capítulo 52

103 22 51
                                    

Francheka narrando:

Aos poucos vou começando a ouvir pessoas conversando e meu corpo se movimentar com o balanço do carro enquanto estou deitada. Lentamente vou abrindo meus olhos e levanto minha cabeça que estava encostada no banco do carro. Minhas mãos estão amarradas com uma corda e meus cabelos em um coque mal feito, já está até querendo se desfazer.

- A bela adormecida acordou! - uma mulher fala no banco da frente. Tenho certeza ser a Megan.

- O que você quer comigo? - não escondo minha raiva.

- O que eu vou fazer não é da sua conta. Eu avisei várias vezes para não se meter no meu caminho mas você não me ouviu, então se você está aqui agora você mesma que fez por onde merecer. - sua voz sai com uma tranquilidade que me assusta.

- Não vê que isso é inútil? Você vai ser presa e mofar na cadeia. - esbravejo.

Gargalhadas se espalham por todo carro. Eu não pensei que essa mulher fosse tão perigosa a esse ponto. Com dificuldade sento no banco, olho pelo vidro e a estrada que estamos eu nunca vi, e se já eu não lembro.

- O que pretende fazer comigo? - pergunto sem olhar em seu rosto.

- Isso você só vai saber quando chegarmos lá. Agora cala boca e fica quietinha. - ela vira pra trás e coloca um saco preto em minha cabeça. - Não quero que você saiba para onde estamos indo.

- Você quer o Allejandro? Pode ficar com ele! Eu irei me casar tá bom. - ela não responde. - Está ouvin...

Paro de falar ao receber um tapa no rosto, sinto latejando logo em seguida. Ela bateu com muita força e uma lágrima solitária escorrer por minha bochecha.

- Isso foi apenas para descontar o tapa que você me deu. Mas não se preocupe, isso não é nada comparado com o que está por vir. Melhor ser forte. - ela sorri debochada.

Durante esses poucos minutos tentei ficar o mais calma possível mas juro já estou começando ficar desesperada. Muitas coisas ruins rodam minha mente e começo temer pela segurança da minha vida. Ela parece tão disposta querer fazer algo comigo não quero ficar me mostrando abalada em sua frente mas será um pouco difícil. Mas irei tentar entrar no seu joguinho, quem sabe não consigo ganhar tempo até a polícia me achar. Já está chegando o finalzinho da tarde logo mais seria a hora do jantar com o Allejandro, só espero que ele consiga ser forte o suficiente para conseguir ajudar o Henry nesse momento. Eu sei o quanto ele não consegue agir sobre pressão emocional.

Não consigo ver nada com esse pano preto em minha cabeça, o tecido é muito grosso e dificulta. Já estou sentindo as gotas de suor escorrendo na testa, esse pano está me matando de calor e até para respirar está difícil. Despois de alguns minutos o carro para.

- Chegamos! - ela tira o pano e meus pulmões agradecem.

Ela sai do carro seguida pelo homem que abri a porta para que eu possa descer. Olho em volta e vejo uma casa muito bem estruturada com um belo jardim. Logo mais na frente alguns homens estão parados como se já estivesse esperando por nós.

- Vamos! - O homem me dar um leve empurrão e volto para realidade.

Caminho com eles em direção aos outros homens que logo se afastam um pouco para conversarem alguma coisa que eu não consigo ouvir. Só agora posso prestar mais atenção na casa e nos seus detalhes pois me podem ser muito útil. É uma casa muito grande pintada em uma cor cinza clara. Um pouco mais em baixo um portão pelo qual deduzo ter passado e assim entramos aqui. Essa casa é muito bem cuidada para dizer que não vive ninguém nela, quem sabe não seja esses homens. Vou memorizar eles caso consiga falar com alguém - acho impossível - saberei dizer como é onde estou.

O Pingente De Coração ( Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora