Capítulo 23

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Acordo sobre o chão frio

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Acordo sobre o chão frio. Olho em volta ainda zonza, tudo está meio fora de foco, sinto meu coração disparar enquanto minha memória retorna lentamente.

Ah! Finalmente acordou — me viro em direção a voz, a pessoa está um pouco embaçada, mas consigo distinguir os cabelos azuis. — Cara, você está péssima, mas trate de se ajeitar, precisamos te colocar no palácio novamente antes das pessoas perceberem que sumiu.

Seguro a bile que sobe por minha garganta e me apoio com as mãos no chão para levantar. Sinto meu sistema  começar a se livrar de todo o álcool, e lentamente, meus sentidos se recuperam.

Azi? — praticamente grito ao encarar a pessoa que falou comigo.

— Oi! — acena com um sorriso do outro lado do vidro.

Olho ao redor, estou em uma grande caixa quadrada transparente. Não tem nada do lado de dentro.

O que maldições está acontecendo?

Em um tentativa desesperada, soco a parede com força, apenas para receber uma mão vermelha.

Começo a entrar em desespero, meus poderes não estão funcionando. Meu poço de magia está sendo bloqueado.

Não, não, não. De novo não. Não igual a guerra contra Amarantha.

— Ei! Se acalme — os olhos de Azi se tornam preocupados. — O lugar em que está inibe magia, desculpe por isso, é uma medida necessária para que você não nos destrua antes que possamos conversar.

— Conversar? Conversar, sério? — retruco irônica — Dain entra no meu quarto, me sequestra, junto com... — lembro daquele par de olhos dourados — Pela Mãe, aquele era...

— Era eu — sua voz entra pelos meus ouvidos como uma canção, fazendo todo meu corpo reagir e algo em mim se agitar. — Quanto tempo, Aster.

Ele fica bem mais lindo sem máscara, Darien usa calças preta e blusa da mesma cor, seus músculos poderosos parecem saltitar pela roupa... O que é que estou pensando?

Outro dois machos adentra o lugar, o primeiro possuí cabelos escuros, olhos puxados, e uma pele clara como leite. O segundo tem olhos castanhos claros, e a pele marrom parece brilhar. Depois vem uma fêmea morena com cabelo raspado do lado esquerdo e os olhos cinzentos são gélidos.

Dain é o último a descer pela pequena escada que tem perto da porta. Perco a respiração, não há como negar a semelhança grostesca entre ele, Dakan e Durakin.

Algo em mim se contraí, como pude ter sido tão cega? Foquei tanto em meu parceiro e minhas ambições que não percebi o que estava de baixo do meu nariz esse tempo todo.

— Você deveria estar morto — falo perplexa.

— Sabe como é, vaso ruim não quebra — diz com aquele tom de ironia que eu reconheci mas não vi na festa. — Principalmente eu, Durakin Staring.

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