Meias verdades

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Jungkook correu pra casa chamando pela mãe e ficou aliviado quando encontrou o pai ali também.

―  Appa ―  jogou a mochila no chão ― tem ...

― Calma, o que foi?

―  Na escola. Um homem veio, ele ta vindo a alguns dias ―  falava rápido e os pais não conseguiam entender.

―  Kook querido o que aconteceu? ―  a mãe sentou e fez o garoto fazer o mesmo.

― O Chin! Omma tem um homem estranho com ele.

―  Um homem? Como ele é?

O jovem Jeon descreveu e viu o pai ficar tenso, saindo e deixando mãe e filho preocupados.

***

Jungkook não podia evitar as lembranças, olhar o menor tentando afastá-lo era como ver a versão mais nova do Park.

Como naquela tarde na frente da escola quando o pai do Park apareceu, e deixou o garoto tão assustado e ao mesmo tempo o pequeno tentou proteger o irmão.

....

― Não minta pra mim Chin ― por fim disse ― sei que não tem dívidas.

―  Eu tenho e são muitas ―  manteve o tom firme.

―  Se tivesse eles teriam quebrado suas mãos. Lembra meu pai é juiz.

Jimin suspirou, era verdade o Jeon pai era juiz e conhecia cobranças de jogo e claro o filho também saberia.

―  Agora que já esclarecemos isso. Vamos continuar.

― Eu sempre pago. ― Deu de ombros ― tenho crédito, e dedos ―  balançou as mãozinhas.

― Isso...Jimin é sério?

― Não sou ladrão se é isso que quer saber.

Os dois não conseguiam entrar num acordo, nenhum queria ceder.

―  Me deixe pagar ―  Jungkook falou baixo ―  eu quero te ajudar.

***

Jimin correu para junto do "pai" queria o mais novo seguro e a única maneira que conhecia era aquela.

― Demorou Jimin.

O loirinho tentava controlar o tremor que se espalha pelo corpo e quase gritou de susto quando as mãos pesadas foram postas sobre seus ombros.

― Vamos garoto!

O carro assim como o homem fedia a cigarro e bebida, o pequeno Park sentou no banco de trás, arrumando lugar entre as latas de cerveja, procurou pelo cinto de segurança e o pai acelerou antes que ele se encontra.

― Ficou mole! Segura aí moleque ― riu em escárnio.

Algumas curvas e logo estavam parando na frente de um lugar abandonado ou era o que a fachada deixava transparecer.

― Preciso da sua ajuda ― disse tirando o garoto quase a força do carro, analisou por um tempo e um sorriso se fez ― parece um garoto rico.

Jimin não conseguia falar estava assustado demais.

― Anda vamos entrar! ―  Teve que empurrar o loirinho pra dentro do lugar.

***

― Chin, eu posso resolver isso pra você ― tentou segurar a mão do menor e esse a tirou antes - me deixa te ajudar.

―  Eu cuido disso ―  o Park levantou, mancando e teve que se apoiar no encosto da cadeira.

Jungkook ficou nervoso quando viu o menor tentar se afastar.

―  Espere vamos conversar ―  o pedido foi feito em tom baixo, os olhos escuros estavam ansiosos pela resposta.

―  Jungkook melhor ficar fora disso.

― Jimin ―  suspirou ― por que sempre quer fazer tudo sozinho.

****

....Uma casa de jogo clandestina, a fumaça deixava o ar difícil de respirar e fez o garoto tossir sem parar, ganhando alguns olhares tortos.

― Que é isso Kim? ―  a voz velha chamou pelo 'pai'.

―  A garantia senhor Choi ― apertou os ombros do menino.

―  Você não vale nada mesmo! ―  Gargalhou ao se aproximar do menor - é um garoto?

A pergunta fez o loiro gelar, a mão quente e húmida tocou seu queixo fazendo levantar o rosto para o velho. 

O cabelo claro do garoto estava um pouco mais comprido que escondia suas orelhas e testa, e quando foi forçado a olhar pra cima encontrou um rosto assustador.

― Não é não ―  mais o sorriso não se foi. ― Aceito. Quanto você quer a mais?

Jimin não tinha esquecido de como a própria família lidava com suas dívidas e outra vez ele era a garantia que tais dívidas seriam pagas assim como a mãe foi antes de si.
***
 

Me apaixonei pelo meu irmãoWhere stories live. Discover now