulo

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O estranho pisava sobre a perna quebrada de Pedro, enquanto o rapaz chorava de dor. Amanda e Alice sentiam o estômago revirar, e quando o homem ergueu o machado no ar, as duas já sabiam o que deveriam fazer. Amanda tomou a frente, e as duas avançaram em direção ao homem, que se virou para elas no instante em que Amanda esticava os braços em direção a ele.

Amanda agarrou o machado das mãos do homem, e Alice veio logo atrás, chamando a atenção dos dois. O mascarado bateu com o joelho na boca do estômago de Amanda, que recuou com a dor ainda segurando o machado com força suficiente para tirá-lo das mãos do homem. Rapidamente, ele se virou para Alice, segurou-a com uma mão pelo pulso e com a outra pela nuca da garota, e girou o corpo dela, batendo a cabeça da mais nova contra a estrutura metálica do galpão.

Alice sentiu o sangue fervendo pelo corte que se abriu em sua testa e caiu de joelhos no chão terroso. O mascarado sorriu e chutou o peito dela com toda força, derrubando a jovem no chão.

Com Alice caída e o homem de pé defronte a ela, o machado cortou o ar verticalmente. Ele desviou no último instante, e a lâmina do machado soltou faíscas ao se chocar ao metal do mecanismo da armadilha. Sem dar tempo para um segundo ataque, o mascarado desferiu uma cotovelada no queixo de Amanda, que recuou atordoada soltando o machado. O gosto do sangue fez com que ela levasse uma mão para sua boca.

Pedro assistia aquilo imponente. O rapaz olhou com pesar para Alice, caída ao seu lado gemendo de dor.

Frente a frente com o mascarado, Amanda ergueu os punhos fechados e ficou em posição de combate. O homem achou risível a postura da mais velha, e balançou a cabeça negativamente.

— Vocês são tão estúpidas assim?

A voz grave do homem deu calafrios em Amanda, mas ela se manteve firme. Rindo da atitude dela, o homem avançou. Ela bloqueou o primeiro soco com o antebraço, depois outro, vindo da esquerda. O homem tentou um chute desta vez, e Amanda recuou, desviando do golpe com sucesso. Ela girou o corpo rapidamente, batendo com o cotovelo contra o rosto dele, depois girou para o outro lado, erguendo a perna e chutando com força na altura da orelha. Com o impacto do chute certeiro, o homem cambaleou para o lado, caindo de joelhos e se vendo obrigado a apoiar as duas mãos no chão.

Amanda aproveitou isso para se virar em busca do machado, e deu dois passos largos em direção a arma. Com as duas mãos, a mais velha pegou o machado e se virou para o homem, no momento em que ele corria em direção a ela. Amanda se desesperou em tentar cortar o ar com o machado, mas o mascarado segurou o cabo do machado com uma mão, enquanto que, com a outra, esticou o braço o suficiente para agarrar o pescoço dela. Usando o peso de seu corpo, o homem se jogou para cima de Amanda, e ela caiu de costas no chão, gritando. Com os dedos grossos, o estranho apertou o pescoço de Amanda, o seu peso sobre ela impedia a jovem de se desvencilhar dele, que se rebatia no chão numa tentativa falha de se soltar.

Já sem ar, a fraqueza em seus braços fez com que ela soltasse o machado e levasse as duas mãos para tentar soltar a mão que lhe sufocava. O homem sorriu ao ver que o machado estava em suas mãos novamente, e folgou os dedos que pressionavam o pescoço de Amanda. O baque da armadilha se fechando novamente atraiu o olhar dele. Alice havia soltado Pedro da armadilha enquanto ele se ocupava com Amanda. O homem fechou o semblante, raivoso, e girou o machado no ar, se preparando para atacar os outros dois.

Amanda tossia, puxando o máximo de oxigênio para dentro de seus pulmões. A cada vez que inspirava, repetia mentalmente para que tivesse forças para se erguer. Ao ver o homem voltar a atenção para os outros dois, não deu tempo para se recuperar totalmente, se levantando desajeitada. A mais velha pulou sobre as costas do mascarado, agarrando-o com o antebraço em volta de seu pescoço.

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