Oitavo capítulo

56 7 54
                                    

Bia voltou-se para Danielle com o olhar determinado e ajoelhou-se diante da loira, ficando cara a cara com ela. Danielle retribuiu o olhar sem expressão alguma, ela não sabia o que pensar, ou o que dizer, então optou pela certeza do silêncio.

— Você precisa vir comigo ou você vai morrer.

As palavras de Bia saíram mais ríspidas do que ela gostaria, e Danielle esboçou um sorriso fraco em resposta.

— Morrer? — A loira enfim balançou a cabeça — Você é louca o suficiente para saber o inferno deste lugar e ainda assim decide voltar aqui... E eu que vou morrer? Não. Eu não vou dar um passo ao seu lado. Pode ir. — Danielle tinha raiva em sua voz — Vá abraçar o inferno que você mesma buscou para si. Eu não. Eu não vou morrer com você...

— Mas... — Bia segurou o choro.

— Não. — Danielle riu, balançando a cabeça em negação — Eu não vou morrer com você. Não! — Ela aumentou o tom de sua voz.

— Shhh! — Bia arregalou os olhos — Tá bem! Fique e morra de qualquer jeito!

A garota então se levantou num rompante e saiu pelo corredor, apressando os seus passos rumo ao desconhecido e deixando Danielle para trás. Repetia para si própria que não precisava de ajuda, que ela conseguiria fazer aquilo sozinha. Sentia o peso desses pensamentos lhe apertando o peito, e a medida que adentrava ainda mais pelos corredores escuros, a vontade de chorar lhe dominava.

Cada vez mais.

Bia se viu em uma encruzilhada cuja escuridão dominava cada um dos quatro caminhos. Ela olhou ao redor, em dúvida. Tentava raciocinar e encontrar pelo caminho certo, mas a angústia lhe era maior do que qualquer outra coisa. A jovem não aguentou mais manter-se de pé e, desabando em seus próprios pensamentos, caiu de joelhos no chão, deixando-se chorar.

Ela mordeu os lábios para não emitir nenhum som, mas o grito que lhe subiu a garganta foi mais forte que sua força de vontade e, lutando para não gritar gemeu baixinho. De cabeça baixa, chorava como quando criança. A dor era mais forte que ela, e naquele momento, ela tinha como única certeza que Danielle tinha razão — ela morreria ali.

— Não! Socorro!

Ouviu um grito masculino. Rapidamente, secou as lágrimas e ergueu a cabeça, olhando ao redor em busca da origem daquele grito.

— Por favor! Não!

Corredor da esquerda! Tomando forças, Bia se levantou. Ela respirou fundo, sacou sua arma e correu em direção aos gritos.

 Ela respirou fundo, sacou sua arma e correu em direção aos gritos

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Não! Meu Deus! — Pedro gritou ao ser arremessado no ar.

O rapaz bateu de costas contra a parede de tijolos à mostra, e caiu sobre seus braços no chão de terra. O rapaz levantou o olhar cheio de lágrimas, vendo quando a criatura cadavérica sorria para ele, mostrando todos os seus dentes apodrecidos. Ele tentou se levantar, mas sentiu a perna latejando de dor e automaticamente levou a mão sobre o gesso que a cobria.

Noite Sangrenta Where stories live. Discover now