Oi, meus amores. Sei que tô sumida daqui, mas fiquei com pouco sem inspiração e consequentemente passei por algumas crises de existência por causa da quarentena e também falta de dinheiro.
Mas estamos de volta, só peço que tenha um pouquinho de paciência comigo.
Amo vocês ♥️
(...)
O desespero é um sentimento que pode deixar qualquer pessoa sem chão em poucos segundos. Ficar desesperado em uma situação complicada era normal para o ser humano, a adrenalina e noradrenalina geralmente sobem a níveis alarmantes e pensar em soluções acaba se tornando a coisa mais difícil do planeta.
Era exatamente dessa forma que Bianca se sentia ao ver que o pneu do carro alugado havia furado na metade do caminho de volta para o porto. Se perdessem a partida do navio, estavam literalmente ferradas. Todos seus pertences e de suas amigas estavam a bordo, sem contar que não saíram com dinheiro suficiente ou cartão para uma passagem aérea.
- E agora? - Perguntou, os olhos arregalados.
- Dentro do carro tem um adesivo com o telefone da empresa de aluguel - Manu se abaixou ao lado do pneu murcho, tentando encontrar alguma solução impossível.
- Certo, encontrei, mas meu celular não funciona aqui - Thelma olhava para elas de dentro do carro, estava sentada atrás do volante.
- Tenta usar o meu - Mari tirou o aparelho da bolsa no banco de trás e entregou para a professora. - Ele pega em qualquer lugar da Europa.
- Você é maravilhosa - ela riu e pegou o aparelho.
Logo estava falando com o atendente pelo telefone, em um inglês totalmente arranhado e bagunçado, mas no fim o rapaz acabou entendendo o que havia acontecido e avisou que mandaria um reboque para buscá-las o mais rápido possível.
- Me dá aqui - Bianca falou em português e tirou o celular da mão dela. Em seguida mudou o idioma. - Nós temos horário para sair do porto, por favor, não demorem.
E encerrou a ligação, entregando o aparelho de volta para a dona. Por um breve segundo, seus olhos se encontraram e Bianca desviou antes que a intensidade a perturbasse ainda mais. O que restava agora era esperar, por isso permaneceram do lado de fora do carro e conversaram durante todo o período do tempo de espera.
A irlandesa olhou em volta e fez uma careta. Estavam no meio do nada. De ambos os lados só havia mato e plantações, nada mais que isso. Já passava de uma da tarde e a cada segundo que se passava, elas ficavam cada vez mais nervosa.
- Eu não acredito que estamos no meio do nada - Manu choramingou, sentada no capô do carro. - Eu odeio o meio do nada!
- Pode pedir para ela falar em inglês? A gente fica parecendo burra sem entender nada - Ivy cutucou Bianca.
- Agora vocês sabem como nos sentimos quando vocês começam a falar em italiano - a morena fez cara de deboche, mas acabou rindo no final. - Ela disse que odeia o lugar que estamos.
- Por quê? - Foi Mari quem perguntou.
- Porque não tem nada. Ela não é uma pessoa muito adepta a natureza.
- Eu ficaria horas aqui escrevendo.
- Você ficaria horas escrevendo em todo lugar, Gonzalez - Gabi implicou, o inglês carregado com sotaque francês.
A afirmação arrancou uma careta da escritora, o que fez com que caíssem na gargalhada. O clima acabou ficando um pouco mais ameno, embora ainda estivessem muito preocupadas com o fato de ninguém ter aparecido ainda para busca-las.
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Transatlântico
FanfictionBianca levou bastante tempo para construir uma carreira de sucesso no mundo da dança. Não precisava de mais nada além do amor de suas amigas, se apaixonar por alguém nunca foi uma opção. Ao ser convidada para ministrar aulas durante 15 dias em um t...