2 temporada- capítulo 27.

483 34 9
                                    

Foi no meio de julho que as coisas ficaram estranhas. Bem estranhas, diga-se de passagem. A começar por minha mulher insistir em dar uma entrevista e deixar a jornalista entrar em nossa casa, coisa que naqueles oito anos ela nunca permitiu. Mas Anahi alegou que já que estávamos de mudança e, por isso, podíamos dar aos tabloides europeus um acalento e , sim, estávamos de mudança. Mais precisamente nossa mudança era daqui dois dias.

Thiago não gostou muito da ideia, não até prometermos que o colocaríamos na melhor escola do Brasil. Sim, ele é neurótico, eu concordo. Filipe relutou, dizendo em poucas palavras, que ama a Espanha, mas é como sempre dizemos, ele é maleável, fácil de lidar, menos teimoso que o irmão.

Acordei ao som de vômitos de minha mulher.

Alfonso: Amor? –dei um pulo da cama e fui até o banheiro –Tá tudo bem?

Pergunta estúpida, eu sei.

Anahi: O que você acha? –ela grunhiu no meio de outra ânsia.

Molhei a toalha de mão no lavatório e pus em sua testa. Dei um beijo em sua orelha e minha mulher pálida encostou a cabeça no meu ombro.

Alfonso: Tá suando frio, amor, vem, vou te levar para a cama.

Anahi: Não, ainda tô enjoada.

Alfonso: Amor, não pode ficar aqui, nesse chão frio.

Anahi: Tudo bem, eu já devo ter vomitado tudo mesmo, só me deixa escovar os dentes.

Ela se levantou, mas cambaleou e se encostou em mim de novo.

Anahi: Droga. Odeio quando fico tonta.

Alfonso: O quanto você bebeu, hein? –tentei descontrair.

Anahi: Antes tivesse.

E eu percebi que ela não estava para brincadeira.

Anahi: São quantas horas?

Alfonso: Umas cinco, por aí.

Anahi: Nossa, eu to aqui desde as três.

Alfonso: Caralho, Anahí! Podia ter me acordado, sabia?

Anahi: Não queria me incomodar.

Alfonso: Não queria me incomodar, Any? Sou seu marido, lembra?

Anahi: Não fica bravo, por favor. –choramingou –Eu tô péssima, enjoada e fedendo.

Alfonso: Como se eu conseguisse ficar bravo contigo, né?

A peguei no colo e a levei para o aconchego da cama.

Alfonso: Dá próxima vez, me chama.

Anahi: É melhor que não tenha –murmurou.

Alfonso: Vem aqui –pus a cabeça dela no meu peito –O que comeu para passar tão mal?

Anahi: O mesmo que você.

Alfonso: Amor, isso não faz sentido.

Anahi: Eu também não entendo, mas não é a primeira vez que acontece.

Alfonso: Como é?

Anahi: Semana passada eu passei mal.

Alfonso: Anahi! –eu me sentei –Não posso acreditar que passou mal e não me contou. Quantas vezes?

Anahi: Algumas.

Alfonso: Quantas? –cerrei os olhos.

Anahi: Duas enquanto você estava na Inglaterra. –eu ficava cada vez mais irritado, podia sentir – E uma quando estava na Alemanha, respira, amor. –tocou a minha mão.

Alfonso: O que mais você esconde de mim?

Anahi: Poncho, só não queria te preocupar à toa.

Alfonso: Me preocupar à toa? Anahí, você está vomitando as tripas e acha que isso é me preocupar à toa? Ah, por favor!

Dei um soco na cama.

Alfonso: Você vai ao médico mais tarde.

Anahi: Não!

Alfonso: Posso saber por que não?

Anahi Porque –sentou –eu tenho uma entrevista? –tentou.

Alfonso: A gente cancela, na primeira hora da manhã.

Anahi: Não!

Levantei a sobrancelha.

Anahi: É só um enjoozinho.

Alfonso: Por quatro vezes em duas semanas?

Anahi: Alfonso, vamos ser sensatos.

Alfonso: É o que to tentando ser, pois quem está sendo insensata é você!

Anahi: Amor, fazemos assim, eu dou a entrevista, você faz seu jogo beneficente e depois vou ao médico.

Alfonso: Não pode estar falando sério! –balancei a cabeça.

Anahi: Vem, amor, vamos dormir. Depois a gente decide.

Alfonso: E já não está decidido? –me deitei.

Ela sorriu e deitou a cabeça no meu peito.

------------------------------------------------------------------------------------------

O que vocês acham o que é? Comentem!!! S2.

A Musa do Futebol.Onde histórias criam vida. Descubra agora