capítulo 58

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Francheka narrando:

- Mirian estou indo, você também já está liberada. - paro com alguns centímetros de distância entre o balcão que nos separa. Ela está distraída olhando para tela do computador, mas logo nota minha presença.

- Oh! Sim claro, só estou terminando de agendar o paciente de manhã. Já estou indo também. - ela sorri gentilmente.

- Vou almoçar na casa dos meus pais hoje, quer uma carona? - ela mora uma rua antes da dos meus pais.

- Não será necessário eu conseguir comprar um carro depois de muitas economias, mas obrigada mesmo assim.

- Que bom Mirian fico feliz por você. - sorri para a mesma. Olho para os lados e me volto para ela. - Então eu vou indo, até amanhã.

- Ma'a ElSalama! (Até amanhã)

Em passos lentos começo meu caminho para fora do consultório. Hoje o dia até que está ventilado comparado ao dia insuportável de tão quente ontem e espero que continue assim, deve ser por causa do inverno chegando. As temperaturas não são muito baixas sendo a mínima entre 24° e 30° durante o dia e 15° durante à noite. Mas é bem melhor que 50° graus, o verão aqui é muito longo e escaldante. Posso curtir uma praia sem me preocupar em tostar minha pele, mas aqui entre os meses de abril e junho não encontramos nem um turista devido às altas temperaturas.

Hoje à tarde irei fotografar os bastidores de um comercial de perfume cujo a modelo é a simpática Zoraide Al-Madini. Depois de bastante tempo irei reencontra-la. Hoje faz dois dias que o Henry terminou comigo, não foi fácil mas ao mesmo tempo libertador pois não estou lhe enganando em relação aos meus sentimentos.

Assim como todo termino fiquei destruída, acabada. Independente de qualquer coisa que aconteceu ele é importante pra mim e passamos por muitas coisas juntos, mas infelizmente não mudamos o destino. Naquela mesmo dia eu me peguei pensando em tudo e vi que mesmo que o Allejandro não tivesse aparecido eu e o Henry talvez não iríamos dar certo. Ele não era entregue à mim por completo assim como eu não era pra ele. Nunca me sentiria completa como me sinto quando estou com o Allejandro. O Henry não se sentia seguro comigo e isso eu não podia fazer nada para mudar, eu tentei e não deu certo. Eu pedi para o Alle me esperar e sei que teremos uma linda história de amor pela frente.

Entro no meu carro e começo meu caminho até a casa dos meus pais pensando o que irei fazer no mês que vem, no caso dezembro. Aqui nos Emirados Árabes o Natal é lembrado mas não são comemorados, os Islamistas consideram Jesus um profeta e há uma certa tolerância ao fatos de sua vida por isso essas datas não são seguidas no calendário do país. Existem igrejas Cristãs e toda comemoração é feita apenas lá naquele espaço de forma totalmente discreta. Podem ser comemoradas apenas dentro do seu lá também nada de manifestar em público. É algo bem complicado mas aos poucos eu fui me acostumando.

Estaciono o carro enfrente da casa onde vivi assim que me mudei para cá e vou seguindo até a porta. Aperto a campainha e aguardo alguém vir atender. Não sei se foi uma boa ideia vim assim de surpresa já que não avisei nada, mas depois do término com o Henry minha mãe demonstrou não ter gostado muito, coisas de mãe que se preocupa com seus filhos. Aperto a campainha mais uma vez e logo a porta é aberta pelo meu pai.

- Que surpresa mais boa minha menina. - ele abre os braços em felicidade. Vou até o mesmo e o abraço bem apertado.

- Que abraço bom pai. - me aconchego mais em seus braços e recebo todo seu amor paterno. - Como está?

- Eu estou bem. - nos separamos e entro. - E você, como está? - ele me olha com um pouco de preocupação.

- Apesar de tudo estou bem. - sorri de canto. - Onde a dona Estela está? Mãeeeeee? - grito.

O Pingente De Coração ( Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora