Capítulo Treze

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  Mais uma semana de aula entediante se passa e minha amizade com o grupinho de Alec só aumenta, tanto que estou no grupo de mensagens criativamente intitulado "só os boiola e o Jaime".

O final de semana finalmente chega e hoje tenho que cumprir a promessa que fiz semana passada para Alec, mas antes teria que falar com a minha mãe. Com uma animação não natural para mim, desço as escadas até a cozinha, onde só ela está, sentada na mesa tomando café.

- Bom dia, mãe - me sento na sua frente e me sirvo café também.

- Bom dia Ed - ela parece não tão animada quanto o usual. Ficamos em silencio por um tempo e vejo ali uma ótima oportunidade de me assumir.

- Mãe... - penso em uma maneira aceitável de dizer isso. - posso te contar um negócio?

- Sempre. - ela dá um sorriso meio triste para alguém como ela.

- Eu sou gay - ela olha pra mim sem expressar reação alguma e espero uma reação negativa. - eu acho. - completo.

- Hm - é tudo que ela diz. Fico me perguntando se não fui direto de mais.

- Só vai dizer isso? - fico genuinamente incrédulo que essa seja sua reação.

- Eu meio que já sabia. - ela dá de ombros e continua a tomar seu café. Fico confuso, mas é melhor assim.

- Ok, agora que a senhora já sabe disso, eu preciso de ajuda. - me sinto mais nervoso por pedir ajuda para a minha mãe sobre isso.

- O que é? - ela coloca a xicara cheia de desenhos de flores na mesa e olha seriamente para mim.

- Supondo, assim só supondo que eu tivesse que levar alguém para um encontro... Onde seria um bom lugar?

- Supondo? - ela dá uma risada

- Sim, supondo. - ela volta a beber o café e pensa um pouco.

- Talvez um jantar, ou um cinema. - ela dá um sorriso pra mim.

- A gente meio que já foi no cinema... E jantar não dá - tento falar normal, mas acaba parecendo que estou desesperado.

- Aqui na cidade tem um parque, talvez vocês possam ir lá - ela dá de ombros, sabendo que eu não sou muito fã de parques porque a maioria é entediante apesar da natureza.

Faço uma cara de muxoxo e minha mãe suspira.

- Bem, aqui também tem boliche e...- ela pensar mais um pouco - ah! Aqui tem uma galeria, você pode levar esse alguém para ver arte. - um sorriso parece no meu rosto, era um boa ideia.

- Obrigado, mãe! - me levanto com a animação renovada e chego a abraça-la, colocando minha xícara na pia e voltando para meu quarto.

"Alec!" Mando para ele

"oi?" A resposta aparece pouco tempo depois

"já sei oq vamos fazer hj :)"

"oq ( ͡° ͜ʖ ͡°)" acho que vou quebrar um pouco as suas expectativas.

"podemos ir à galeria :))" digito meio hesitante, com medo dele não gostar da ideia.

"hmmmmmmm ok"

"pq os tanto m no hm?"

"pra demostra q eu tava pensando" ele responde

"ata...gostou da ideia?"

"ss, apesar de não ser mt fã de pinturas eu gosto bastante de ver esculturas :)" não vou mentir que fiquei aliviado.

Através do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora