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Isabelly

Eu acordei exausta depois de ficar a madrugada inteira acordada junto com a Jade febril, meu coração ficava pequenininho quando um dos dois ficavam doentes.

Levantei pouco mais que nove da manhã e ouvi barulhos vindo da cozinha. Quando desci as escadas me deparei com o Samuel colocando um ovo no forno.

- Amor?! É sério isso? — eu o olhei.

- Acordou, bela adormecida? Fazendo um ovo no forno, café hoje é por minha conta.

- Samuel, ovo no forno?

- É, vi na internet que esse trem é mais saudável. — ele respondeu como se estivesse super certo.

- Tá, quebra o ovo pelo menos!

- Fica de boa, o pai amassa na cozinha.

- Eu daria até meu cu se fosse possível fazer um ovo no forno com casca e tudo.

- Ah é? Então se der certo cê libera? — ele veio me agarrar cheio de intenção.

- Vou fingir que não ouvi, beijo! — eu dei um selinho rápido nele e subi.

Entrei no banheiro e fui fazer minhas higienes, sequei o cabelo e fui no quarto das crianças, estranhei a porta estar fechada, eu e o Samuca sempre a deixávamos aberta, e inclusive quando eu sai do quarto deles, eu deixei aberta.

Quando eu abri a porta me deparei com a Jade e o Lucas cheios de tinta.

- Eu não acredito! — os olhei e comecei a rir, mas de nervosismo mesmo. O Lucas se assustou e levantou os braços.

- Foi a Jade que pediu, mamãe.

- Luca abriu, mamãe, a tinta.

- Os dois para o banheiro, anda! Vocês aprontam demais, sabia? Acordam e vão direto bagunçar?! — eu falei enquanto enchia a banheira.

- Luca falou que não tinha blema..

- Mentirosa!

- Chega! Parem de culpar um ao outro, eu hein! Os dois erraram, não pode ficar fazendo isso escondido, entenderam? — eles assentiram e eu dei banho em ambos. Limpei toda a bagunça do quarto e os dois desceram sozinhos, quando cheguei lá embaixo o samuel encarava algo em cima da pia, um ovo literalmente preto.

- Ah, o pai não amassa na cozinha? — eu gargalhei olhando o ovo.

- Papai pintou um ovo e não chamou a gente? — o Lucas olhou.

- Seu pai virou chefe de cozinha, filho.

Samuel riu feito um idiota quando contei da cena no quarto, tentando justificar que as crianças querem ser pintores. Tomamos café juntos até a Yá chegar.

A Yára cuidava das crianças as vezes e sempre insistia que não queria nada por isso, mas mesmo contra gosto dela nós ajudávamos sempre que necessário. Nós tínhamos uma certa insegurança em contratar qualquer babá, alguém que as crianças nem conhecem. E pelo contrário, eles se dão MUITO bem com a Yá, parece que ela vira criança e faz todos os gostos dos dois.

Eu e o Samuca nos despedimos e fomos pra clínica, a clínica não tinha um dia que estava vazia, principalmente nos fins de semana que abríamos a clínica para tratar de animais de rua. E como sempre, uma parte de nós ia embora quando um dos animais não resistia, e a Medicina Veterinária é isso.

- Bom dia, gatos. A Dona Grazi tá aí, Isa, veio buscar o tonho. — a Bárbara nos cumprimentou e deu o aviso. Me despedi do Samuca e fomos pra lados diferentes.

Eu caminhei até a senhora sentada no corredor lendo uma revista.

- Bom dia, Dona Grazi! — eu sorri e ela fechou a revista.

- Oi, minha flor! Como está o Tonho?

- Melhor do que nunca! Observe bem a tala na perninha dele, qualquer coisa é só retornar, tudo bem? — eu perguntei e ela assentiu. Segui para a sala de observação e carreguei o gatinho até ela. A mesma se despediu e saiu.

[...]

O resto do expediente ocorreu bem, e cerca de meia hora antes de eu acabar meu horário, ouvi a Lea me chamar.

- Isa?

- Fala, baby.

- Tem um cara no corredor, veio dar vacina, tem como ir lá? Vou ajudar a Andressa lá no centro.

- Tem sim, obrigada!

Eu caminhei até o corredor enquanto olhava a prancheta na minha mão, e foi quando bati os olhos no nome do responsável eu senti um baque. E novamente eu me assustei, quando tirei os olhos da prancheta e olhei quem estava sentado segurando um cachorrinho filhote. Depois de tantos anos, ele estava ali, o Vicente estava ali, eu não esperava mais vê-lo, queria que o "ex-cluido" fizesse sentido e o apagasse da minha vida. Quando eu o olhei, eu lembrei do Lucas e senti um medo enorme, era como se eu sentisse medo de perder o meu filho, mas eu me recompus.

Meu Melhor Erro II Where stories live. Discover now