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Bom dia com muito ziriguidum porque hoje é carnaval, amores. Acordei animada, pra mim essa época era a melhor do ano tirando o ano novo, que eu também gostava demais. Qualquer data festiva que tinha bagunça eu gostava. Eram dez da manhã, tomei uma ducha demorada, lavei meu cabelo e sai do box com duas toalhas, uma no corpo e uma na cabeça. Escovei meus dentes e passei uma máscara de skincare, dava pra fritar um ovo de tão oleoso que meu rosto estava esses últimos dias. Sério, estava bizarro!

Sequei meu cabelo com o secador e tirei a máscara que já estava seca, joguei água gelada no rosto e sai do banheiro. Vesti meu biquíni tomara que caia branco e um shortinho jeans. Passei uma base no rosto e um rímel, antes de sair e ir de encontro com os meninos passei perfume e hidrante. Cheirosa sempre, não é?

Mandei mensagem pra Gabriel e o mesmo respondeu que eles estavam tomando café da manhã. Enquanto ia a encontro dos mesmos cumprimentei com um sorriso algumas pessoas que passavam por mim, diferente de ontem hoje o hotel estava bem mais movimentado.

— Chegou o dragão — Alex estava com voz de sono e mexia no celular.

—Bom dia para você também, Alex — dei um beijo na cabeça de Gabriel que estava comendo bolo.

— Bom dia, mana — sorriu.

Fui me servir e fiquei maravilhada quando vi a mesa de café da manhã do hotel, era enorme e tinha tudo o que podia imaginar. Minha fome era de três mendigos e cinco evangélicos, a draga que habitava dentro de mim agradecia por uma mesa dessas. Peguei bolo de cenoura,bolo de banana, alguns tipos de salgados e um suco de laranja. Voltei pra mesa e eles estavam discutindo o que nós iríamos fazer hoje.

— Eu apoio ficar no hotel até dar o horário do bloco — Victor enfiou uma empadinha na boca.

— Por mim tanto faz! — disse de boca cheia.

— Colocou a mesa do café toda ai no prato, né? Misericórdia, jesus tem poder — Gabriel arregalou os olhos.

— Nem envolve Jesus nessa, é melhor! — Victor falou.

Dei língua para os dois.

— Vamos fazer trilha, eu vi uma que é só quinze minutos andando — rolamos os olhos.

Diego não se mancava nunca?

— Cinco minutos de trilha eu vou estar durinho no chão morto, esquece Diego! — Gabriel balançou a cabeça negativamente — Tenho muito o que viver ainda.

Ficamos até eu terminar de tomar meu café tentando decidir algo para no final resolvermos ficar no hotel mesmo. Passei no quarto antes pra escovar os dentes e depois de já escovado fui pra piscina. O dia estava lindo, bem quente, merecia mesmo um mergulho. Quando cheguei os meninos estavam no barzinho bebendo como o esperado, pedi um drink e me sentei com eles.

— Vocês vão sair de que hoje? — Victor perguntou bebendo seu Whisky com gelo.

— Sereia — fiz biquinho e coloquei a mão em baixo do queixo.

— Cuidado pra não confundirem o rabo de sereia com o de piranha, hein! — dei um tapa do braço de Gabriel. Idiota.

Meu drink chegou e eu agradeci o garçom que sorriu amigavelmente. Estava delicioso, nem dava para sentir o gosto do álcool direito.

— Vou de Diego mesmo — se gabou — Tem fantasia melhor que essa?

— Se fosse halloween você iria arrasar — pisquei e ele rolou os olhos — Relaxa que no carnaval também é valido.

— Cansativos!!!— Gabriel bufou.

— Eu vou de gatinho mas não é surpresa pra ninguém, então eu vou de eu mesmo praticamente — Alex deu um sorrisinho de lado. Se acha, não é?

— O amor próprio é tudo, não é rapaziada — levantei as sobrancelhas rápido.

— Nesse caso eu já acho que é cegueira — Diego falou e nós rimos.

Fomos para a piscina e ficamos conversando e bebendo até umas duas da tarde, depois disso fomos almoçar e cada um foi para seu quarto descansar antes de partimos para a folia. Esse ano seria bem diferente dos outros, não teria Lya e nem Natália para fazer as merdas comigo. A falta que minhas meninas iriam fazer nesse carnaval somente eu e Deus sabíamos.

[...]


Fiz aquele reboco de qualidade pra combinar coma minha fantasia. Eu estava maravilhosa, uma grande gostosa nessa saia de tule. Alguém tinha batido na porta, abri e era Gabriel e Alex, ambos sem blusa com orelha preta de gatinho e uma gravata borboleta no pescoço.

— Uau! — disseram em uníssono

— Estou gata! Eu sei— me gabei — Queria poder falar o mesmo de vocês...

— Se manca garota, eu estou irresistível — Alex fingiu que jogou o cabelo e eu ri.

— O que vocês querem? — me encostei na porta.

— Estamos te esperando la embaixo, vê se não demora fazendo o favor — assenti e eles saíram.

Me olhei no espelho pela última vez antes de sair. Passei meu perfume e peguei minha pochete prateada que estava com minha identidade, dinheiro e meu celular. Tranquei o quarto após sair e guardei a chave. Desci e os meninos estavam na sala de estar do hotel me esperando.

— Que isso, loirinha — sorri — Ficou razoável, hein! — dei o dedo médio para ele.

Eles não me respeitavam.

Victor estava com um short tactel de estampa florida e um arco de flores na cabeça, gay demais. O menos paparicado era Diego, que estava com uma bermuda jeans branca e um cordão de flores em volta do pescoço. Nunca tinha visto sua tatuagem na costela, era uma frase mas não dava pra ver o que estava escrito direito.

— Limpa a baba, pirralha! —passou por mim e lançou um sorriso debochado.

O ignorei, não iria me estressar com Diego e acabar com meu primeiro dia de carnaval por causa das graças do mesmo. Os meninos chamaram dois táxi para nos levar até o centro, já que eles iriam beber, ir de carro não era as melhores das ideias. O motorista nos deixou um pouco antes do centro porque ele estava fechado, os carros não passavam mais por causa do bloco. Gabriel pagou e nós saímos, mesmo distante da folia o clima de carnaval já estava no ar, algumas pessoas bebendo, outras já bêbadas e a mistura de músicas que cada passo que você dava era um gênero diferente. Como eu amava tudo isso!

Andamos uns dez minutos até chegar no centro de Angra, ainda estava rolando a concentração e eu já comecei a dançar as músicas que tocava. Victor e Diego foram pegar bebidas para nós em um depósito próximo e ficou eu, Gabriel e Alex esperando eles voltarem. As meninas passavam e só faltava se jogar no pé deles. Elas eram cegas?

— O pai é irresistível, não tem como! — Gabriel deu um sorriso e eu balancei a cabeça negativamente.

— Você acha mesmo que elas olharam para você? — Alex cruzou os braços.

— Óbvio! —bufou.

Os dois ficaram discutindo igual duas crianças sobre pra quem as meninas que passaram olhando. Era cansativo demais esses garotos. Logo Diego e Victor voltaram com as cervejas e nós fomos para o meio do bloco, onde estava entupido de gente e quase que não dava para andar. Se não for pra ficar no meio do tumulto, eu nem vou. Esse carnaval estava a cara do erro.

Tinha exatamente tudo certo para dar errado.

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