De volta para você, amor

Capítulo 9

Já fazem exatos quinze minutos que Dominic e eu estamos admirando os pequenos filhotes que acabaram de chegar, são todos tão encantadores que a minha vontade é levar todos para casa, mas sei que isso não é possível.
Depois de pelo menos meia hora espiando escondido os filhotes, eu acabo por escolher um macho bem pintadinho que adora botar o meu dedo na boca e lamber o meu rosto.

— Ele é tão fofo, né? - pergunto, com o filhote ainda sem nome nos meus braços. — Quero ficar perto dele o tempo todo.

Dominic estende a mão e acaricia a cabeça do filhote. Sempre que os filhotes chegam na clínica, os doutores realizam uma consulta com cada um deles. O meu pequeno é super saudável e ele disse que o porte dele é pequeno, o que facilita porque ele vai ser criado em um apartamento. Presumo que ficar com ele durante o trabalho não vai ser muito fácil, então talvez eu deva enviar uma mensagem para Anne e ver se ela consegue buscá-lo antes do meu intervalo. Anne ultimamente só tem trabalhado durante a manhã, e a noite vai para a faculdade, então o turno da tarde ela está livre.
Assim que eu consigo tirar uma boa foto do filhote, o que é muito difícil já que ele não para quieto, envio para Anne com a seguinte mensagem de texto:

"Você pode vir buscá-lo durante o meu intervalo? Não posso ficar com ele aqui o dia todo. Inclusive, escolha o nome dele rápido pois eu já tenho várias ideias, mesmo não sendo tão boas"

Enquanto a resposta de Anne não chega eu me ocupo enviando e-mails, atendendo ligações e parando algumas vezes durante a manhã para verificar o pequeno que estava se divertindo com os outros filhotes.

   ***

O resto do dia no trabalho passou bem rápido, Anne foi buscar o nosso filhote no meu horário de intervalo como eu havia pedido e acabou me trazendo um lanche. O almoço com Dominic não foi muito diferente dos outros, fomos a lanchonete ao lado e comemos mais que o normal desta vez. A tarde foi bem tranquila, alguns clientes apareceram para suas consultas, poucas ligações, e pouco movimento.

— Hoje foi o dia que passou mais rápido desde que eu comecei a trabalhar aqui - digo, para Dominic que está de pé na minha frente esperando que eu coloque o meu casaco.
— Poderiam ser todos assim - ele caminha até o pequeno cercado em que os filhotes para adoção estavam e comenta; — Se tivesse mais um aqui eu até levaria comigo.
— Você sempre fala isso quando não tem mais nenhum aí, e quando tem você diz que não pode - digo, fazendo careta.
— Sim, eu sou estranho e não sei se consigo cuidar - ele puxa a minha mão me arrastando para fora.
— Até amanhã, Ellie. Agora que você tem um celular novo, pode botar vários alarmes para não se atrasar.

Dou um sorriso para o rapaz que logo começa a caminhar em direção ao seu carro que está estacionado por perto. O clima está agradável para uma pequena caminhada até o apertamento. Pelo o celular que eu quase não toquei hoje e olho as horas. Estou animada para chegar em casa e ver o filhote, ele é tão fofo que dá vontade de ficar agarrada nele o tempo todo.

Quando chego no apartamento Anne está se arrumando para ir assistir aula, o filhote está deitado na cama dela e parece estar dormindo, me deito na cama ficando bem pertinho dele, passo a mão levemente sobre seus pelos curtos, é muito bonita a forma como ele tem manchas marrons ao longo do corpo e o resto branco. Minha atenção vai para seu pequenos olhinhos que agora piscam alegremente para mim.

— Oh meu Deus! Ele é muito fofo! - digo animada para Anne. Ela se vira para nós sorrindo e responde.

— Eu estou totalmente apaixonada por ele, não quero sair e ficar longe dele nem por um minuto.

— Conseguiu escolher um nome?

— Ele tem cara de Toy, o que você acha? Eu acho um pouco diferente - a jovem volta a atenção para o espelho a sua frente e se concentra em passar um gloss em seus lábios.