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Isabelly

- Anda filha, acorda, não quer ir buscar a vovó e o vovô? — foi só eu falar as palavras "vovó e vovô" e ela abriu os olhinhos.

- Mas eu tenho sono.

- Já são dez da manhã, Jade, vamos, levanta! — eu beijei suas bochechas e ela ficou refletindo olhando para a parede.

- Tem comida?

- Tem, meu amor. Escova os dentinhos que a mamãe vai arrumar seu café, tudo bem? — ela assentiu, eu passei no banheiro deles, deixei o banquinho para ela subir na pia e voltei para a cozinha.

O Lucas estava competindo com o Samuel sobre quem comia mais uvas.

- É sério isso? — eu cruzei os braços encarando os dois.

- O papai tá roubando. — o Lucas respondeu de boca cheia.

- Mentira, amor, ele tá fraquinho. — o Samuel parou de comer para falar e o Lucas aproveitou a oportunidade pra enfiar quatro uvas na boca, eu revirei os olhos e segui para o armário.

Os dois voltaram a batalhar em pleno café da manhã e eu fui deixar o prato da Jade pronto, o Lucas sempre foi de comer bem, mas a Jade come duplicado. Não demorou muito para ela aparecer na cozinha com a franja toda pro alto e se sentou na mesa enquanto tentava assimilar o que o Samuca e o Lucas faziam.

- Nem liga, filha, seu pai e seu irmão são. — eu fiz um gesto de loucura e ela deu uma gargalhada gostosa, puxou o prato e começou a comer.

Depois do café da manhã o Samuca foi dar banho e arrumar os dois, como o pai "babão" que ele sempre foi, deixou a Jade ir vestida de Cinderela pra o Aeroporto. Quando nós chegamos lá ela era como uma atração, e estava se achando por isso. Algumas pessoas sorriam, outras apontavam e falavam que ela era uma fofa, e a Jade sempre acenando como se fosse uma princesa, imitando todos os desenhos que ela assiste. Fomos para o portão de desembarque e as crianças já estavam ansiosas, saiam varias pessoas e nada dos meus pais. Demorou uns minutinhos para eu avistar os dois, ambos vinham sorrindo, mas aparentavam estar cansados.

As crianças correram na direção dos dois e grudaram em ambos. A relação dos dois com os avós era a coisa mais fofa do mundo, e meus pais mimavam tanto eles dois quanto o Samuca. Tínhamos o costume de deixar as crianças com eles dois enquanto estivéssemos na clínica, todo dia os quatro faziam uma bagunça/festa diferente.

Fomos todos no carro de sete lugares que nós compramos depois da Jade nascer, ele era mais que necessário e tinha espaço pra levar um cavalinho dentro. Iríamos direto pra casa da Letícia almoçar todo mundo junto como fazíamos nas datas comemorativas.

Letícia ficou viúva no ano passado, e desde então ela sempre deu seu sangue pela Luna. Ela sempre me falava que tentava fazer de tudo pra que fosse o suficiente, mesmo o pai dela não estando ali. Eu sempre admirei a força da Leticia e quando a tragédia aconteceu, mais ainda. Nós não tocamos no assunto a não ser que ela dê início, tanto os amigos quanto a família nem temos noção da dor dela.

Meu Melhor Erro II Kde žijí příběhy. Začni objevovat