Ajoelhou, vai ter que me amar.

Verdades sendo ditas

- O que você está fazendo aqui?

- Prazer em te ver, meu galã. Como está? - começou a usar suas ironias.

- O que está fazendo aqui?

- Não vai me convidar para entrar em sua BMW.

- Obvio que não.

- Eu acho bom você me convidar para entrar, pois estou sem paciência hoje.

- Imagina, eu. - encarei ela.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que ela me segurou pelo braço, impedindo que entrasse no carro.

- A gente ainda vai ter que conversa. Você não vai fugir.

Entrei no meu carro e sai, me segurando pra não perder a cabeça.

Minha vida já estava confusa demais para receber novamente em minha vida, minha ex, logo ela que quase tirou minha fortuna com suas chantagens, era lógico que queria dinheiro.

De volta a mansão, chamei Willians que chegou ao meu quarto em menos de um minuto.

- Deseja alguma coisa, senhor?

- Estou preocupado. - confessei, sentando na cama, jogando o blazer do lado.

- Qual a causa de sua preocupação, senhor?

Dividi minha atenção com a tela do celular e Willians que ficou na porta, não ousando a entrar no quarto sem minha autorização.

- Mulheres.

- No plural mesmo?

- Sim. Minha ex voltou.

- Fernanda? - perguntou, mudando sua expressão calma.

- Sim. Com certeza está em busca de dinheiro.

- O que o senhor fez?

- Nada. Não quis ouvi-la.

- Fez bem. Mas e se ela insistir, o que pretende fazer, senhor?

Odiava perguntas, algo que me irritava era perguntas, pois pensar quando se está nervoso, é difícil.

- Me traz bebidas. Muitas. Quero ficar só eu e elas hoje.

- Certeza, senhor?

- Se eu pedi é porque tenho.

Levando uma patada de leve, Willians desceu as escadas e pegou as melhores garrafas de minha adega. Ele conhecia muito bem meu gosto em relação a bebidas. Em menos de 5 minutos, lá estava Willians equilibrando algumas garrafas em uma bandeja, claro, sem perder sua elegância.

Mesmo preocupado com o que aconteceria em meu quarto, Willians deixou os litros e saiu.

Olhando a chuva pela janela, fiquei pensando em uma maneira de se livrar do futuro problema que estava surgindo. Fernanda não poderia estragar minha vida, eu não tinha mais nada, não tinha família, não tinha companhias fiéis, só tinha dinheiro, e ela não tiraria mais nenhum centavo de minha conta.

Por outro lado, uma mulher simples, se mostrava ser meu próximo pesadelo. Eu não queria ter esse sentimento, mas a cada segundo e momento de solidão, sentia falta dela. O que estava acontecendo comigo?

Tenho opções para sair do país, tenho dinheiro para comprar um avião e quem sabe jogar Fernanda lá de cima, ninguém descobriria.

Que vida de bosta eu estava vivendo. Como isso pode acontecer? Tenho dinheiro, poder, mas pareço um menino perdido na escola, com medo de sofrer bullyng, com vergonha de falar com garotas.