9- Navegação Parte 3

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Meu Deus, quando tempo eu não venho aqui? Pensei até em desistir, mas não vou desistir não.

Se tiver alguém para ele, eu estarei aqui ♥️

E vamos de hot do trisal mais lindo do mundo 😍

(...)

Quando era criança, Bianca nunca queria
brincar de boneca com as crianças e nem fazer qualquer coisa que meninas faziam. Na Irlanda, as coleguinhas da escola insistiam sempre para que ela se juntasse as brincadeiras, mas no fim sempre recusava e vencia pelo cansaço.

Diferente das brincadeiras que os adultos diziam ser de menino. Cara, era muito mais divertido jogar bola a ficar fingindo que tinha filho. Quem queria ter filho? E ficar cozinhando? Era muito mais legal subir em árvore e brincar de carrinho para lá e para cá.

Com o tempo começou a perceber que não era somente as brincadeiras e a companhia dos meninos que a agradavam assim. De alguma forma se sentia estranha com as meninas e, quando foi para o Brasil, isso piorou muito. Ao mesmo tempo que gostava da companhia dos meninos, queria ser amiga das meninas. Muito amiga.

Com 10 anos conheceu uma garota na escola. O nome dela era Bárbara e os meninos eram loucos por ela. Com os olhos claros e o cabelo bem lisinho, Bianca achava a garota perfeita. Acabaram virando melhores amigas, faziam tudo juntas e a casa dia queria ficar ainda mais perto dela.

Labres acabou sendo sua primeira paixão de infância e só percebeu isso bem mais tarde, quando ela já tinha se mudado para o Rio de Janeiro. Continuavam amigas, mas não tão próximas quanto antes, não tinham muito contato.

Depois disso chegou a conhecer outras pessoas, mas não conseguia se sentir da mesma forma, em nenhuma das vezes. Então começou a acreditar que se apaixonar era algo que só acontecia uma vez, que relacionamento e compromisso era algo que não dava certo, algo que soava falso aos seus ouvidos. Não conseguia entender como as pessoas conseguiam passar a vida inteira ao lado de alguém.

Mesmo com isso, estava na cabine de um casal que dizia se amar com todas as forças do mundo. A forma que agiam no relacionamento era algo que não conseguia entender, por mais que tentasse. Ainda assim havia beijado uma delas na boate e recentemente beijou a outra. Depois disso tudo, ainda ficou surpresa quando Ivy disse que queria ver a namorada e ela se beijando.

Sem responder de imediato, ainda com a respiração ofegante pelo beijo de segundos atrás, olhou nos olhos escuros de Mari, que segurava a toalha enquanto a fitava de volta. Estava nervosa, aquela era uma situação da qual jamais pensou que estaria. Mas já estava ali, já tinha beijado as duas, ambas estavam cientes e bem com isso, então não tinha porque fugir agora. Não quando já estava com a água na altura do pescoço, a mais um ou dois passos de se afogar.

Pensando nisso, olhou brevemente para os olhos verdes da fotógrafa antes de finalmente se voltar para Mari e a beijar. Esse foi apenas o passo inicial para toda a loucura que se estendeu pelo resto da noite.

Bianca ainda estava bêbada, mas Mariana não ficava para trás, mesmo tendo parado de beber há quase uma hora. Contudo o gosto de vodka do primeiro beijo havia sido substituído pelo de pasta de dente. Não se importou, prendeu os dedos contra o pescoço dela e a puxou para mais perto, entrelaçando suas línguas.

A morena de olhos verdes olhava bem de pertinho as duas se beijando. Ainda sentia um pouco o efeito da grande quantidade de bebida que havia ingerido mais cedo, porém conseguia prestar atenção em cada detalhe e era impossível não ficar excitada. Elas se beijavam com uma intensidade absurda, mas Mari ainda evitava se aproximar demais, por isso pegou a mão dela e a colocou na cintura de Bianca para incentiva-la a se soltar de vez.

TransatlânticoWhere stories live. Discover now