Troubles, troubles and more troubles.

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Camila Cabello POV

Abri meus olhos com uma certa dificuldade, sentindo dores horríveis no estômago. E meus pulsos ardiam muito, sentia algo os prendendo mas não fazia ideia do que. Não conseguia ver nada, minha visão não estava muito clara, mas eu poderia afirmar que estava tudo preto. Além de que, o ar estava demasiadamente abafadiço. Não conseguia respirar muito bem, por isso comecei a me debater. Percebendo então, estar com os pés e pulsos amarrados. 

Mas que merda está acontecendo? 

Esforcei-me para saber o porquê de minha visão está sendo impedida, senti o forte cheiro de pano mofado e comecei a tossir descontroladamente. Escutei passos vindo em minha direção e o estranho, retirou — seja lá o que for aquilo — de mim.  No mesmo instante tudo ficou claro, logo a minha frente estava Lauren, sentada em uma cadeira. Amarrada da mesma forma que eu, cheia de machucados no rosto e desacordada. Senti um desespero tomar conta de meu corpo e comecei a gritar por ela, mas tudo foi em vão. O estranho desferiu um tapa contra meu rosto e gritou para que eu ficasse calada. Do contrário, quem pagaria seria ela. 

A essa altura as lágrimas já rolavam sem freio. Elas eram pesadas e a cada vez que eu permitia que mais uma caísse, meus olhos ardiam. Meu rosto estava completamente vermelho e sentia que meus olhos estavam inchados. 

—  O que foi, uh? Por que está chorando querida? — perguntou com sarcasmo em seu tom. 

Eu queria e ainda quero, encher a cara desse otário de socos. Só pelo fato de ter ousado tocar em Lauren. — O melhor, a minha Lauren. — e eu não chorava por estar amarrada e com inúmeras dores tomando conta de meu corpo, e sim porque aquela que amo está ferida e eu não sei o porquê. 

—  POR QUE ESTA FAZENDO ISSO SEU MONTE DE MERDA?! — Gritei completamente exaltada. 

Ele balançou a cabeça negativamente e suspirou, se aproximando mais de mim. Com o mesmo sorriso debochado, esbanjado em seus lábios. 

—  Repete! Só diz... — fechou os olhos com um sorriso cínico. — Diz mais uma coisa, que aquela garota paga por você. 

Meu peito se apertou e minha respiração ficou acelerada. A raiva se expandia, cada vez que ele se aproximava. Eu não sabia como agir, minha Camila interior tentava a qualquer custo, tomar o controle da situação. 

— Monte.De.Merda — Disse, pausadamente. 

Ele pareceu me fuzilar com o olhar e eu estremeci por dentro. Afinal, sendo quem sou, nem morta deixaria-o me intimidar. Ele começou a andar na direção de Lauren, e foi aí que meu coração queria pular para fora de meu corpo. Ficou ao lado da mesma e segurou o rosto desacordado dela, logo parou o ato e olhou para mim. Ainda com o sorriso debochado, que eu tanto odiava. 

— O que eu deveria fazer com ela, hum? — disse e eu engolia em seco. — O que eu deveria fazer com esse sapataozinha em? 

Pera, "sapataozinha"? Que eu saiba Lauren não havia se assumido e ninguém mais sabia além de mim... Certo? Quer dizer, eu não sabia nem que ela era lésbica até me beijar e se declarar pra mim... Eu deveria me preocupar com isso? 

—  Co-como você sabe? — olhei para ele incrédulo. 

—  Ah..— desviou o olhar para baixo e gargalhou. — Então... Quer dizer que a filha desse pastorzinho é realmente... Lésbica? — continuou a rir. 

Arregalei os olhos e engoli novamente em seco, enquanto tentava compreender o que estava acontecendo. 

—  Sabe garota, obrigado pela informação. Agora posso por na lista mais um motivo de porquê matar Lauren Jauregui. — parou de rir e cruzou os braços, olhando constantemente para mim. 

O que está acontecendo? Do que ele tá falando? E o mais importante, por que ele tem uma lista de motivos, para matá-la? Sentia que a qualquer momento teria um ataque cardíaco. 

—  Do esta falando? Por que... Quer matá-la? — disse com a voz chorosa, e com o rosto molhado pelas lágrimas que novamente insistiam em cair. 

—  Vou te contar uma história. Espero que escute bem porque não irei repetir. — sorriu maleficamente. — Era uma vez um homem muito bom que frequentava uma igreja bem famosa com sua esposa, e lá existia um pastor que se ofereceu para ajudar a família do homem que passava por alguns problemas. O pastor e a mulher do homem tiveram um caso durante anos, e em um dia qualquer o homem descobriu. E como toda pessoa normal ao descobrir um caso, ficou furioso. — olhou para o chão. — E planejou uma vingança. 

O olhei confuso, enquanto fungava algumas vezes. 

—  E..? — disse impaciente. 

—  Tenha calma, a melhor parte já está chegando... — sorriu. — Em um dia, o homem entrou na casa do pastor e instalou câmeras por toda a casa. E quando observava as gravações viu a filha do pastor tendo relações sexuais com uma mulher. E então ele ficou ainda mais furioso. — lançou-me um olhar irritadiço e eu engoli em seco, temeroso.—  E... Como o pastor havia viajado com a esposa, a que é terrivelmente enganada. Resolveu incluir a filha na vingança, e durante isso acabou tendo a certeza do segundo pecado que o pastor possui. A FILHA É UMA ABERRAÇÃO, UM PECADO, E MERECE SER EXTERMINADA COMO TODOS. — gritou e depois ergueu uma sobrancelha . — Acho que já deu para saber de quem se trata a estória, certo? 

Todos os pelos de meu corpo se arrepiaram e eu senti meu coração palpitar muito rápido, além de minha respiração que pareceu se acelerar a cada batimento. Senti uma aflição invadir meu peito e piorou ainda mais, quando percebi que Lauren estava acordada e ouvia tudo com lágrimas nos olhos. 

— Camila... — sussurrou Lauren, enquanto chorava desesperadamente. 

Foi a última coisa que ouvi, antes de ser acertada novamente e apagar em fração de segundos. 

A Filha Do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora