🍬 Capítulo 2

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Flora 🐳

ㅡ Qual foi mina? tá cega caralho? - parou de olhar o celular e direcionou pra mim.

ㅡ D-desculpa - começo a pegar as minhas coisas no chão. Eu só queria a minha chupeta e o Beff, meu patinho de pelúcia. Meus olhos estão ardendo, estou com uma vontade muito grande de chorar. Sem perceber faço beicinho e meu queixo começa a tremer.

ㅡ Mano tu vai chorar? - me olhou confuso - para de drama caralho.

ㅡ Não é drama - falo baixo, porém acho que não foi o suficiente pois ele começou a me encarar com a sombrancelha levantada.

ㅡ É o que então? pra mim isso é drama - não consigo me segurar, sinto as lagrimas descerem pela minha bochecha.

ㅡ Se você acha, tudo bem - digo com a voz embargada - me desculpe eu não queria esbarrar em você - arrumo minha mochila nas costas e começo a andar, preciso sair daqui.

Tento passar por ele mas o mesmo me impede segurando meu braço.

ㅡ Me solta, eu só quero ir - falo manhosa.

ㅡ Claro que não, tu tá chorando porra - me guia até um murinho que tem ali no pátio mesmo - qual foi? manda o papo.

ㅡ Não entendi - limpo as lágrimas.

ㅡ O que aconteceu, mano? Só esbarrar em mim não é motivo de tu chorar, ta triste? - concordo com a cabeça - conversa comigo pô.

ㅡ Não sei se eu devo falar sobre isso com você.

ㅡ Vai ficar tudo no sigilo.

ㅡ Você jura? - ele assentiu - de dedinho?

ㅡ Tu é bem bobona né? - fiquei chateada com isso, meu queixo novamente começa à tremer e sinto que as lágrimas vão descer. Estou muito sensível esses dias - Desculpa, desculpa. Eu juro - esticou o dedo mindinho, e eu entrelaço os dois.

ㅡ Podemos ir para outro lugar? - me encara sério - por favor - faço os gestos com as mãos.

ㅡ Bora logo, mas tu vai ter que me levar, não conheço nada aqui - se levantou.

Isso explica muita coisa, como por exemplo eu nunca ter visto ele por aqui.

ㅡ Tive uma ideia - me levanto.

Caminho rapidamente até o vestiário feminino, tenho certeza que vai estar vazio, porque os jogos só começam daqui a uma semana.

ㅡ Não vou te pegar não, beleza? - disse enquanto entrávamos.

ㅡ Eu não quero te pegar. E você não me disse pra eu te contar? - me sentei junto com ele no banco atrás dos armários.

ㅡ Sim - disse sem graça - fala aí.

ㅡ É que eu tenho um probleminha - coço a cabeça - e estou cansada de ter que esconder, mas...e-eu preciso - uma lágrima escorre.

ㅡ Qual é o problema? - nego com a cabeça - vai falar não?

ㅡ Não pode contar pra ninguém ta bom? - ele balança a cabeça em positivo - você jurou de dedinho.

ㅡ Tá, tá. Vai logo.

ㅡ Infantilismo - ele arqueia a sombrancelha - eu meio que gosto de ser tratada como criança, as vezes eu até "viro" um bebezinho - faço aspas com o dedo - sou muito frágil e qualquer coisa me deixa triste, feliz, com raiva e outras coisas. Eu não consigo controlar isso sabe? mas tenho que quardar tudo pra mim para não manchar a imagem da família.

ㅡ Tu não pode ser do seu jeito pra não manchar a imagem da porra da tua família? - pergunta bravo.

ㅡ Sim, mas é porque eu não quero decepcionar minha mãe.

ㅡ Filha da puta.

ㅡ Eu? nem fiz nada - faço bico.

ㅡ Tua mãe mano.

ㅡ Ata, mas ela só quer o meu bem - falo triste.

ㅡ Teu bem? Ela não deixa tu ser você mesma caralho - meus olhos começam a arder e sinto que vou chorar.


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Only mine - PAUSADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora