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POV: Camila

Fomos de táxi até minha casa, e ele fez questão de pagar a viagem. Quando chegamos em meu escritório, pedi pra que ele se sentasse e ele o fez. Peguei minha garrafa de whisky e me sentei do outro lado da mesa.

-Acha que pode me ajudar? -Ele perguntou.

-Quando foi a última vez que a viu? -Perguntei.

-Fazem três meses, antes que ela fosse pra faculdade na Flórida. Porém a última vez em que nos falamos... Foi ontem, por telefone. -Ele disse, eu levantei uma sobrancelha.

-Isso não é exatamente a definição de desaparecida.

-Eu sei, eu sei. Mas olha, Ágatha estava fazendo a faculdade dos sonhos, engenharia civil, sem nenhuma influência dos pais, ela mesma quem escolheu, era o sonho dela. E ela estava no penúltimo semestre, quando me fala que vai largar tudo por causa de um cara que conheceu. Eu sei que jovens fazem idiotices por amor... Mas não é do feitio dela, ela sempre foi tão responsável e consequente...

-Olha, se o senhor conversou com ela ontem, ela não está desaparecida. Ela só é uma jovem, maior de idade, vivendo a própria vida como bem entende.

-Não é bem assim... No telefonema, ela estava estranha... Ela chorava enquanto falava que estava tudo bem, como se quisesse dizer algo além do que podia falar, como se... Como se alguém estivesse a forçando a mentir... -E quando ele disse isso, pude sentir um arrepio percorrer minha espinha.

-Quem me indicou? -Perguntei sendo clara.

-O que? Como... Como assim? -Ele se enrolava, eu me levantei da mesa bruscamente, jogando tudo que estava em cima longe

-QUEM ME INDICOU PRO CASO? -Eu gritei, batendo as mãos na mesa e me apoiando em cima delas, me inclinando na direção do senhor à minha frente, que agora parecia tão assustado quanto nunca

-Srta... Foi o delegado... Eu fui na delegacia e eles disseram que não podiam fazer nada... Ai o delegado disse pra eu te procurar pois você me ajudaria. -Ele disse, ainda assustado. Eu fecho meus olhos e sento novamente. Apoiando minha cabeça entre minhas mãos.

-Avenida Bedford, rua Quincy, travessa 13. Avenida Bedford, rua Quincy, travessa 13. Avenida Bedford, rua Quincy, travessa 13... -Eu repetia baixo pra mim mesma. E quando levanto novamente a cabeça, o senhor provavelmente já assumiu que sou louca.

-Eu preciso saber se ela está bem...

-O delegado me indicou? Seria convincente, se a polícia não me detestasse.

-É tudo o que sei... -Ele diz. Faço uma pausa, pra colocar meus pensamentos no lugar. Vou pegar minha garrafa de whisky... E a vejo quebrada no chão. Ótimo, era a última. Pego um papel e uma caneta, e os coloco na frente do senhor.

-Todos os telefones de contato dela, nomes de amigos e qualquer coisa que ainda tenha ligação com ela.

-Olha, tinha uma kitnet que ela alugou com dois amigos, queria ser independente e sair de casa. Se mudou pra lá antes de ir pra faculdade.

-Me passa o endereço. -Eu disse.

...

Chegando lá, encontro com os amigos de Ágatha, que podem jurar que ela conheceu um namorado novo meio bad boy, e que está seguindo os passos dele. Sua amiga Kate me disse que ela fala desse cara como se fosse um deus ou sei lá o que. Nenhuma informação que fosse realmente ajudar. Até que Victor me mostra uma correspondência no nome de Ágatha, era uma fatura de cartão. A abro e saio a busca.

Ela fez compras recentes, loja de lingeries, lojas de ternos caros, restaurantes... Parece que alguém está tentando agradar o namorado.

Ligo pra Bill, pai de Ágatha, e quem atende é sua mãe, que me diz que ela nunca usou um cartão de crédito antes, e que só tinha um único guardado pra emergências. Ágatha realmente parecia uma pessoa responsável.

How To Be a Shitty Superhero in NYC (Camren)Where stories live. Discover now