O veneno do CEO

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Sozinha em meu quarto, não conseguia pensar em nada além da minha formatura. Já imaginava como arrasaria com aquele vestido... ah, o maldito vestido, dado por aquele cara que além de ser chefe de meu namorado, era namorado de minha melhor amiga. Carine não podia saber disso jamais, pelo que conheço dela, ficaria contra mim e tentaria entender apenas o lado de seu namorado.

Minha mãe estava feliz pela minha formatura. Mesmo com a doença que tinha, esclerose múltipla, estava se esforçando para deixar tudo perfeito na celebração de minha formatura.

A situação dela me preocupava porque não tinha condições de trabalhar e se fosse minha tia, já estaríamos na rua. Confesso que tenho uma porção de culpa nisso, pois sou preguiçosa e ainda não tenho um registro na carteira de trabalho.

Nasci sendo cuidada por uma família que sempre me deu tudo, não me preocupei, jamais, em ter que trabalhar ou juntar dinheiro para ter o que quero. Reconheço que não sou o tipo de exemplo a se seguir, sou as vezes insensível e julgo como obrigação tudo que me é dado no dia a dia, conquistar é algo que nunca coloquei em prática.

Por muitos dias fico em meu quarto pensando em tudo poderia fazer para me sentir melhor, vejo que sou uma garota de bosta, não consigo sair da zona de conforto e vivo uma vida que me iludo em querer seguir. Mas por que esses pensamentos estão pesando em minhas costas mais do que o normal? Com certeza, deve ser por causa do encontro que tive com o chefe de meu namorado. Ele ponderava um poder que explodia toda vez que colidia com minhas inseguranças e costumes.

Ele era o tipo de homem que mudaria minha pessoa, mas o que estou falando? Ele é namorado de minha melhor amiga. Não podia ficar pensando nisso, meu relacionamento com Daniel tinha que prosseguir, mas não estava nada fácil.

Daniel percebia que meu comportamento havia umudado, estava mais pensativa e negava quase todos os encontros, até que quando aceitei, não demorou muito para brigarmos.

- Ah, Daniel, você vai começar de novo com essa conversa?

- Eu não estou errado.

- Você nunca está errado. Sempre me pressionando, fazendo perguntas que nem são essenciais, já perguntou como foi meu dia hoje? Já perguntou se estou bem? - o questionei.

- Você não me deu tempo.

- Está vendo, você nunca assume que está errado. Cara, não dá...

- Mas eu não estou errado.

- Ok. Com licença. - se levantei, deixando Daniel sozinho no barzinho.

- Amor, calma aí.

Não esperei explicações e voltei para casa. Minha tia que havia visto eu sair, se assustou quando me viu de volta tão cedo.

- Ué menina, o que aconteceu?

- Ah, nem te falo, tia. - disse, jogando o celular no sofá.

- Brigaram de novo?

- Sim.

- Não é legal um casal ter tantas brigas.

- Eu sei. Me sinto um lixo, mas o que posso fazer?

Com uma panela na mão, minha tia se aproximou de mim.

- Se você não está feliz, termina.

- Não é fácil. Daniel e eu temos muito tempo juntos.

- Vocês precisam de um tempo. Pense bem nisso.

- Preciso descansar. - se dirigi até meu quarto.

Ajoelhou, vai ter que me amar.Where stories live. Discover now